Rodovias da morte

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Sergio Garcia preside a Arteris, uma das concessionárias com as piores rodovias do Brasil (Crédito: Divulgação)

Por Germano Oliveira

A Arteris, gerida por Sergio Garcia, uma das principais concessionárias de rodovias federais, como a Régis Bittencourt e a Fernão Dias, com trechos conhecidos como “rodovias da morte”, vem sendo acusada de má prestação de serviços em várias estradas das quais é administradora. Na última sexta-feira, 8, ocorreu mais um descaso. A empresa foi alvo de protestos por parte dos usuários que reclamaram da incompetência da companhia ao demorar quase quatro horas para remover destroços de um caminhão incendiado na BR-101, na altura de Palhoça (SC). A negligência revoltou motoristas, que ficaram retidos na estrada totalmente interditada, formando um congestionamento superior a 15kms. Em nota, a empresa disse à ISTOÉ que deve-se considerar que as queixas partiram de tensos motoristas.

Acidentes

A empresa é detentora também de concessões de outras quatro estradas de grande porte no Brasil. A Régis Bittencourt é uma das cinco mais perigosas do Brasil, segundo dados da CNT. No ano passado, aconteceram 86 mortes em suas vias. A Fernão Dias ainda tem trechos importantes que não foram duplicados e muitos acidentes graves acontecem por lá.

Vai piorar

Além das cinco estradas federais, a Arteris administra outras duas rodovias em São Paulo (Intervias e a Via Paulista) e essas também são problemáticas. Somente na Via Paulista aconteceram 22 atropelamentos de janeiro a junho deste ano, por falta de segurança. Ou seja, as estradas do grupo têm problemas, mas o pior ainda está por vir à tona.

Sangue novo

(Zeca Ribeiro)

Renovação de lideranças é a palavra de ordem mais ouvida no PT depois do fracasso nas urnas em outubro. O prefeito eleito de Maricá (RJ), Washington Quaquá, que é também vice-presidente do partido, disse ao Globo que o governo “precisa de sangue novo”, livrando-se dos incompetentes e puxa-sacos, que ele, contudo, não quis nomear. Acha que Lula precisa se relacionar melhor com o Centrão: vai entender.

Rápidas

Bem gerida por Magda Chambriard, a Petrobras volta a registrar lucros satisfatórios. No terceiro trimestre, a estatal obteve ganhos de R$ 32,55 bi, depois de um prejuízo de R$ 2,6 bi no trimestre anterior. Desta vez, a companhia distribuirá R$ 17,12 bi em dividendos.

O que apressou Haddad a pressionar Lula pela implementação do pacote de corte de gastos foi o déficit de R$ 105,2 bi nas contas públicas no acumulado de janeiro a setembro. O PT de Gleisi era contra reduzir despesas.

Em tempos de COP30, o governo tem bons dados para apresentar. O desmatamento na Amazônia caiu 30,6% de agosto de 2021 a julho de 2024 e no Cerrado a redução na devastação foi de 25,7% entre agosto de 2023 e julho deste ano.

Pedro Paulo (PSD-RJ), já está lançando Eduardo Paes como candidato a governador do Estado em 2026, apesar de ele nem ter assumido o segundo mandato de prefeito. “Eduardo não terá alternativa”, resume o deputado.

Retrato falado

“Se cortar direitos na Previdência, não tenho como ficar no governo” (Crédito:Lula Marques/ Agência Brasil)

Carlos Lupi (Previdência Social) disse ao Globo que deixará o governo caso o pacote de corte de gastos atinja benefícios previdenciários ou modifique a política de aumento das pensões com base no reajuste do salário mínimo. Afirmou que se direitos adquiridos forem retirados, ele não tem como permanecer no governo, esquecendo-se que
num regime presidencialista quem decide isso é Lula. Lupi é presidente licenciado do PDT e pretende apoiar a reeleição do petista.

Fura teto

Com a demora de Lula no envio da PEC de corte de gastos para o Congresso – depois de uma guerra entre ministros do PT que resistiram à redução de despesas –, o mercado financeiro é tomado pela alta de juros, do dólar e da inflação, que é um fantasma que ainda assusta os brasileiros, sobretudo os mais velhos. Nesta semana, o Boletim Focos, do BC, divulgou que a estimativa do IPCA por analistas financeiros passou de 4,59% para 4,62%, acima do teto da meta, que é de 4,5%. O mais grave é que a meta é de 3%, com 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. No mês passado, a projeção era de 4,39%. Para 2025, a taxa deve chegar a 4,10% (meta também de 3%).

Preços disparam

Essa preocupação com a inflação aumentou com a divulgação, pelo IBGE, do IPCA de setembro, que ficou em 0,56%, o mais elevado índice desde fevereiro. A alta aconteceu por causa da disparada dos preços dos alimentos, sobretudo da carne, devido à estiagem. A picanha prometida por Lula está bem mais cara.

Quem quer ser vice?

A dois anos da eleição presidencial, os partidos aliados a Lula, como MDB, PSD, PDT e PSB, entre outros, já discutem abertamente como devem se posicionar em relação à reeleição. A maioria defende que o presidente petista dispute um novo mandato, e começam a pensar em nomes para seu vice. O PSB quer que Geraldo Alckmin seja mantido na chapa.

(Divulgação)

Votos do centro

Entre os partidos que sustentam o governo, o MDB é um dos mais assanhados com a possibilidade de ter o vice. E nomes como os dos ministros Renan Filho (Transportes) e Simone Tebet (Planejamento), além do governador do Pará, Helder Barbalho, são os mais citados. Tebet fez a diferença para capturar os votos do centro que elegeram Lula em 2022.

Amigo do Lula

Enquanto o próprio presidente diz que só será candidato à reeleição se não surgir nenhum outro nome que vença a aliança do retrocesso representada pelo bolsonarismo, o ex-presidente José Sarney (MDB) defende que seu partido o apoie. “Sou amigo pessoal do Lula. Gosto muito dele. De maneira que se ele for candidato, sou da opinião que devemos apoiá-lo”, disse ao Estadão.

Toma lá dá cá

Flávio Roscoe, presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais (FIEMG) (Crédito:Divulgação)

Por que a FIEMG propõe substituir as termelétricas de fontes não renováveis por hidrelétricas, eólicas, solares e termelétricas à biomassa até 2035?
Nosso estudo mostra que essa troca reduziria 20,4% o custo total com energia porque essas fontes são 59,6% mais baratas.

Qual será o impacto na economia?
A substituição geraria uma economia de R$ 30,4 bilhões por ano, com um aumento de 0,95% no PIB.

Essa transição energética está alinhada com a meta de redução de gases de efeito estufa em 53% até 2030 e alcançar a emissão líquida zero em 2050?
Para atingir as metas, a capacidade instalada de hidroeletricidade no mundo deveria dobrar até 2050. Precisamos explorar nosso potencial hidrelétrico, mais limpo.