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Conheça as principais opções da direita para 2026

Crédito: Marcelo Estevão/Ato Press;Brenno Carvalho; Vanessa Carvalho

Os governadores Tarcísio, Caiado e Ratinho largam na frente pela direita para 2026 (Crédito: Marcelo Estevão/Ato Press;Brenno Carvalho; Vanessa Carvalho)

Por Germano Oliveira

A dois anos das eleições presidenciais de 2026, a direita começa a medir forças para ver quem larga na frente na disputa pela cadeira de Lula. E os nomes que despontam com maior relevância são os dos governadores Tarcísio de Freitas (SP); Ronaldo Caiado (GO); e Ratinho Jr (PR). Dos três, Caiado e Ratinho já admitem serem presidenciáveis, enquanto Tarcisio ainda não decidiu se disputará a reeleição ou o Planalto. Mas os três se fortaleceram após sucesso nas eleições municipais. Caiado se agigantou ao eleger o prefeito de Goiânia, Sandro Mabel, derrotando o candidato de Bolsonaro, enquanto Ratinho se credenciou ao eleger o prefeito de Curitiba, também derrotando a candidata bolsonarista. Já Tarcísio foi o grande vencedor do pleito ao reeleger o prefeito de SP.

Bolsonaro

Os governadores ganham destaque maior quando se sabe que Jair Bolsonaro dificilmente conseguirá reverter a decisão de inelegibilidade imposta pelo TSE, apesar das negociatas no Congresso para anistiá-lo. Sem poder ser candidato até 2030, o ex-presidente terá que se contentar em ser cabo eleitoral de luxo e abrir caminho para
novos playeres.

Marçal

Embora tenha se desmoralizado na eleição paulistana, ao lançar uma série de fake news contra seus adversários
e de ter se envolvido na imagem mais deprimente do pleito – a cadeirada do apresentador de TV, José Luiz Datena –, o coach Pablo Marçal diz em suas redes sociais que pretende ser candidato a presidente em 2026, o que dividirá a direita.

As alternativas da esquerda

(TON MOLINA) (Crédito:Ton Molina)

A esquerda também começa a se preparar para o pleito de 2026. Em dezembro, o PT realizará um congresso para dar início à escolha do novo presidente da legenda. Essa liderança terá a missão de escolher se o partido caminhará com a reeleição de Lula ou se um novo nome surgirá. Comenta-se que se Lula desistir, o ministro Fernando Haddad tem chances. Mas tudo dependerá do desempenho da economia até lá.

Rápidas

● A candidatura de Davi Alcolumbre à presidência do Senado está cada vez mais consolidada. Depois do PSB, PDT, PP e PL, agora é o PT que decide apoiar o senador para suceder Rodrigo Pacheco a partir de fevereiro. O apoio petista será formalizado por Beto Faro (PA), líder da bancada.

● André Singer, ex-porta-voz de Lula 1, disse ao “Estadão” que o governador de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas, foi o grande vencedor da eleição de 2024, “considerando que São Paulo é um termômetro político.”

● O governo prepara-se para anunciar o pacote de corte de gastos, que pode chegar a R$ 35 bi para cumprir o arcabouço fiscal. Lula precisou convencer os ministros da Educação e da Saúde de que essas pastas podem sofrer cortes.

● As exportações de petróleo podem liderar o comércio exterior brasileiro este ano, superando a soja. Os combustíveis deverão render US$ 45,5 bi, acima dos US$ 45,3 bi que deverão ser obtidos com a leguminosa.

Retrato falado

Senador Humberto Costa (PE): “O governo e o PT precisam de uma chacoalhada” (Crédito:Divulgação)

Coordenador do grupo de trabalho que formula a estratégia eleitoral do PT, o senador Humberto Costa (PE) disse à “Folha” que o partido perdeu o papel inovador que sempre teve em suas gestões e que, por isso, a legenda precisa de mudanças para se atualizar. “O governo e o PT precisam de uma chacoalhada”, disse ele. Apesar da autocrítica, o senador entende que o presidente Lula deve ser candidato à reeleição, “pois certamente será o nome mais forte para a disputa”.

Base aliada cresce

Analisando os resultados das eleições municipais, os articuladores de Lula começam a redesenhar a base aliada não apenas no Congresso, mas, principalmente, nos estados. Em que pese os partidos de esquerda não terem colhido bons resultados, a base aliada do presidente cresceu exponencialmente no pleito de outubro, especialmente no caso do PSD, MDB e União Brasil. E, agora, querem espaço maior na Esplanada dos Ministérios. Os petistas até reconhecem a importância dessa recomposição, mas desejam que esses partidos se comprometam em apoiar a reeleição de Lula. Alguns não querem apenas mais cargos, sonhando, inclusive, em ter o vice nessa nova composição.

Nova governadora

Nesse contexto, os petistas acompanham com entusiasmo o movimento da governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, em deixar o PSDB para filiar-se ao PSD de Gilberto Kassab, que já tem três ministérios no governo. Dessa forma, não haverá mais nenhum governador do Nordeste que faça oposição a Lula.

Disputa na Bahia

Mal as urnas do pleito municipal foram fechadas e já se abriram as apostas para os duelos que se darão pelos governos estaduais. Na Bahia, a previsão é de uma disputa acirrada entre o atual governador Jerônimo Rodrigues (PT), que deve disputar a reeleição, e o ex-prefeito ACM Neto, que tem como trunfo ter reeleito o prefeito Bruno Reis.

(Paulo Lisboa)

Esquentando motores

Outros prefeitos reeleitos agora em outubro pensam em dar passos mais largos em 2026. É o caso prefeito João Campos, reeleito no Recife. Comenta-se que ele deseja disputar o governo de Pernambuco. Já Eduardo Paes, reeleito prefeito do Rio, gostaria de ser governador do Estado do Rio de Janeiro. Tanto um quando o outro estão bem avaliados.

Uma vaga no TCU

(Rafael Vieira)

Em função do toma lá dá cá que os partidos fazem no Congresso para eleger o deputado Hugo Motta para a presidência da Câmara, o PT dá como certa a indicação de um de seus integrantes para uma das duas vagas que se abrirão no TCU. Um dos nomes mais cotados para o cargo está a deputada Gleisi Hoffmann, que deixará a presidência da legenda no início do ano que vem.

Toma lá dá cá

Alessandro Vieira, Senador Do MDB-SE (Crédito:Divulgação)

Alessandro Vieira, senador do MDB-SE Por que sua proposta da CPI da Toga, que é de 2019, não avança?
Não avança quando tem grupos de parlamentares com rabo preso. E os ministros não têm nenhum pudor e puxam o rabo de quem responde a processo ou tem pendências em investigações.

O que revelam as denúncias de venda de sentença?
Mostra que tem infiltração criminosa, que passa pelos escritórios de advocacia e que chega ao gabinete de desembargadores e ministros.

O fim da Lava Jato e a corrupção no Judiciário estão no mesmo contexto?
Sim. Nos últimos seis anos a corrupção se agravou e os órgãos de controle enfraqueceram. Hoje estão submetidos a um interesse político ou amedrontados. São poucas ações e muito limitadas a alvos de menor repercussão.