A Semana

Michael Jordan, maior bilionário da NBA

Crédito:  Brian Bahr/AFP

Michael Jordan: US$ 3,5 bilhões pelo Charlotte Hornets (Crédito: Brian Bahr/AFP)

Por Antonio Carlos Prado

Não é nada incomum que grandes esportistas ingressem com o tempo no mundo dos negócios. Também não é raro que, nessa atividade, não se saiam tão bem quanto na profissão original. Michael Jordan, até nisso, é diferente: brilhou em ambos os setores. É o maior jogador de basquete de todos os tempos. E agora, ao negociar sua participação acionária majoritária no time do Charlotte Hornets (foi o primeiro negro a ser dono de uma equipe da liga), estima-se que ele tenha recebido nada menos que US$ 3,5 bilhões. Quem fez a conta é a tradicional agência Bloomberg (o valor exato da venda não é divulgado), levando em consideração suas receitas com licenciamento de marcas e o quanto já ganhou da NBA — é o maior responsável pelos seis títulos conquistados pelo Chicago Bulls. Segundo a Bloomberg, Jordan manteve participação acionária de 5% do Charlotte Hornets. “Agora é o momento certo para eu entregar as rédeas da equipe”, escreveu ele em carta aos torcedores. “E estou animado, aos 60 anos, para ver o que o destino me reservou nessa etapa da vida”.

Michael Jordan: seis títulos com a equipe do Chicago Bulls (Crédito:Divulgação)

Livros

Finalmente, no Brasil, Ivy Compton-Burnett

Ivy: estreia na literatura em 1925 (Crédito:Divulgação)

Quem lê a obra da escritora inglesa Ivy Compton-Burnett (1884-1969) tem radicalmente uma opção em duas que se polarizam: ou odeia os seus textos ou por eles se apaixona. Para se ter uma idéia da controvérsia que ela gerou entre críticos literários, houve aqueles que a desqualificaram, mas existiu também quem colocou o seu trabalho acima da produção de Virginia Woolf no quesito de qualidade literária. Para o público brasileiro, Ivy Compton-Burnett chega agora traduzida pela primeira vez — e não resta dúvida de que deve ser lida. Pelas Edições Jabuticaba sai Pastors and Masters (Pastores e Mestres), escrito em 1925. Trata-se de um de seus principais livros (e foi o primeiro), ao lado de Daughters and Sons (1937). Na obra que agora é publicada, Compton-Burnett aborda criticamente o tema de uma escola inglesa para meninos no início dos anos 1920. Já aí revelava o estilo que a marcaria para sempre: um texto duro com profusão de diálogos e a figura do narrador sempre em segundo plano. Ela ganhou o prêmio Memorial Prize em 1955.

Virginia Wolf: irritada por ter sido meio de comparação (Crédito:Divulgação)

Clima

O Idalia e o governador da Flórida

Enchentes, destruição e vento de 210 km por hora: o mais forte furacão em um século (Crédito:Joe Raedle)

“Poucas pessoas podem sobreviver estando no caminho de uma grande tempestade ciclônica, e essa tormenta será mortal se não a levarmos a sério”. O alerta fatalista, ou, se quisermos, corajosamente realista, veio na quarta-feira 30 por intermédio da diretora da Agência Federal de Gestão de Emergências dos EUA, Deanne Criswell. O mundo inteiro a ouviu, mas sua fala tinha como pontual destinatária a população da Flórida — e referia-se à chegada nesse estado norte-americano do furacão Idalia. Tempestades ciclônicas causam cheias de mais de cinco metros de altura, provocam incontroláveis enchentes e ocorrem em meio a ventos de até duzentos e dez quilômetros por hora. Foi assim que o Idalia, mesmo perdendo força e se rebaixando do nível quatro (ao sair de Cuba) ao grau três (quando tocou a costa noroeste da Flórida), provocou mortes, inundou ruas e casas, promoveu destruições há tempo não vistas – a categoria máxima é cinco, então três se traduz por violenta manifestação da natureza. Em um século, o Idalia é o mais forte furacão a atingir a Flórida. Duzentas e trinta mil pessoas ficaram sem energia elétrica (450 mil quando alcançou a Geórgia). Esse era o trágico balanço até a quinta-feira 31. Emparedado ficou o governador da Flórida, Ron DeSantis, dono de posições negacionistas quanto às mudanças climáticas e catástrofes naturais. Decidiu aderir à opinião geral com o tosco linguajar que o caracteriza: “Não coloque sua vida em risco fazendo coisa idiota nesse momento. Essa coisa é poderosa”.

O governador Ron DeSantis: ele chamou o que ocorria em seu estado de “coisa perigosa” (Crédito:John Raoux)