A Semana

A monumental biografia de Abraham Lincoln

Crédito: Molly Riley

Lincoln Memorial: o homem e o medo, o estadista e a coragem (Crédito: Molly Riley)

Por Antonio Carlos Prado

Eis de fato uma excelente biografia sobre a qual se pode dizer que o biografado é exibido como pessoa comum, em suas inseguranças e contradições; e, ao mesmo tempo, como um político com todas as características próprias de um estadista. A obra chama Differ We Must, é de autoria do jornalista norte-americano Steve Inskeep e tem como foco o ex-presidente dos EUA Abraham Lincoln (1809-1865). Alguns trechos do livro sociologicamente marcantes:

• “Que Deus me ajude, que Deus me ajude”. Essa teria sido a reação de Lincoln ao vencer a eleição presidencial em novembro de 1860. Motivo: não conseguira ganhar em nenhum estado do sul do país (o norte o levou à Casa Branca), e seu nome apareceu somente na Virgínia, onde também foi massacrado: obteve 1.887 votos contra os 74.481 dados ao seu adversário John Bell.

• “Se eu pudesse salvar a União sem libertar nenhum escravo, eu o faria”, escreveu Lincoln ao jornalista Horace Greeley, em 1862. Já se completara, então, um ano da sangrenta Guerra da Secessão.

• “Se por isso nós dois precisamos discordar, então devemos discordar”. Carta do ex-presidente ao seu amigo Josh Speed, que defendia a escravatura.

JUSTIÇA
Dois juízes e um código de conduta

Samuel Alito: viagens luxuosas em companhia de empresários (Crédito:Chip Somodevilla)

A Suprema Corte dos EUA sempre foi considerada o tribunal mais ético do mundo – acima de qualquer suspeita. Entre todas as instâncias da Justiça norte-americana, era a única a não ter um código de conduta. Agora o tem porque o colegiado julga que não mais poderá dele prescindir. Os juízes conservadores Samuel Alito e Clarence Thomas, indicados respectivamente pelos ex-presidentes George W. Bush e George H.W. Bush (pela ordem, filho e pai), ensejaram a mudança. Dentre uma série de regras, consta a que restringe, por exemplo, o recebimento de presentes e veda passeios financiados por particulares. Alito e Thomas foram criticados em meios jurídicos por fazerem luxuosas viagens na companhia de empresários. Thomas costumava passar férias em propriedades de Harlam Crow, um famoso bilionário que faz doações ao Partido Republicano. Nenhum dos dois juízes foi parcial nem beneficiou pessoas com as quais conviviam.

Clarence Thomas: férias com bilionário doador do Partido Republicano (Crédito:Divulgação)

ASTRONOMIA
Um sinal inédito para a Terra

Nosso planeta: “mensagem” originada a dezesseis milhões de quilômetros (Crédito:Istockphoto)

A ciência tem de ser cética porque somente assim, observando e experimentando com toda frieza e isenção os fenômenos que lhe interessam, consegue progredir. Esse é um dos saudáveis princípios da metodologia científica. Nenhum pesquisador da Agência Espacial dos EUA, por exemplo, abandonava a descrença em relação à possibilidade de fazer com que sinais a laser fossem gerados no cosmo. É fácil imaginar, então, o quanto se comemora quando algo em que não se cria revela-se viável. Pois os cientistas em questão estão comemorando. Uma “mensagem” (sinalizações a laser) foi captada vinda de dezesseis milhões de quilômetros — cerca de quarenta vezes a distância entre a Lua e nosso planeta. Trata-se de um fato inédito. Uma das principais decorrências será o aprimoramento nos métodos utilizados para a comunicação com espaçonaves. A experiência de sinais a laser foi realizada na semana passada com auxílio da sonda Psyche. Ela entra para a história da astronomia como responsável pela primeira bem-sucedida transmissão óptica de dados no espaço.

Sala de controle da Nasa: a sonda Psyche como grande aliada (Crédito:Divulgação)

LEILÃO
Garrafa de uísque de 1926 é comprada por R$ 13 milhões

O uísque escocês tido pelos especialistas como “um dos mais desejados em todo o mundo” chama-se Macallan Adami e foi produzido em 1926. Na semana passada, uma garrafa desse uísque foi leiloada pela Sotheby’s de Londres por 2,2 milhões de libras — o equivalente a R$ 13,5 milhões. Envelhecido em barris de jerez por seis décadas, em 1986 engarrafou-se a bebida que resultou em quarenta garrafas — dessas, doze têm o rótulo desenhado e pintado pelo artista plástico italiano Valério Adami. Um dessas garrafas é que foi vendida.

Garrafa do uísque escocês Macallan Adami: seis décadas em barris de jerez (Crédito: Tristan Fewings)