Cartéis do crime estão entre os maiores empregadores da população

Por Antonio Carlos Prado

Líderes políticos da América Latina se dizem surpresos, mas para aqueles que acompanham o sucateamento das leis no México não causa nenhum espanto o que vem ocorrendo: os cartéis do narcotráfico passaram a ocupar, pela contabilização do próprio governo, a quinta posição dentre os maiores empregadores do país. Deve-se isso à complacência das autoridades que nada fizeram quando traficantes começaram a expandir seus rentáveis negócios para outros setores, sob a falsa capa da legalidade — principalmente para os de transporte e alimentos. Os cartéis correspondem a 198 grupos criminosos, que contratam desde quadrilhas para assassinar adversários até empresas que atuam dentro da lei para cuidarem, por exemplo, de aspectos burocráticos como contabilidade ou balancetes. Segundo a Universidade Autônoma do México, cada cidadão sofreu perda financeira mensal de 35.705 pesos (cerca de R$ 10.240) nos últimos tempos e a participação dos cartéis do crime na produção de alimentos aumentou em dois pontos percentuais a inflação. O crime é hoje a corrosiva engrenagem da economia no país.

PESQUISA
Maioria dos juízes brasileiros considera que trabalha muito e ganha mal

Estudo do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) realizado em todo o Brasil: 73,9% dos juízes declaram que são remunerados abaixo do que merecem. E quatro em cada grupo de cinco magistrados dizem que arcam com um volume de trabalho muito superior ao que seria o patamar adequado. O estudo integra o Segundo Censo do Poder Judiciário. No quesito que diz respeito à “adequação da remuneração ao trabalho que executa”, afirmaram “discordar totalmente” 39,6% dos juízes, enquanto 34% somente não concordam. Dentre as diversas áreas da magistratura, é na Justiça do Trabalho que a pesquisa detectou maior grau de insatisfação com a remuneração. Em cada dez magistrados trabalhistas, nove dizem que deveriam ganhar melhor. Recentemente o CNJ divulgou estudo anotando que cada desembargador ou juiz custa mensalmente, em média, R$ 69,8 mil. Esse montante inclui remunerações, indenizações, encargos sociais e previdenciários, imposto de renda e viagens a serviço.

MEIO AMBIENTE
Ação inédita na Europa e desesperança na Antártida

Uma ação inédita começou a ser analisada, na quinta-feira 28, pelo Tribunal Europeu de Direitos Humanos: grupo de adolescentes portugueses denunciaram juridicamente 32 países que eles consideram omissos em ações positivas à estabilidade climática. No processo, escreveram que sofrem de ansiedade diante da catástrofe que se desenha para suas vidas com o ininterrupto aquecimento global. Os autores da ação têm ciência de que nenhum resultado prático virá. Mas sabem que chamaram a atenção da mídia global. Mais clima: os níveis de gelo marinho ao redor da Antártida desceram aos mais ínfimos níveis para essa época do ano, desde 1979 – a região afetada está com 16,96 milhões de Km2 de gelo. Perda recente de pelo menos 1 milhão de Km2 de área gelada.

RELIGIÃO
O barroco mineiro no Vaticano

A cidade mineira de São João Del Rei é considerada referência artística mundial no segmento da arte barroca. Nada mais justificável, portanto, que dela tenha saído – e também das mãos talentosas do escultor Rogério Godoy – a obra dada de presente ao papa Francisco. Quem a entregou ao pontífice, no Vaticano, foi o reitor da Universidade Federal de São João Del Rei, Marcelo Andrade. Trata-se de uma escultura de vinte e cinco centímetros de altura chamada Madonna in Blues & Gold, feita em cerâmica modelada e revestida com folhas de ouro. Francisco declarou que “a obra sacra do artista mineiro Godoy faz a integração da simplicidade com a expressividade”.