Minissérie traz esperança em tempos de guerra

Por Felipe Machado

Baseada no best-seller de Anthony Doerr, a minissérie Toda Luz que não Podemos Ver é um drama de guerra cuja trama ficcional se dá em meio a um episódio histórico, no caso, a Segunda Guerra Mundial. O enredo é o ponto forte dessa emocionante produção que desponta como uma das melhores do ano. Conta a trajetória da garota Marie-Laurie e seu pai, Daniel LeBlanc, chaveiro que constrói uma maquete do bairro em que vivem para que a filha, cega, possa se localizar. Com a ocupação de Paris pelos soldados nazistas, eles fogem para o refúgio litorâneo de Saint-Malo carregando um diamante. São perseguidos por um oficial da Gestapo, mas conseguem se esconder na casa de um tio recluso que faz transmissão de rádio clandestinas para a resistência francesa. Na mesma cidade, o jovem Werner é recrutado pelos alemães para uma missão especial: interceptar as mensagens enviadas pelos Aliados sobre os planos para o desembarque na praia da Normandia. Marie-Laure e Werner se conhecem e criam uma sincera amizade que reafirmará a esperança na humanidade. Apresentada em quatro episódios, a bela trama, adaptada fielmente para o streaming pela Netflix, tem direção de Shawn Levy e roteiro de Steven Knight. O elenco conta com os astros Mark Ruffalo e Hugh Laurie, além da atriz estreante Aria Mia Loberti.

Inspiração para um best-seller

Vencedor do prêmio Pulitzer, o norte-americano Anthony Doerr (de cinza, na foto com o diretor Shawn Levy) viveu na África e na Nova Zelândia, países que o inspiraram a escrever seu livro de estreia, O Colecionador de Conchas, em 2002. Mas foi apenas com o romance Toda Luz que não Podemos Ver que ele se tornou um fenômeno de vendas. “Tentei contar uma história da Segunda Guerra que parecesse diferente ou nova de alguma forma”, diz Doerr.

Para Ler

“A inteligência artificial tem potencial catastrófico tão grande e veloz como o aquecimento global, mas ninguém se importa.” O alerta é de Mustafa Suleyman, autor de A Próxima Onda — E o Maior Dilema do Século XXI, sobre os riscos da tecnologia.

Para Ver

Para proteger a fortuna da família, um casal de irmãos constrói uma dinastia que começa a ruir quando os herdeiros começam a morrer. A Queda da Casa de Usher (Netflix), de Michael Flanagan, é inspirada nas obras de Edgar Allan Poe.

Para ouvir

Fundador do grupo Metrô nos anos 1980, o guitarrista Alec Haiat aposta em uma carreira solo como vocalista e compositor. Depois de parcerias com a cantora Céu e a ex-modelo Cláudia Liz, ele lança o dançante novo single Tentei Fugir.

Música
O som novo do Black Pumas

Formado pelo cantor Eric Burton e o guitarrista/produtor Adrian Quesada, o Black Pumas estourou nas paradas em 2019 com o single Colors, combinação perfeita de soul music e R&B cujo videoclipe ultrapassou as 220 milhões de visualizações. O duo norte-americano lança agora o aguardado segundo álbum Chronicles of a Diamond, que traz como carro-chefe o single Mrs. Postman, inspirado no dia a dia dos carteiros. “Escrevi essa canção pensando em quanta alegria eles podem trazer para a vida das pessoas”, afirma Burton.

Arte
Entre a pintura e a escultura

Em uma mostra que decreta o fim da fronteira entre pintura e escultura, a galeria Raquel Arnaud apresenta A Linha Florescente, com obras inéditas de Elizabeth Jobim. O novo trabalho da artista carioca, que já expôs nos principais centros artísticos do mundo, foi influenciado pela pandemia: durante o período de isolamento, ela começou a esticar e costurar tecidos que lhe traziam uma certa memória de tensão e tessitura. Na sequência, ela usa o material como suporte para pinturas a óleo de cores sólidas e texturas. Em cartaz até 4/11.

Teatro
Topa tudo por sucesso

A toxidade da indústria de entretenimento é o tema da comédia The Money Shot, do premiado autor norte-americano Neil LaBute. O espetáculo ganha versão brasileira dirigida por Eric Lenate, em cartaz no Teatro Vivo, em São Paulo, até 6/12. O elenco é formado por Lavínia Pannunzio, Fabiana Gugli, Jocasta Germano e Fernando Billi. A peça conta a história de Karen e Steve, estrelas do cinema que fazem de tudo para conseguir emplacar um grande sucesso nas telas.

Livro
Versos de protesto

“E no hiato de um grito, nasce um livro”, diz a escritora Melina Guterres, também conhecida como Mel Inquieta. A obra de estreia da gaúcha traz versos de protesto chamados por ela de “manifestos longe do oco”. A autora estava com outro trabalho quase pronto, quando decidiu que seu primeiro livro deveria trazer a voz das suas indignações. “Seria um erro começar sem os poemas de 2005 a 2023. Quando decidi que o foco estava mais nos protestos que nos versos, nasceu o livro.”