Um festival em homenagem a SP

Por Felipe Machado

No cada vez mais agitado cenário cultural de São Paulo, o calendário de shows ganha a primeira edição de um evento que já nasce como o maior do ano: o festival The Town, que acontece de 2 a 10 de setembro. Ganhou o apelido de “versão paulista do Rock in Rio” porque foi criado por Roberto Medina, idealizador do megaevento carioca que teve início em 1985 — desde então, já aconteceu em Lisboa, Madri e Las Vegas. The Town segue o mesmo conceito ao combinar diversos gêneros musicais, além de oferecer atrações como rodas gigantes e tirolesas, espécie de parque de diversões para adultos.

Estará espalhado pelos 360 mil metros quadrados do Autódromo de Interlagos, reformado para abrigar a cenografia inspirada em ícones da arquitetura paulistana. Cada um dos seis palcos terá um estilo diferente:
* o Skyline, o principal, decorado com os arranha-céus da Marginal Pinheiros, terá como destaques Bruno Mars, Foo Fighters, Maroon 5 e Post Malone;
* os encontros musicais inéditos ocorrerão no palco The One, entre eles Criolo com Planet Hemp, e Barão Vermelho com Samuel Rosa;
* no Factory estão agendadas as atrações urbanas, grandes nomes do rap e hip-hop, entre eles Luccas Carlos e Teto;
* os artistas dançantes e DJs estarão no New Dance Order;
* o Square será dedicado ao jazz e blues, com nomes como Stanley Jordan e Hermeto Pascoal.

Essa combinação musical diversa é mesmo o espírito de São Paulo.

Esperanza Spalding: jazz e MPB

A contrabaixista Esperanza Spalding, que se apresenta no The Town em 2 e 3/9, acredita que o jazz e a música brasileira vem da mesma raiz: a alma. “Negros norte-americanos ouvem vocês cantando e se identificam na hora”, diz ela à ISTOÉ. “Vivemos uma jornada parecida.” Esperanza começou a ouvir João Gilberto aos 12 anos e não parou mais. “Gerou um sentimento muito real e familiar”, diz. Sobre o futuro do jazz prefere não arriscar previsões: “Ninguém sabe para onde, apenas que está evoluindo”.

Para Ler

Últimos Contos, de Anton Tchékov, reúne os textos derradeiros do gênio russo. Foram escritos entre 1898 e 1903, oito meses antes de sua morte. Registro essencial do dramaturgo que influenciou nomes como Tennessee Williams e Raymond Carver.

Para Ver

Dirigido por Emma Cooper, a série Johnny Depp X Amber Heard mostra em três episódios o julgamento que abalou Hollywood. A disputa entre o casal é um bom retrato da influência que a mídia e as redes sociais têm sobre as celebridades.

Para ouvir

Inspirada no nome de  uma árvore, a cantora Paula Santoro lança Sumaúma. O álbum tem a participação dos compositores João Bosco, Arthur Verocai e João Donato. O som recria, de forma contemporânea, o estilo dos anos 1970.

Sreaming

Tráfico e jogo do bicho em guerra

Apontada como uma das produções brasileiras de maior sucesso no exterior, a série Impuros está de volta em sua quarta temporada no streaming Star+. Seu enredo segue marcado pelo confronto entre criminosos. Nos novos episódios, a máfia do jogo do bicho, representada por Laura (Silvia Buarque) e o pai, o bicheiro Moisés (Élcio Romar), ataca o líder do tráfico: a dupla promove um atentado contra Evandro do Dendê (Raphael Logam), líder do morro no Rio de Janeiro — a agressão faz o conflito se tornar uma guerra total.

Música

Johann Sebastian Bach na Osesp

Com um programa inteiramente dedicado a Johann Sebastian Bach, a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp) recebe, na Sala São Paulo, um dos maiores especialistas no tema da atualidade: o maestro Masaaki Suzuki. Nacido em Kobe, no Japão, o regente estudou com os mestres holandeses do barroco, Ton Koopman e Piet Kee, e foi cravista em Duisburgo, na Alemanha. É fundador do grupo Bach Collegium Japan, em atividade até hoje. A Osesp executará a Cantata no 10, Suíte Orquestral no 3 em Ré Maior e a Abertura Magnificat em Ré Maior.

Exposição

O mestre da arte cinética no Brasil

O Centro Cultural Banco do Brasil, em São Paulo, exibe a exposição Sérvulo Esmeraldo: Linha e Luz, a mais completa retrospectiva do artista cearense até hoje. A mostra reúne 110 obras do pioneiro da arte cinética, de pequenos trabalhos como gravador, no início da carreira, até chegar nas esculturas. “Ele colocava o humor sempre à frente de tudo e foi um mestre, inclusive, na arte de saber viver”, diz Dodora Guimarães Esmeraldo, curadora da exposição e viúva do artista.

Cinema

A Dama de Ferro de Israel

Com direção de Guy Nattiv, Golda – A Mulher de uma Nação é estrelado por Helen Mirren no papel daquela que foi conhecida como a “Dama de Ferro de Israel”, a primeira – e única – líder feminina a ocupar o posto de primeira-ministra do país. Natural de Kiev, hoje Ucrânia, ela viveu nos EUA até migrar para Palestina, em 1921. Baseado na história real dos dez dias da guerra do Yom Kippur, em 1973, o filme retrata as decisões dramáticas que ela enfrentou durante o conflito.