Do U2 ao Nobel de Química: a revolução do LED está no ar
Tecnologia dos componentes eletrônicos semicondutores está revolucionando o entretenimento e o cinema com telas de altíssima resolução e flexibilidade
U2 na Sphere, em Las Vegas: telão de 15 mil metros quadrados (Crédito: Rich Fury/)
Por Mirela Luiz
O show do U2 dentro de uma esfera, com seus impressionantes 111 metros de altura, capturou a atenção do mundo inteiro e tornou imediatamente essa nova casa de espetáculos em Las Vegas em um ponto turístico mundial. O fato de o local possuir a parte externa e interna cobertas por milhares de telas de LED amplificou o impacto e a magnitude de sua inauguração. “A Sphere valida o potencial de grandes instalações para capturar e envolver o público”, avalia Rodrigo Cadena, CTO da Eletromidia.
A construção, que demorou cinco anos para ficar pronta e custou US$ 2,3 bilhões, é totalmente iluminada por tecnologia LED e proporciona incríveis experiências visuais imersivas. As imagens em altíssima resolução conquistaram o público e consolidaram a tecnologia como ferramenta indispensável no mundo do entretenimento hoje.
O LED também tem sido revolucionário na produção de filmes e séries. Seus painéis têm sido utilizados para criar cenários virtuais, substituindo o tradicional uso do fundo verde, o “cromakey”.
Isso torna o processo posterior mais eficiente e realista. “Em algumas produções visuais famosas, como a série The Mandalorian, as telas foram utilizadas para criar cenários, situações e simulações de luz e movimentos que parecem absurdamente reais, substituindo o fundo verde e facilitando o trabalho da equipe de pós-produção”, explica Tiago Brito, CEO da LedWave.
Essa tecnologia é tão revolucionária que o Nobel de Química 2023 ficou com pesquisas relacionadas à descoberta de pontos quânticos que deram cor à nanotecnologia, que já está presente em televisores e monitores com tecnologia QLED — o “Q” se refere exatamente aos pontos quânticos—, luminárias LED.
Pode também ser usada na medicina, para guiar remoções de tecidos tumorais. Os vencedores foram Moungi Bawendi, do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), Louis Brus, da Universidade Columbia, e Alexei Ekimov, da empresa Nanocrystals Technology Inc.
“Essa tecnologia está mais presente do que a gente pensa. Hoje você tem isso em aeroportos, shoppings e fachadas de lojas. O painel está muito mais democratizado do que as pessoas sabem e imaginam”, afirma Rogério Fernandez, fundador e CEO da Showdesign.