A Semana

Duas décadas de Erdogan. Basta de Erdogan

Crédito: Francisco Seco/Sercan Kucuksahin

DUELO Erdogan (à esq.) e Kemal: para analistas é “a eleição mais importante do mundo no momento” (Crédito: Francisco Seco/Sercan Kucuksahin)

Por Antonio Carlos Prado e Fernando Lavieri

A julgar pelas pesquisas de intenção de voto divulgadas até a quarta-feira 3, a população da Turquia finalmente se cansou de ter o país presidido pelo populista e autocrata Recep Tayyip Erdogan – está há duas décadas no poder: até 2014 foi primeiroministro, e a partir daí tornouse presidente. Quem o ameaça mais diretamente nas eleições do domingo 14 é o líder da oposição, Kemal Kihçdaroglu, que comanda uma aliança de seis legendas que se uniram contra Erdogan — o que está longe de significar que todas defendem a democracia. Os resultados das consultas populares estão dando, em média, 48,6% dos votos para Kemal e 44% a Erdogan. A principal causa do descontentamento com sua tentativa de permanência é, obviamente, a economia: a inflação na Turquia bate à casa dos 80% ao ano. São principalmente os jovens que fazem campanha contrária ao atual presidente. Analistas internacionais dizem que é a “eleição mais importante do mundo nesse momento”.

SOCIEDADE
Uma revista para o Brasil respirar cultura, democracia e diversidade

TALENTO Genial encontro: William Baglione, Julius Wiedemann e Paula Alzugaray (da esq. à dir.) (Crédito:Divulgação)
#57 Capa: trabalho em conjunto das artistas Igi Lola Ayedun, Sondra Perry e Vitória Cribb (Crédito:Divulgação)

Em seu 12º ano de atividade, a revista seLecT nos presenteia com estética, cultura e inteligência. O motosserra das artes foi embora, e o Brasil vive na democracia. A seLecT – antena do País sob a ótica dos movimentos artísticos – celebra os novos rumos com o nome espelhado seLecT_ceLesTe #57 e o significativo tema A VIRADA. É uma transição do “selecionar”, em inglês, para o feminino e descolonial ceLesTe. Retorna às edições trimestrais (aquisição on demand), em parceria com a editora AFLUENTE Art. “Ter a AFLUENTE como parceira permite a volta ao formato impresso”, diz Paula Alzugaray, editora responsável. “É bom à revista e à cultura brasileira”. Paula Alzugaray também inaugura, com a AFLUENTE, o selo celeste de livros de arte. O primeiro a ser lançado será Sergio Lima: imagem-acontecimento, na Feira do Livro, em São Paulo, entre 7 e 11 de junho — quando virá à luz a seLecT_ceLesTe #58. Fundadores da AFLUENTE, Julius Wiedemann, investidor, é experiente em curadoria de temas culturais e em tecnologia, com edição de mais de cem publicações pela editora TASCHEN; William Baglione, curador chefe, destaca-se em curadoria, mentoria para artistas e na área cultural. Pode-se comprar a revista pelo site da AFLUENTE e, em breve, pelo da Amazon.

POPULAÇÃO
A principal mudança demográfica desde 1750

GENTE Com 1,428 bilhão de habitantes, a Índia superou a China que possui 1,425 bilhão (Crédito:Divulgação)

Em confirmação às suas estatísticas e prognósticos que remontam a 1950, a ONU finalmente oficializou, na terça-feira 2, que é a Índia o país mais populoso da Terra, superando a China. O fato está sendo considerado como a principal alteração demográfica global desde 1750. Tem hoje a Índia 1,428 bilhão de habitantes e a China, 1,425 bilhão. Por que ocorre tal fenômeno? Uma das principais causas, segundo a ONU, é a paralisação que houve no crescimento populacional chinês com a instauração, na década de 1980, da ditatorial política do filho único como forma de planejamento familiar — ainda em decorrência disso, estima-se que em 2050 a população chinesa será 8% menor que a atual. A Índia também teve a abominável e criminosa política de esterilização em massa nos anos 1970, na gestão de Indira Ghandi, mas a taxa de fertilidade caiu menos em relação à chinesa.

Andy Wong

EUA
Roteiristas param Hollywood

Assim como aconteceu há 15 anos, na terça-feira 2 o sindicato dos roteiristas dos EUA, que abrange cinema e televisão, iniciou greve geral. As reivindicações repassadas aos estúdios de Hollywood são: melhores condições de trabalho, aumento salarial e direito a receber participação nos lucros gerados pelo streaming. Para além das exigências comuns a todos os trabalhadores, os roteiristas pedem que as empresas não utilizem recursos de inteligência artificial para criação de textos e também se mostram contrários a tarefa de revisar roteiros produzidos por AI. A greve prejudica os grandes projetos, e as produções diárias, como os talk shows, já sentem os seus efeitos. Há 11 mil profissionais envolvidos e, até a quinta-feira 4, não houve acordo entre as partes.

Michael M. Santiago