Divirta-se

Inspirada em fatos reais

Após apostar no rock, hip hop e samba, o músico Marcelo D2 cria a série 'Amar é Para os Fortes', produção da Amazon Prime

Crédito: Rachel Tanugi

A vida em uma comunidade carioca: violência no dia a dia (Crédito: Rachel Tanugi)

Por Felipe Machado

Já faz um bom tempo que o rótulo de “rapper” ficou pequeno demais para definir o trabalho de Marcelo D2. Desde que surgiu nos anos 1990, como vocalista da banda de rock Planet Hemp, o artista gravou discos combinando samba com hip hop e fez até uma parceria com Bezerra da Silva, além de apostar no formato acústico para um especial da MTV. Em 2018, lançou Amar é Para os Fortes, projeto inovador que combinava música e vídeos em uma espécie de álbum audiovisual. Pois agora D2 ataca como criador de uma série homônima, que acaba de chegar ao streaming Amazon Prime.

Com direção de Kátia Lund, Yasmin Thayná e Daniel Lieff, a produção de sete episódios apresenta a saga de duas mulheres negras cariocas que veem seus destinos entrelaçados para sempre em decorrência de uma operação ocorrida no Dia das Mães.

Rita (Tatiana Tiburcio) perde seu filho de onze anos, Sushi (João Tiburcio), em um tiroteio; e Edna (Mariana Nunes) é a mãe de Digão (Maicon Rodrigues), o guarda que matou a criança. “É um cenário de desespero. A polícia carioca é a que mais mata, mas também é a que mais morre”, afirma D2.

Indagado se a série é inspirada em fatos reais, o artista afirma que o enredo veio da própria experiência: “Tudo ali é ficção e tudo é verdade. É uma realidade baseada em histórias que passaram pela minha vida”.

“Não é fácil viver no Rio de Janeiro”

(Divulgação)

Carioca da gema, Marcelo D2 é o primeiro a reclamar do cenário de violência que tomou a cidade. “Não é fácil viver no Rio de Janeiro. Na verdade, parece que está piorando. Além da guerra entre a polícia e os comandos, agora ainda entraram as milícias. É um cenário de desespero”, conclui.

O músico, porém, ainda mantém o otimismo: “Quero viver pensando que o mundo pode ser melhor do que ficar assistindo a maçãs podres caindo. Prefiro plantar novas macieiras.”

Para Ler
Em Homens de Fortuna, um jovem marinheiro é acusado de um crime que não cometeu: o assassinato brutal de uma mulher. Mesmo inocente, estará ele a salvo de um sistema de justiça racista, que deseja condená-lo? Bom romance da somali Nadifa Mohamed.

Para Ver

(Kimberley French/Netflix)

Aos 60 anos, a atleta Diana Nyad se prepara para realizar um desafio quase impossível: nadar de Cuba até a Flórida, uma travessia em águas abertas de mais de 160 km. Nyad tem ótimas atuações de Annette Bening e Jodie Foster.

Para ouvir

(Divulgação)

Conhecido como guitarrista da banda do ex-Pink Floyd Roger Waters, o cantor, compositor e produtor Jonathan Wilson também tem uma bela carreira individual. Ele acaba de lançar o excelente Eat the Worm, seu sexto álbum solo.

Dança
Um clássico dos balés românticos

(Renan Livi)

A tradicional Cia. Paulista de Dança apresenta em São Paulo sua versão para Giselle, um dos balés mais clássicos do repertório mundial. Encenado originalmente em 1840 pela Ópera Nacional de Paris, sua coreografia foi criada por Jules Perrot e Jean Coralli, a partir da composição de Adolphe Adam. O espetáculo dirigido por Adriana Assaf fica em cartaz no Teatro Sérgio Cardoso até 26/11. No elenco estão os primeiros-bailarinos Larissa Luna (Giselle), Livia Cassante (Mirtha), Paulo Vitor Rodrigues (Albretch) e Marcos Silva (Hilarion).

Grammy
Tiago Iorc tem a canção do ano

(Divulgação)

O cantor Tiago Iorc foi um dos artistas brasileiros premiados na última edição do Grammy Latino, em Sevilha, na Espanha. Ele recebeu o prêmio ao lado de Duda Rodrigues, coautora da faixa ‘Tudo que a Fé Pode Tocar’, do disco Daramô. O casal venceu o prêmio de Melhor Música em Língua Portuguesa. Outros brasileiros também foram agraciados, como o Planet Hemp (álbum de rock, por Jardineiros), João Donato (álbum de MPB, por Serotonina) e Marília Mendonça, que recebeu homenagem póstuma pelo álbum sertanejo Decretos Reais.

Literatura
Tradução premiada nos EUA

(Fernanda Oliveira)

A versão em inglês de A Palavra que Resta, romance de estreia de Stênio Gardel, levou o prêmio de melhor tradução na 74a edição do prestigioso National Book Award, em Nova York. Traduzido por Bruna Dantas Lobato, conta a história de Raimundo, idoso que perde seu grande amor na juventude e, analfabeto, guarda por cinquenta anos uma carta que nunca pôde ler. Foi uma surpresa para o brasileiro: os favoritos eram o senegalês Mohamed Mbougar Sarr e o francês David Diop.

Filme
Distopia sobre a confiança

A família aluga uma casa para passar as férias e fugir da correria de Nova York. Na madrugada, dois desconhecidos aparecem no local e alegam ser os donos do imóvel buscando refúgio de um ataque cibernético. Será verdade? O filme O Mundo Depois de Nós (Netflix) é um suspense apocalíptico dirigido por Sam Esmail (Mr. Robot) e inspirado no best-seller homônimo de Rumaan Alam. O elenco reúne os astros Mahershala Ali, Myha’la Herrold, Julia Roberts e Ethan Hawke.