O maior serial killer brasileiro

Por Felipe Machado

Nos EUA, o gênero conhecido como “true crime” faz sucesso há anos. Inspirados em histórias reais, filmes e séries representam de maneira ficcional, com atores e roteiristas profissionais, crimes hediondos que ganharam destaque na mídia. De alguns anos para cá, a moda pegou no Brasil. Vários desses casos foram parar nas telas, como o do casal Nardoni, Eliza Samudio, Flordelis e Daniella Perez — a lista é longa. No Brasil, o diretor Maurício Eça virou um especialista nessa linguagem. Dirigiu três bem-sucedidos filmes inspirados no caso Suzane Von Richtofen, A Menina que Matou os Pais, O Menino que Matou Meus Pais e A Confissão. Agora Eça volta com outro episódio aterrorizante: Maníaco do Parque narra a trajetória do maior serial killer do País, o motoboy Francisco de Assis Pereira, interpretado no longa por Silvero Pereira. Condenado em 1998 por atacar 23 mulheres e assassinar dez delas, ele enterrava seus corpos no Parque do Estado, em São Paulo. “True crime é um dos gêneros mais procurados hoje, e o mais interessante é que o maior público são as mulheres”, afirma Eça. “Essa história do Maníaco do Parque me interessou porque sentimos que é uma narrativa muito triste, mas que precisava ser contada sob o ponto de vista correto. O filme foi foi feito para dar voz a essas vítimas, que morreram ou que sobreviveram.”

Diretor: do infantil ao true crime

Maurício Eça é conhecido por sua versatilidade. Apesar de ser um dos principais diretores do estilo true crime, ele fez sucesso em longas para o público infanto-juvenil. Dirigiu os dois filmes da série Carrossel, vistos por mais de cinco milhões de espectadores. No início de 2024, esteve à frente de Turma da Mônica Jovem — Reflexos do Medo, vencedor do Prêmio Grande Othelo. “Me interesso por gêneros que ainda não trafeguei, como o terror e a ação”, afirma ele.

Para Ler

Melhor não contar, de Tatiana Salem Levy, é um romance sobre o fim da inocência escrito com força e revolta.
Da autora de Vista Chinesa, narra questões centrais sobre as condições que as mulheres experimentam ao longo da vida, do nascimento à morte.

Para Ver

O Menino e a Garça, longa autobiográfico criado por Hayao Miyazaki para refletir sobre a vida, a morte e a amizade chega enfim ao streaming. A obra do diretor de 83 anos ganhou o Oscar de Animação em 2024 e está disponível na Netflix.

Para ouvir

Inspirada pelos grandes ícones dos anos 1970, a banda gaúcha Hurricanes lança seu segundo álbum, Back to the Basement (selo Formusic). O grupo é considerado um dos melhores da nova geração do rock e blues no País.

Música eletrônica
A maior pista de dança do mundo

Criado na Bélgica em 2005, o maior festival de música eletrônica do mundo acontece no Brasil entre 11 e 13 de outubro. Com mais de 150 artistas, o Tomorrowland reúne DJs e produtores de todas as vertentes do estilo, do house ao tecno. Entre os destaques do palco principal estão o holandês Armin Van Buuren, a belga Charlotte de Witte e os brasileiros Alok e Dubdogz. O evento, que acontece no Parque Maeda, em Itu, no interior de São Paulo, conta com seis palcos e deve reunir cerca de 180 mil pessoas ao longo de seus três dias.

Exposição
Mostra lança olhar sobre o País

O Museu de Arte Moderna de São Paulo inaugura o 38º Panorama da Arte Brasileira: Mil Graus, com curadoria de Germano Dushá e Thiago de Paula Souza. A mostra apresenta 34 artistas de 16 estados brasileiros. Em função da reforma no Parque Ibirapuera, onde fica o MAM, esta edição será apresentada no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo. Estarão em exibição mais de 130 obras, sendo 79 inéditas, divididas em cinco eixos temáticos. Entre os artistas estão o povo Akroá Gamella, sob o nome Rop Cateh (foto).

Série
Quando o algoz vira a vítima

Os atores Cate Blanchett (foto), Kevin Kline e Sacha Baron Cohen estão juntos na nova série da AppleTV+. Disclaimer tem direção do mexicano Alfonso Cuarón (Roma, Gravidade) e é baseada no romance de Renée Knight. Na trama, a respeitada jornalista Catherine Ravenscroft (Blanchett) construiu sua reputação ao revelar os erros e transgressões de outras pessoas. Quando recebe o romance de um autor desconhecido, ela fica horrorizada ao perceber que é a personagem principal numa história que expõe seus segredos mais sombrios.

Teatro
Peça inédita de Tennessee Williams

Com uma abordagem bem à frente de seu tempo em relação a temas como a misoginia, a homofobia e o racismo, o conto Por que Desdêmona Amava o Mouro?, do norte-americano Tennessee Williams (1911-1983), foi descoberto apenas em 2019 pelo dramaturgo norte-americano Tom Mitchell, que também adaptou a obra para o teatro. A peça inédita chega ao País com direção de Noemi Marinho e os atores Luis Marcio Arnaut e Camila dos Anjos (foto) como protagonistas. Em cartaz no Sesc Santo Amaro, em São Paulo, até 17/11.