Bolsonaro é ineficaz como cabo eleitoral

Crédito: Mauro Pimentel;Divulgação;Andreas Solaro

Ramagem, Engler e Machado: três candidatos atrapalhados por Bolsonaro (Crédito: Mauro Pimentel;Divulgação;Andreas Solaro)

Por Germano Oliveira
Colaborarou: Mirela Luiz

Os bolsonaristas o tratam como “mito”, mas o fracasso dos candidatos a prefeito nas principais capitais brasileiras apoiados por Jair Bolsonaro mostra que ele não tem a força que imaginava ter como cabo eleitoral. Pelo contrário, tem sido um péssimo puxador de intenções de votos, como atesta o Datafolha. O maior exemplo desse desastrado apoio vem do Rio de Janeiro, onde seu candidato, Alexandre Ramagem, leva uma surra do prefeito Eduardo Paes, candidato à reeleição. Com apoio de Lula, Paes está com 56% nas pesquisas, contra 9% de Ramagem, o homem acusado de usar a “Abin paralela” para investigar pessoas ilegalmente. Em Belo Horizonte, o líder nas pesquisas, com 27%, é Mauro Tramonte, enquanto o candidato do ex-presidente, Bruno Engler, está em quinto, com 10%.

Sanfoneiro

Onde Bolsonaro mais desafina é no Recife. Lá, o seu candidato a prefeito é o sanfoneiro Gilson Machado, ex-ministro do Turismo na sua atabalhoada gestão, e que está levando uma sova de João Campos, candidato à reeleição. O prefeito está com 76% das intenções de votos, contra apenas 6% do bolsonarista, e deve ser reeleito com apoio de Lula.

Marçal

Além de não ajudar a alavancar os candidatos que apoia, Bolsonaro tem puxado para baixo candidaturas pelas quais se empenha. É o caso de São Paulo. Quando começou a campanha, o prefeito Ricardo Nunes liderava as pesquisas, mas desde que o ex-capitão indicou o coronel Mello como vice, até o oportunista Pablo Marçal o passou na corrida eleitoral.

Raspando o tacho

(Pablo Porciuncula)

Para garantir a meta de déficit zero em 2025, Fernando Haddad precisa cortar gastos de R$ 25,9 bilhões do Orçamento para o ano que vem e o ministro não descarta fazer uma revisão nas despesas desembolsadas com o Benefício de Prestação Continuada (BPC). O governo acha que há muitas distorções nos pagamentos desse benefício e por isso fará um pente-fino para analisar 1,2 milhão de beneficiários.

Retrato falado: Marina Silva

Marina Silva: “Do mesmo jeito que tivemos o ‘Dia do Fogo’, há forte suspeita de que agora esteja acontecendo de novo” (Crédito:Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Marina Silva comparou os incêndios a canaviais e matas registrados em São Paulo, no último final de semana, ao “Dia do Fogo” ocorrido na Amazônia, em agosto de 2019, durante o governo Bolsonaro. É que no chamado “Dia do Fogo”, grileiros e fazendeiros se uniram para realizar queimadas criminosas em áreas de florestas na Amazônia, prática que a ministra do Meio Ambiente acredita que tenha se repetido agora no interior paulista. Ela acionou a PF para investigar o caso.

Queda de braço

Contrariando a expectativa de Lula e de empresários do setor produtivo, a taxa básica de juros não vai cair na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para os próximos dias 17 de 18 de setembro. O mercado aposta que a Selic permanecerá nos atuais 10,5% até o fim do ano, embora alguns entendam que poderia haver até uma pequena alta, digamos de 0,25 pontos percentuais. Isso veio à baila após Gabriel Galípolo, indicado como novo presidente do BC, ter dito que uma alta dos juros estava na mesa do Copom. Tudo porque a inflação insiste em não voltar ao centro da meta de 3% (está em 4,22% em 12 meses) e pela frágil política fiscal.

Caminho oposto

Uma das coisas que deve motivar o BC a deixar a Selic como está é a decisão do Fed (o banco central dos EUA) de promover, também em setembro, um corte em sua taxa de juros para estimular os negócios, já que a economia americana caminha para uma desaceleração. Lá, os juros estão na faixa de 5,25% e 5,50%.

Mudança no STJ

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) está com novo comando. Na quinta-feira, 22, os ministros Herman Benjamim (à dir.) e Luís Felipe Salomão assumiram a presidência e a vice-presidência, respectivamente, do tribunal. Eles foram empossados nos lugares da ministra Maria Thereza de Assis Moura, presidente, e do ministro Og Fernandes, vice-presidente.

Maior inclusão

Durante a posse, Benjamim defendeu maior atuação do tribunal na inclusão social e ambiental do País, além de ter manifestado “uma ponta de preocupação” pelo pequeno número de mulheres, afro-brasileiros e minorias no Poder Judiciário. O evento contou com a presença dos chefes de todos os Poderes (Lula, Luís Roberto Barroso, Rodrigo Pacheco e Lira).

Vale sob nova direção

(Divulgação)

Após tumultuado processo de sucessão, o Conselho de Administração da Vale elegeu, por unanimidade, o vice-presidente financeiro, Gustavo Pimenta (foto), para substituir Eduardo Bartolomeo na presidência da mineradora. O nome do executivo foi escolhido de uma lista com 15 nomes. Embora a empresa seja privada, Lula tentou emplacar no cargo o ex-ministro Guido Mantega, sem sucesso.

Toma lá dá cá: Ana Buchaim, da B3

Ana Buchaim, Vice-Presidente da B3 (Crédito:Divulgação )

A ESG é uma estratégia de negócios que veio para ficar ou é somente uma moda?
ESG é, sem dúvida, uma estratégia e boa gestão de negócios. Ela potencialmente rentabiliza companhias, aumenta performance e reduz custos e riscos.

Quais são os principais avanços da ESG?
Um bom exemplo é a designação de ações verdes, destacando as empresas listadas que têm parte de suas receitas vinculadas a atividades baseadas na natureza.

O que impulsionou o acesso aos investimentos nos últimos anos?
De uma década para cá, o avanço foi extraordinário por conta da chegada de novas plataformas de investimentos e a disseminação de informações via redes sociais, o que reforça nosso papel de promover educação financeira.