A Semana

O milionário e democrata Dean Phillips desafia Joe Biden

Crédito: Reba Saldanha

Dean Phillips: “Eu represento a maioria exausta” (Crédito: Reba Saldanha)

Por Antonio Carlos Prado

Tudo aquilo que o incumbente dos EUA, Joe Biden, não precisava nesse momento é de mais dor de cabeça — já lhe bastam, no cenário externo, Rússia, Ucrânia, Hamas e Israel; no interno, os republicanos. Mas eis que, às vésperas do Halloween, o deputado democrata Dean Phillips, temperamento moderado e representando o estado de Minnesota, lançou sua candidatura à indicação de seu nome pela legenda para as eleições presidenciais. Milionário do ramo de gelato, Phillips tem 54 anos e poucas chances de derrotar Biden, mas muitas de infernizar-lhe a vida: “Biden está com 80 anos e os americanos precisam de uma nova geração de democratas”. Um ponto é verdadeiro: a maioria da população considera que Biden não terá forças suficientes para tocar o barco em novo mandato. Some-se a isso a queda do percentual de sua popularidade, despencado para 37%, embora ele ainda conte com o apoio da ala dominante do Partido Democrata para derrotar o republicano Donald Trump. O próprio Phillips, em seu terceiro mandato parlamentar, admite reduzidas probabilidades de êxito. Mas diz que sua atitude fará os americanos saírem da letargia política em que se encontram.

CULTURA
O inteligente Brasil da Rua da Carioca, 53


Cartola diante de seu restaurante: música e feijoada (Crédito:Carlos Namba)

No início do século passado, o Rio de Janeiro, com a República recém-proclamada, viveu um momento no qual política, música e demais produções culturais se entrelaçavam. O tempo teve de andar muito para que similar conjuntura se repetisse. Foi em 1963, e um dos símbolos da criatividade na música, literatura, no tetro, cinema, nas reivindicações políticas de estudantes chamou-se restaurante Zicartola — junção dos nomes Zica, passista da Mangueira, e de seu marido, Cartola, um dos maiores compositores que o Brasil já teve. Na Rua da Carioca, 53, ela (sócia do empresário Eugênio Agostini) fazia a feijoada e Cartola sentava-se com os convidados. No campo musical, lá batiam ponto Hermínio Bello de Carvalho, Ismael Silva, Nelson Sargento, Aldir Blanc, Nelson Cavaquinho – mestres do samba, e sem dinheiro, que artistas jovens da elite apresentaram ao grande público. Tudo isso está em um excelente livro intitulado Zicartola, escrito pelo doutor em História Maurício Barros de Castro. O Zicartola fazia o Brasil mais delicado sonhar nas madrugadas. Fechou em meados de 1965, já na diáspora da ditadura militar.

Gente e alegria: divertia-se, cantava-se e criava-se (Crédito:Divulgação)

LEILÃO
Pintura de Monet será vendida por US$ 65 milhões

(Divulgação)

Uma preciosidade vai a leilão no dia 9 de novembro na Christie’s de Nova York. Trata-se da pintura de Claude Monet intitulada Le bassin aux nymphéas (Lago de nenúfares), com lance mínimo estipulado em US$ 65 milhões (aproximadamente R$ 328 milhões). A tela (dois metros de largura) integra a famosa série na qual Monet retratou com extrema e delicada sensibilidade a atuação da natureza – a imagem que vai a leilão exibe pequenos pontos de luz refletidos na água. O quadro foi pintado entre 1917 e 1919, período da vida em que Monet “dedicou-se a representar nenúfares” (plantas aquáticas). A Christie’s pronunciou-se oficialmente, afirmando que, após quase uma vida inteira estudando cor e luz, a pintura de Claude Monet “captura o dinamismo e a beleza da transitoriedade da natureza”. Max Carter, vice-presidente de Arte dos Séculos XX e XXI da Christie’s, afirmou que essa é a primeira vez que Le bassin aux nymphéas “é exibido ou oferecido em leilão, o que permite que se diga que se trata de uma obra-prima redescoberta”.

1917 Monet e seu quadro ‘Le bassin aux nymphéas’: obra-prima (Crédito:Divulgação)

GUERRA
Brasileiros são resgatados na Cisjordânia

Anunciou-se na quarta-feira 1 que trinta e três brasileiros estavam sendo retirados da Cisjordânia — dez mulheres, doze homens e onze crianças. Veículos do governo do Brasil, identificados, por segurança, com as cores nacionais, os transportaram à cidade de Jericó — eles permaneciam, até então, em onze localidades diversas. Os resgatados foram levados ao Aeroporto Internacional Queen Alia, em Amã, capital da Jordânia. A expectativa era de que na própria quarta-feira uma aeronave da Presidência da República os trouxesse ao Brasil. Havia, também, a esperança de libertação de brasileiros do corredor da morte que se tornou a Faixa de Gaza, em mãos do Hamas.

Cidadãos do Brasil no aeroporto de Amã: doce regresso (Crédito:Divulgação)