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Chico Buarque ao vivo, o disco

Shows da turnê 'Que tal um Samba?', gravados no Rio de Janeiro no início do ano, são lançados em álbum duplo

Crédito: Léo Aversa

Álbum duplo de Chico Buarque: repertório contempla 60 anos da carreira (Crédito: Léo Aversa)

Por Felipe Machado

Que tal um disco ao vivo de Chico Buarque? Excelente ideia. Quando o cantor e compositor carioca anunciou a turnê Que Tal um Samba?, no início de 2023, o público comemorou. Afinal, era a primeira vez que ele se apresentava ao vivo desde 2018. O título do show, tirado de uma nova e deliciosa canção em parceria com o bandolinista Hamilton de Holanda, sugeria o uso do ritmo brasileiro como antídoto para o autoritarismo da era bolsonarista. Pois o que era efêmero, a música ao vivo diante da plateia, torna-se eterno a partir de 24 de novembro: é a data de lançamento do seu novo álbum duplo ao vivo.

O músico é acompanhado pela mesma banda há décadas:
• o pianista João Rebouças,
• a tecladista Bia Paes Leme,
• o baterista Jurim Moreira (que substituiu Wilson das Neves, morto em 2017),
• o percussionista Chico Batera,
• o saxofonista Marcelo Bernardes,
• e o baixista Jorge Helder.

A direção musical é de Luiz Claudio Ramos. No repertório, que inclui momentos de suas seis décadas de carreira, estão clássicos como “O Meu Guri” — lançada como primeiro single do projeto —, “As Caravanas”, “Deus lhe Pague”, “Morro Dois Irmãos” e “João e Maria”, entre outras.

Em meio à longa turnê, que teve sessenta shows no Brasil e cinco em Portugal, o artista de 79 anos escolheu gravar apenas as apresentações de 2 e 3 de fevereiro, no Vivo Rio, no Rio de Janeiro.

Mônica Salmaso nos vocais

(Divulgação)

A histórica turnê Que tal um Samba? contou com uma participação mais que especial. A cantora paulista Mônica Salmaso brilhou tanto em números solo, preparando o público para Chico Buarque, quanto nas parcerias vocais com ele. Logo na abertura, em “Todos Juntos”, do álbum Os Saltinbancos, era possível ouvir a potência vocal de Mónica. Foi a primeira vez que Chico dividiu o palco com uma mulher desde o disco com Maria Bethânia, em 1975.

Para ler

Antes de se tornar conhecido como cineasta e diretor do Festival de Cannes, o francês Thiery Frémaux tinha outra paixão: a prática das artes marciais. Em Judoca, ele reflete sobre a vida do criador do judô, Jigoro Kano, e sua própria juventude.

Para ver

(Divulgação)

Criada por Carlos Saldanha e inspirada no best-sellet homônimo de Priscilla Ann Goslin, How to be a Carioca (Star+) é um “guia informal de sobrevivência para gringos” que visitam o Rio de Janeiro. O protagonista da série é o cantor Seu Jorge.

Para ouvir

(Divulgação)

Gravado ao vivo em 5 de novembro de 2022 no Royal Albert Hall, em Londres, Cat Power Sings Dylan traz versões da cantora interpretando os maiores sucessos de Bob Dylan. O álbum já é considerado um dos melhores do ano.

SHOW
A voz mais famosa do jazz atual

(Mary McCartney)

Aos quatro anos de idade, a canadense Diana Krall começou a estudar piano e, aos quinze, já se apresentava ao vivo. Hoje, a voz mais famosa do jazz na atualidade é a única artista do gênero a ter ocupado o topo das paradas com seus últimos oito álbuns. Conhecida do público brasileiro, ela sobe ao palco do Tokio Marine Hall, em São Paulo, em 17 e 18/12, para shows que devem incluir sucessos da música brasileira — ela não esconde a influência da bossa nova. Em 2009, a artista lançou um DVD gravado no País, Diana Krall Live in Rio.

FOTOGRAFIA
Moda de rua sob olhar brasileiro

(Stela)

Após passagens por grandes veículos brasileiros, inclusive ISTOÉ, a fotógrafa Stela Alves Dohle (abaixo) mudou-se para a Europa há 23 anos. Ligada nas tendências fashion desde então, a profissional foi pioneira no registro da moda de rua (foto acima), movimento que se espalhou pelo planeta. Após colaboração com revistas internacionais, ela lança Street Style by Stela, obra com imagens feitas em diversos países, editada em parceria com Roberto Pires e o diretor de arte Biah Shmidt. Publicado pela editora Aranha Books, o livro está disponível na Amazon.

(Lena Jurgensen)

ÓPERA
A lenda do Holandês Voador

(Stig de Lavor)

O Theatro Municipal de São Paulo encerra o ano com chave de ouro: a ópera O Navio Fantasma, de Richard Wagner. O clássico terá direção do argentino Pablo Maritano e regência de Roberto Minczuk à frente da Sinfônica Municipal. O texto conta a lenda do Holandês Voador e se passa numa aldeia da Noruega, onde um navegador acusado de blasfêmia é condenado a vagar pelo mar eternamente — a menos que encontre uma mulher que lhe dedique amor eterno. Em cartaz de 17 a 25/11.

TEATRO
Tragicomédia inspirada em Joyce

(Fernando Santanna)

Com texto inspirado em Emily Dickinson, Dylan Thomas e, principalmente, James Joyce, Ana Lívia é a estreia autoral nos palcos do premiado tradutor Caetano W. Galindo. O espetáculo, que está em cartaz no Sesc Consolação, em São Paulo, tem direção de Daniela Thomas e atuações explosivas de Bete Coelho e Georgette Fadel. “Assim que sentei pra escrever, essas duas vozes, a Ana e Lívia, começaram a dizer o que queriam”, afirma Galindo. A montagem é da Cia.BR116.