Motor Show

Nissan Versa: turbo pra quê?

O Nissan Versa chega à linha 2024 com mudanças pontuais no visual e nos conteúdos e um desempenho condizente à sua proposta, mesmo sem o uso de um turbocompressor

Crédito: Divulgação

Nissan Versa: redesenhado na versão 2024, alia qualidades do passado com design mais bem resolvido (Crédito: Divulgação)

Por Rafael Poci Déa

Desde o seu lançamento no Brasil, em 2011, o Nissan Versa sempre mostrou como atributos positivos o generoso espaço interno e o volumoso porta-malas. Na época, não era tão belo aos olhos, mas forma e função falavam mais alto. Já a segunda geração surgiu em 2020, preservando as qualidades do primeiro, mas com um toque extra de arrojo visual para conquistar a atenção dos consumidor. Agora, na linha 2024, o sedã ganha alterações externas que o deixam mais próximo do “irmão” maior Sentra.

A principal novidade visual aparece logo na dianteira, onde o conjunto combina o novo para-choque, a grade do radiador em preto brilhante e os detalhes cromados logo abaixo dos faróis em LED.

O novo logotipo da fabricante japonesa serve também para acomodar o radar dos sistemas de assistência à condução, sendo auxiliado por uma câmera que fica instalada no topo do para-brisas.

Outras novidades da linha 2024 aparecem nas rodas diamantadas com aro 17” calçadas por pneus 205/50 e na cor Cinza Lunar, disponível para todas as configurações – Sense, Advance e Exclusive – por R$ 1.900 extras.

Na traseira, uma discreta mudança no desenho do para-choque e um novo spoiler que aparece na tampa do porta-malas de 482 litros – volume superior ao dos rivais Chevrolet Onix Plus (469 litros), Hyundai HB20S (475) e Toyota Yaris Sedan (473), mas inferior aos de Honda City (519) e Volkswagen Virtus (519).

(Divulgação)

O aproveitamento de espaço interno é um ponto-alto desde a primeira geração: são bons 2,620 metros de entre-eixos, com o banco do motorista posicionado mais à frente que o normal, garantindo espaço de sobra para quem viaja no banco traseiro.

Dentro desse bom habitáculo, as novidades incluem revestimento em couro azul/preto ou claro, carregador de celular por indução e um novo apoio de braço central com entradas USB-C, agora também disponíveis para os ocupantes traseiros – que, no entanto, não contam com saídas de ar-condicionado dedicadas.

Faltou também a central multimídia com tela de 8” ser atualizada para poder usar Android Auto e Apple CarPlay sem cabos.

Por fim, os acabamentos têm plásticos de boa qualidade nas áreas de contato, enquanto o banco do motorista com a tecnologia “Zero Gravity”, criada pela Nasa, acomoda muito bem o corpo e não cansa o motorista mesmo após muitas horas ao volante.

A ergonomia ainda é garantida pelos comandos bem à mão e pela coluna de direção que é amplamente regulável, tanto em altura quanto em profundidade (mas os controles dos vidros elétricos podiam ser iluminados: durante a noite, é difícil vê-los).

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O quadro de instrumentos, acima, é metade analógico e metade digital. Os bancos têm tecnologia para melhor suporte. No alto, as imagens da câmera 360º na central multimídia e o botão de partida e o carregador de celular sem fio (mas é preciso usar o cabo para conexão Android Auto / Apple CarPlay). No topo, o alerta do ponto cego.

 

Nada de turbo

O Nissan Versa segue equipado com o velho conjunto de motor quatro cilindros 1.6 16V naturalmente aspirado, sempre casado ao câmbio automático continuamente variável (CVT). É uma receita tradicional, consagrada e muito valente.

Embora sem uso de sobrealimentação ou de injeção direta, o Versa não faz feio em acelerações e retomadas de velocidade. Seguindo as novas normas de emissões, perdeu um pouco da potência, e agora tem 110 cv e 15,2 kgfm com gasolina ou 113 cv e 15,3 kgfm com etanol.

Na prática, são números que resultam em uma dirigibilidade pacata, condizente com a proposta do sedã, desde que o motorista não exija demais do pedal do acelerador.

Uma qualidade positiva aparece no baixo nível de vibração do conjunto mecânico, uma vantagem em relação aos modelos de três cilindros. E uma das características da caixa CVT está em priorizar as baixas rotações: no uso urbano, o Nissan Versa roda em grande parte do tempo na faixa de 1.500 rpm, de forma linear, elevando o conforto acústico – que é auxiliado pelo ótimo isolamento implantado nesta segunda geração.

Ele só reclama mesmo em ladeiras mais íngremes e em ultrapassagens súbitas na estrada, quando exige giros mais altos para deslanchar.

Aliás, na rodovia, o Nissan não costuma sofrer de ruídos aerodinâmicos e é bem plantado nas curvas contornadas mais rapidamente, sem mostrar tendência de escorregar a frente nem a traseira.

A direção assistida eletricamente é rápida e precisa ao esterço, e segundo o computador de bordo, registramos médias urbanas de ótimos 12 km/l e superamos 14 km/l na estrada, viajando a 100 km/h (com gasolina).

Além da suavidade ao rodar, da dirigibilidade bem acertada e do excelente espaço interno, o Versa também traz modernos assistentes à condução em prol da segurança dos até cinco ocupantes.

A lista de itens inclui alertas:
* de colisão com frenagem autônoma de emergência,
* de tráfego cruzado traseiro,
* de ponto cego,
* de atenção do motorista,
* de esquecimento de objetos no banco traseiro.

Há, ainda, seis airbags (frontais, laterais e de cortina), detector de objetos em movimento, câmera 360º e controles eletrônicos de tração e de estabilidade.

(Divulgação)

Nissan Versa 1.6 Exclusive CVT 2024

Preço básico R$ 105.190
Carro avaliado R$ 126.590

Motor: quatro cilindros em linha 1.6 16V, duplo comando de válvulas com variação na admissão e no escape
Combustível: flex
Potência: 110 cv a 5.600rpm (g) e 113 cv a 5.600rpm (e)
Torque: 15,2 kgfm a 4.000 rpm (g) e 15,3 kgfm a 4.000 rpm (e)
Câmbio: continuamente variável (CVT), cinco marchas simuladas
Direção: elétrica
Suspensões: MacPherson (d) e eixo de torção (t)
Freios: discos ventilados (d) e tambores (t)
Tração: dianteira
Dimensões: 4,495 m (c), 1,740 m (l), 1,475 m (a)
Entre-eixos: 2,620 m
Pneus: 205/50 R17
Porta-malas: 482 litros
Peso: 1.139 kg Tanque: 41 litros 0-100 km/h: 10s7 (e)
Velocidade máxima: 180 km/h (e)
Consumo cidade: 11,5 km/l (g) e 7,9 km/l (e)
Consumo estrada: 14,7 km/l (g) 10,2 km/l (e)
Emissão de CO2: 104 g/km
Com etanol = 0 g/km
Consumo nota b
Nota do Inmetro: B
Classificação na categoria: C (Médio)