George Clooney e Brad Pitt: a parceria dos lobos solitários

Por Felipe Machado

Quem disse que não existem mais estrelas de cinema? A ideia cai por terra ao assistir George Clooney e Brad Pitt em Lobos, comédia de ação sobre dois criminosos rivais que precisam atuar em parceria. Estrelas desde os anos 1990, eles não pretendem fingir que são jovens. É aí que está o charme do filme: mostrar que é possível para grandes atores envelhecer com estilo e rindo da própria condição. Aos 63 anos, barba e cabelos grisalhos, Clooney prova que os sessenta são “os novos quarenta”. Já Pitt, com 60, parece ser totalmente imune ao tempo. A trama começa com uma promotora em pânico após um incidente em um hotel de luxo. Clooney, um profissional do crime acostumado a “resolver problemas”, chega antes para dar um jeito na situação. Mas logo é interrompido por Pitt, também contratado para fazer exatamente o mesmo o trabalho. O atrito entre os dois é o que move o longa. Clooney, metódico e preciso, encara Pitt como um amador — e é visto com alguém ultrapassado. No entanto, logo percebemos que ambos são mestres em suas artes e que podem trabalhar de forma complementar. Dirigido por Jon Watts, o filme explora essa disputa entre os personagens. A química entre eles, já posta à prova em Onze Homens e um Segredo, e Queime Depois de Ler, brilha mais uma vez e mostra que “lobos solitários” podem trabalhar bem juntos — até em Hollywood.

Roteiro tem piadas com a idade

Diretor, roteirista e produtor de Lobos, Jon Watts (de Homem-Aranha: Sem Volta para Casa) revelou que ficou apreensivo quando enviou o texto repleto de piadas sobre a idade para os atores sessentões aprovarem. “Incluí as brincadeiras no roteiro e cruzei os dedos. Torci para que não ficassem bravos”, afirmou à imprensa. “Eles acharam que estava tudo na medida certa. Eram assuntos que eles não se importaram de brincar”, completou Watts (foto).

Para Ler

Entretenimento Inteligente: O Cinema de Billy Wilder, de Ana Lúcia Andrade, é uma análise da obra do diretor de Sabrina e O Crepúsculo dos Deuses. Essa nova edição coincide com a exposição em cartaz no Museu da Imagem e do Som (MIS), em São Paulo.

Para Ver

Terra de Ciganos, de Naji Sidki, explora a luta pela preservação das tradições ciganas em meio a sua integração com a sociedade brasileira. O longa oferece um olhar aprofundado sobre temas como o idioma, a cultura e o modo de vida.

Para ouvir

A cantora e compositora King Saints lança Se eu Fosse uma Garota Branca, seu primeiro álbum de estúdio. Ela é autora de hits presentes nos álbuns Doce 22, de Luísa Sonza, e Afrodhit, de Iza, ambos indicados ao Grammy latino.

Música
Encantado ao vivo em São Paulo

Três meses após o lançamento do álbum Encantado, o cantor, compositor, produtor e multi-instrumentista Silva sobe ao palco para mostrar aos fãs a versão ao vivo desse elogiado trabalho. A turnê, que viaja pelo Brasil ao longo dos próximos meses, chega a São Paulo em 27/9, no Espaço Unimed. “Foi muito bom preparar cada detalhe dessas apresentações. Não quero nunca deixar de me emocionar com a minha música e desejo sempre poder ver o impacto que ela causa nas pessoas. Isso é o maior presente que a vida me deu.”

Clássicos
Osesp recebe maestro chileno

O ano de 2024 marca a celebração dos 70 anos da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo. Como parte das comemorações, a Osesp recebe de 26 a 28/9, na Sala São Paulo, o regente chileno Paolo Bortolameolli, maestro associado da Filarmônica de Los Angeles e principal regente convidado da Filarmônica de Santiago, no Chile. Ele comandará um programa recheado de peças latino-americanas, entre elas a Suíte para orquestra, de Gabriela Ortiz; Estallido, de Miguel Farías; e Reisado do Pastoreio: Batuque, de Lorenzo Fernandez.

Teatro
Homenagem ao mestre do samba

O musical Martinho, Coração de Rei mergulha nas raízes do mestre Martinho da Vila, revelando a influência das manifestações culturais africanas em sua obra. Em cartaz no Teatro Sérgio Cardoso, em São Paulo, o espetáculo dirigido por Miguel Falabella é uma celebração à trajetória de um ícone da música popular brasileira. Dividido em dois atos, passa pelo homem de família, pelo compositor e pelo apaixonado por futebol, até chegar ao carnaval e às rodas de samba. Participação das cantoras Leci Brandão e Mart’nália, entre outras.

Arte
Cildo Meireles em dose dupla

Após um período de cinco anos sem uma grande exposição de Cildo Meireles no Brasil, as galerias Luisa Strina e Galatea unem forças para inaugurar duas mostras individuais do artista em São Paulo. A partir de 3/10, a Luisa Strina apresenta Uma e Algumas Cadeiras /Camuflagens, com obras inéditas no País produzidas nas décadas de 1980 e 1990. Já a Galatea exibe a seleção Cildo Meireles: Desenhos, 1964-1977, que aborda o início de sua carreira antes de ele se tornar um dos gigantes da arte conceitual brasileira.