Cultura

Primavera Sound: festival promete fechar o ano com chave de ouro

Liderada pelo guitarrista Robert Smith, banda britânica dos anos 1980 The Cure fecha o intenso ano de shows em São Paulo

Crédito: Franco

Robert Smith, do The Cure (ao centro): atração principal (Crédito: Franco)

Por Felipe Machado

Após ter sido marcado pelos sucessivos eventos internacionais no Brasil, 2023 chega ao fim com um dos melhores festivais de música do ano: o Primavera Sound. Criado em Barcelona em 2001, o evento rapidamente se espalhou pelo mundo com uma premissa que pode até soar inocente diante do poder de marketing que hoje rege o setor do entretenimento: baseia-se em uma excelência na curadoria musical, sem priorizar ativações de grandes marcas e experiências publicitárias exageradas. Em sua única edição no País, o Primavera Soun acontece no Autódromo de Interlagos, em São Paulo, nos dias 2 e 3 de dezembro. As bandas The Killers e Pet Shop Boys são as atrações principais no sábado; Beck e The Cure, no domingo. Não são apenas esses grandes nomes que atraem o público, mas justamente os shows agendados para os palcos adjacentes. Além dos brasileiros Cansei de ser Sexy, Marisa Monte e Marina Sena, o destaque vai para grupos como o argentino Él Mató a un Policía Motorizado e os californianos do Bad Religion. Os veteranos britânicos do The Cure, banda mais aguardada dessa edição, prometem um show com quase três horas de duração e sucessos como “Boys Don’t Cry” e “Lullaby”, cantados na inconfundível voz do ídolo oitentista Robert Smith. O ano, pelo jeito, promete terminar com chave de ouro.

O novo estilo do The Killers

(Divulgação)

O novo álbum do The Killers, atração principal da noite de sábado no Primavera Sound, é um anti-disco. Distante das canções pop da primeira fase da banda, Pressure Machine traz letras reflexivas que revelam o amadurecimento do vocalista Brandon Flowers, seu principal compositor. Será interessante ver ao vivo repertórios tão distintos – apesar da qualidade maior das novas canções, com certeza o público irá preferir cantar junto os velhos sucessos.

Para Ler

(Divulgação)

O Coração do Dano, da escritora argentina María Negroni, é o primeiro lançamento do selo Poente. Estreou muito bem: traz um dos textos mais originais da literatura contemporânea em uma obra complexa, de caráter confessional e autobiográfico.

Para Ver

(Divulgação)

A comédia musical Leo é uma animação criada pelo ator Adam Sandler (Netflix). Conta a história de dois animais de estimação,
o lagarto Leo e a tartaruga Squirtle, ambos presos há décadas na sala de aula de uma faculdade americana.

Para ouvir

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Tradicional nome da música brasileira, o cantor e violeiro Chico Lobo celebra 60 anos de vida e 40 de carreira com um álbum repleto de convidados especiais. Entre eles estão Maria Bethânia (foto), Zeca Baleiro e Renato Teixeira.

Rock
McCartney finalmente no Brasil

(Divulgação)

Paul McCartney está entre nós: o ex-Beatle veio ao País para uma série de apresentações da turnê Get Back, em que toca sucessos do quarteto de Liverpool e canções de sua carreira solo. Além de Brasília, ele passa o mês de dezembro fazendo shows em cidades brasileiras: Belo Horizonte (dias 3 e 4), São Paulo (7, 9 e 10), Curitiba (13) e Rio de Janeiro (16). Suas exigências no camarim tem chamado a atenção pelo tom ativista: vegetariano, Paul pede que os móveis não sejam feitos de couro, nem tenham estampas que imitem a pele de animais.

Cinema
A fantástica fábrica de chocolates

(Divulgação)

Dirigido por Paul King (de As Aventuras de Paddington), o longa Wonka estreia trazendo, mais uma vez, a história por trás da trajetória de Willy Wonka. O curioso personagem é o protagonista de A Fantástica Fábrica de Chocolates, livro infantil do britânico Roald Dahl cujo lançamento completa seis décadas esse ano. O filme será a terceira adaptação cinematográfica desse enredo que conquistou gerações. Em 1971, o papel foi de Gene Wilder; em 2005, foi interpretado pelo ator Johnny Depp. A nova produção traz Timothée Chalamet.

Festival
A lembrança como inspiração

(Leila Fugii)

Com curadoria de Daniel Douek e Rita Palmeira, o festival literário do Museu Judaico de São Paulo reúne escritores, até 3/12, sob o tema “E se eu me esquecer de ti?”, citando a importância da lembrança e o direito ao esquecimento. Entre os convidados internacionais estão o humorista inglês David Baddiel, o afro-judeu estadunidense Lewis Gordon, a russa Lena Gorelik e o israelense Iddo Gefen. Dentre as brasileiras, destaque para Betina Anton e Clarice Niskier (foto).

Livro
As palavras de Arnaldo Baptista

(Divulgação)

O músico Arnaldo Baptista ficou conhecido como líder dos Mutantes nos anos 1970 e pela carreira posterior nas artes plásticas. Somente agora ele lança sua obra literária: Ficções Completas reúne dois contos e uma novela de ficção científica, material escrito há mais de quatro décadas. O Abrigo narra a fuga de um planeta inabitável; The Moonshiners retrata uma comunidade hippie formada por humanos e alienígenas; e Rebelde Entre os Rebeldes aborda uma batalha espacial. (Luiz Cesar Pimentel)