A Semana

O “sim” que derrubou preconceitos cresce em todo o País

Crédito: Pexels

Casamento homoafetivo: cinco mil uniões masculinas, de janeiro a maio desse ano (Crédito: Pexels)

Por Antonio Carlos Prado

Por meio de uma resolução, em 2013 o CNJ autorizou os cartórios a registrarem uniões homoafetivas — ao longo daquele ano contabilizaram-se três mil e setecentos documentos. Em 2024, a contagem em cotejamento com os onze anos anteriores apresentou um crescimento de 268%. Ou seja: o Brasil é um dos principais países no qual mais cresce essa forma de união, demonstrando que, cada vez com maior veemência, tabus e preconceitos vão sendo derrubados em claro sinal de avanço positivo da nossa sociedade — ainda há muita discriminação, mas geralmente punida quando denunciada. O levantamento é do Portal da Transparência do Registro Civil. Se somados os doze meses do ano passado aos primeiros cinco de 2024, a formação de casais femininos responde por 56,8% dos casamentos homoafetivos em todo o País. Em cartórios foram registradas cinquenta mil setecentas e sete uniões. Quanto aos homens, de janeiro a maio de 2024 firmaram-se em tabelionatos cinco mil uniões. Os cartórios, por sua vez, modernizam-se para atender no em menor espaço de tempo a crescente demanda da comunidade LGBTQIAPN+.

LITERATURA
Fim de um segredo sobre Virginia Woolf

Virginia Woolf: pistas e sinalizações em O Diário de Asheham (Crédito:Divulgação )

Mrs Dalloway é romance datado de 1925 e considerado em todo o mundo uma das melhores obras da escritora inglesa Virginia Woolf (1882-1941). Um mistério sempre o cercou: pouco antes de realizá-lo, a autora teve um colapso emocional tão devastador que a impedia de trabalhar em qualquer texto. Recuperada, nasce de suas mãos e emoções Mrs Dalloway. Como isso foi possível sem que Virginia Woolf se submetesse a tratamentos médicos que lhe foram recomendados? A resposta, agora, também os leitores brasileiros a terão com o lançamento do livro no qual ela não esclarece toda a história, mas dá algumas sinalizações. Trata-se de O Diário de Asheham (Editora Nós), com excelente tradução de Ana Carolina Mesquita — foi pesquisadora-visitante na Universidade Columbia e na Berg Collection, em Nova York, fato que lhe proporcionou contato com os manuscritos originais de Virginia. O Diário sempre foi tido como um livro menor, no estilo e profundidade reflexiva, mas nesse momento se agiganta em importância. Mrs Dalloway, que brotou imediatamente após a falência psíquica da autora, é sem dúvida um dos grandes significantes do modernismo literário.

NASA
E a data de regresso à Terra?

Wilmore e Williams: sorrisos no momento do embarque (Crédito:Divulgação )

Começou a correr a chocante notícia de que os dois astronautas da Nasa (uma mulher e um homem) que viajaram para a Estação Espacial Internacional (ISS) no começo do mês passado e ainda não regressaram à Terra estão perdidos no espaço a bordo da cápsula Starliner – a missão é uma parceria da agência norte-americana com a Boeing. Começaram a circular, também, declarações de técnicos espaciais em reposta a essa hipótese. É fato que, pelo menos até a quinta-feira 4, Barry Eugene Wilmore e Sunita Williams seguiam no espaço sem que a Nasa fixasse uma nova data de retorno – já houve três adiamentos (a foto dessa matéria foi feita no embarque). Os mesmos técnicos, no entanto, na própria quinta-feira, negaram enfaticamente que Wilmore e Williams estivessem presos na cápsula, vítimas de falhas tecnológicas. Acrescentou-se, ainda, que eles não se encontravam sem possibilidades de sair de seu interior. A explicação para a demora do início da viagem de volta, segundo a Nasa, é que seus engenheiros estão analisando os propulsores da cápsula. Também se manifestou o gerente do programa de tripulação comercial da Nasa, Steve Stich: “A nave está em boas condições. Barry e Sunita não estão abandonados no espaço. Nosso plano é trazê-los de volta na Starliner e levá-los para casa no momento certo”. A fala de Stich levantou uma questão: por que ninguém fixa qual é esse “momento certo”? Por que já foi adiado tantas vezes? Diante disso, ele admitiu que ocorreram panes: “O momento certo é pós-conclusão da análise de cinco dos vinte e oito propulsores que tiveram problemas no momento em que a cápsula se aproximava da ISS”.

Steve Stich: propulsores estão com problemas (Crédito:Chandan Khanna)