O assassinato

Por Antonio Carlos Prado

Na semana passada a polícia da Inglaterra prendeu dois criminosos, preservando seus nomes e imagens por se tratar de menores de idade. Foi covardia e patifaria com a vítima. Ela foi assassinada à noite em local escuro e ermo. Já tinha bastante idade, não saberia nem poderia solitariamente se defender. Era muito famosa e conquistara admiradores das mais diversas partes do mundo, mas ganhou ainda maior fama após aparecer em 1991 como uma das principais atrações do filme de Kevin Costner Robin Hood: príncipe dos ladrões. Agora, ela foi morta a golpes de machados e com serra elétrica, e seu desaparecimento provocou em todo o mundo uma onda de revolta nas redes sociais. Mais: um terço do efetivo policial do Reino Unido viu-se mobilizado. Está-se falando não de uma árvore, mas, sim, da senhora árvore que tinha 400 anos de vida, era venerada na Inglaterra e ficava próxima da tradicional Muralha de Adriano, no interior do parque nacional do condado de Morthumberland. A polícia apreendeu dois adolescentes suspeitos de terem praticado o crime ambiental — embora dificilmente eles tivessem conseguido serrar o tronco central sem a ajuda de outras pessoas. “Infelizmente, a vida do sicômoro se foi”, diz o comunicado oficial do parque. A deputada local Mary Foy postou nas redes sociais: “Dia muito triste que causará dor a tantas pessoas de todo o mundo”. A árvore era uma figueira.

COMPORTAMENTO
A indígena roqueira

O governo canadense já pediu “perdão ao mundo” e admitiu que se praticou no país “um massacre da cultura” dos indígenas de língua inuíte, que, apesar da dizimação de seus antepassados, ainda habitam ao norte de Quebec. Para auxiliar na sobrevivência material e cultural de seu povo, uma integrante dessa etnia vai se tornando estrela mundial da música ao gravar em seu idioma clássicos de Pink Floyd e das bandas Queen e Metallica. O seu nome é Elisapie. Chega ao quarto álbum. Disse ela à AFP: “É curioso, é um disco de versões, mas é o meu álbum mais pessoal”. Elisapie refere-se às composições que o integram, dentre elas “The Unforgiven” e “I Want To Break Free”. “Tudo isso é um para dizer que somos bons, valemos alguma coisa e podemos ser vistos na tevê”, diz ela.

NOBEL
Vitória da vacina

Já era de se esperar, com justa razão, que o Prêmio Nobel de 2023 nas áreas da Fisiologia e Medicina tivesse como destinatários cientistas que se empenharam no desenvolvimento de imunizantes contra a Covid-19. Valeu a expectativa. A bioquímica húngara Katalin Karikó, 68 anos, e o médico norte-americano Drew Weissman, 64 anos, são os ganhadores do Nobel — não devido à pesquisa de uma vacina propriamente dita, mas pelo melhor entendimento que nos deram a respeito do RNA mensageiro (um dos componentes de nosso código genético) — é esse RNA que “informara” sobre o imunizante ao sistema imunológico. Karikó e Weissman nos abriram o caminho aos imunizantes: atuaram por trás das técnicas da vacina.

EUA
Pela primeira vez na história, cai o presidente da Câmara

Pela primeira vez na história, a Câmara dos Deputados dos EUA votou a favor do afastamento de seu presidente — o caso, o republicano Kevin McCarthy. Deixa o cargo por pressão de correligionários de ultradireita e de membros do Partido Democrata. Motivaram a sua saída as negociações para que o governo federal não ficasse paralisado enquanto não são ratificadas as leis orçamentárias para o ano fiscal de 2024. Até a quinta-feira 5, previa-se que o republicano Patrick McHenry ocupasse o cargo interinamente.