Além do material: o valor histórico do quadriplex dos Guinle
A maior cobertura do Brasil está à venda por R$ 59 milhões. Mansão vertical tem quatro andares e foi residência da família Guinle, elite da sociedade carioca
Apartamento de 3.900 m² fica no edifício Tucuman, no Flamengo: vista para a Baía de Guanabara (Crédito: Divulgação)
Por Elba Kriss
Um endereço histórico atrai olhares de compradores internacionais: trata-se do quadriplex onde morou a tradicional família Guinle nos anos 1950, a maior e mais cara cobertura do Brasil. O apartamento, que está à venda por R$ 59 milhões — uma “pechincha”, após o preço inicial de R$ 65 milhões —, tem 3.900 metros quadrados e fica no edifício Tucuman, no bairro do Flamengo, Rio de Janeiro.
“Esse local faz parte da memória da sociedade brasileira. A cifra não é relativa apenas ao imóvel, existe o valor histórico da propriedade”, ressalta Henrique Martins, corretor responsável desde 2019.
Ele explica que a redução na quantia é uma movimentação natural do mercado, e um chamariz para atrair interessados. “Funcionou, pois já estou conversando com a advogada de um milionário alemão”, diz ele.
Os luxos da residência com vista para a Baía de Guanabara incluem doze banheiros, doze vagas na garagem privativa, jardim suspenso com piscina, saunas (seca e a vapor), spa, sala de jogos, pub, salões interligados por uma escadaria de mármore e pisos de pedras italianas e espanholas.
O cenário foi palco de inúmeras festas organizadas pelos proprietários para a elite carioca.
Foi Carlos Guinle quem concebeu a mansão vertical. Lá viveu Jorginho Guinle, um dos maiores playboys do Rio de Janeiro. Nos anos 1990, foi vendida para o empresário José Carlos Fragoso Pires, presidente do Jockey Club. Sua viúva, que prefere o anonimato, optou pela venda.
“Deixou de fazer sentido como moradia, embora ela tenha apego emocional, saudosismo e entusiasmo de mostrar a casa”, diz Martins. O quadriplex sediou jantares e recepções a chefes de Estado, além de diversos nomes das artes, entre eles Dorival Caymmi, Frank Sinatra e o beatle George Harrison.
Hoje o palacete pode ser locado para eventos ou como set de filmagem. A diária? R$ 50 mil. Prime Video e Globo já investiram no endereço. Entre as produções, o corretor cita a cinebiografia do ex-morador: “O filme Jorginho Guinle: $ó se Vive Uma Vez, obviamente, foi rodado lá”.
