Motor Show

Nissan Kicks: espaçoso e consagrado

O Nissan Kicks é uma interessante alternativa de carro usado abaixo de R$ 100 mil, com boa habitabilidade e porta-malas grande, além de mecânica conhecida e confiável

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Nissan Kicks: espaçoso, econômico e fácil de manter (Crédito: Divulgação )

 Por Rafael Poci Déa

Inicialmente trazido do México, o Nissan Kicks estreou no Brasil ainda em 2016, nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. No ano seguinte, passou a ser produzido na fábrica de Resende (RJ). Sempre foi um SUV compacto racional, que tem como um dos maiores destaques a mecânica consagrada e de manutenção descomplicada. Com 4,3 metros de comprimento e 2,62 de entre-eixos, o Kicks acomoda bem até cinco ocupantes, com medidas superiores às de Jeep Renegade e Chevrolet Tracker.

Seu porta-malas de 432 litros faz inveja aos rivais citados, que tem 320 e 393 litros, respectivamente.

Na versão SL, o Nissan tem:
*bancos em couro,
* chave presencial,
* faróis de LED,
* central multimídia com Android Auto/Apple CarPlay,
* além de seis airbags e câmera 360º.

Com o “Pack Tech”, ganha frenagem autônoma de emergência.

“Escolhi o Kicks pelo visual e pela cabine, com um bom espaço também para quem viaja no banco traseiro. E o porta-malas é grande.”
Rosani Talles dos Santos, proprietária do SUV.

A racionalidade aparece na mecânica: o velho motor 1.6 16V naturalmente aspirado foi sempre a única opção, e tem só 114 cv e 152 Nm. Assim, mesmo com a ajuda do bom câmbio CVT de seis marchas simuladas em acelerações médias/fortes – e apesar do baixo peso do Kicks –, há queixas de falta de força: “O Kicks deixa a desejar nas arrancadas”, reclama Marli de Moraes, outra proprietária.

Mas a própria Marli, de imediato, se lembra do contraponto: “O consumo é excelente, já marquei até 22 km/l na estrada.”

E a economia aparece também na hora da manutenção.

José Nivaldo da Silva, dono da oficina Special Car, em São Paulo, diz que “se as revisões preventivas foram feitas periodicamente, é um carro livre de problemas.”

Em relação ao desempenho, diz que “essa demora nas reações vem também da caixa CVT; faz parte do projeto, não adianta forçar.”

Mas ele dá uma dica: “Em subidas muito íngremes, coloque a alavanca de câmbio na posição L.”

As suspensões são resistentes como se espera de um SUV (mesmo que urbano) e dificilmente apresentam problemas nos amortecedores ou bandejas.

A partir de 30 mil quilômetros, no entanto, o conjunto pode apresentar ruídos. A correção é feita trocando as buchas da barra estabilizadora: “Não compensa instalar peças paralelas, pela menor durabilidade; o defeito retorna após curto período”, alerta Silva.

Outra recomendação é substituir o fluido da transmissão a cada 80 mil quilômetros.

Enfim, espaçoso e simples de manter, o Nissan Kicks é uma compra a se considerar pelo conjunto da obra. Peca um pouco no desempenho, mas capricha no espaço interno, no porta-malas, no consumo e na confiabilidade, com manutenção simples. “Embora tenha mudado de marca, até hoje sinto falta do meu Kicks”, finaliza Santos.