Divirta-se

A incrível fuga do fundador dos Panteras Negras chega ao streaming

A série 'Big Cigar' narra a cinematográfica história de Huey P. Newton, líder do grupo radical que conseguiu escapar do FBI

Crédito: Steve Wilkie

Andre Holland como Huey P. Newton: fuga cinematográfica (Crédito: Steve Wilkie)

Por Felipe Machado

Inspirada em uma história real, a minissérie Big Cigar, disponível no streaming AppleTV+, combina elementos de ação, comédia e luta pela igualdade racial. Narra a incrível trajetória de Huey P. Newton (Andre Holland), fundador do Partido dos Panteras Negras, grupo radical que lutou contra o racismo e promoveu ações sociais nos EUA nos anos 1960. Longe de ser uma biografia direta do ativista, a produção com seis episódios é baseada no famoso artigo que Joshua Bearman escreveu para a revista Playboy, onde revelou que Newton, perseguido pelo FBI, pediu ajuda a produtores de Hollywood para chegar em Havana, Cuba. O plano consistia em inventar uma filmagem falsa na ilha para levá-lo de forma secreta até lá. Em entrevista a ISTOÉ, Holland falou sobre a responsabilidade de interpretar um personagem tão icônico para a comunidade negra. “No início essa possibilidade me assustou”, confessa. Questionado sobre o viés político da série e o possível ressurgimento de um grupo como os Panteras Negras nos dias de hoje, Holland elogiou sua existência. “Eles não eram apenas um grupo que pregava a violência. Newton foi responsável por grandes avanços sociais na época, como a distribuição de merendas em escolas públicas. Acredito que haveria espaço para esse lado social dos Panteras Negras hoje em dia, sim”, afirma.

Produtores ajudaram o ativista

(Divulgação)

“Vocês não são produtores de sucesso? Então produzam isso.” Foi com essa frase que Huey P. Newton convenceu Bert Schneider (Alessandro Nivola) e Steve Blauner (P. J. Byrne, ambos na foto) a elaborar um plano para levá-lo a Cuba. Havia uma caçada ao líder dos Panteras Negras promovida pelo FBI, que tentava incriminá-lo pela morte de uma garota de 17 anos. Os dois poderosos produtores arriscaram a carreira para ajudar o ativista.

Para Ler

(Divulgação)

Uma adolescente branca desaparece e um jovem negro é encontrado morto no metrô. Esses fatos interligados e a questão racial são o ponto de partida para Golpe de Misericórdia, considerada a obra-prima do ótimo autor norte-americano Dennis Lehane.

Para Ver

(Divulgação)

Situado no ano de 2317, o filme Planeta dos Macacos – O Reinado narra o período pós-liderança de César, quando os primatas conquistaram a paz. Um jovem chimpanzé promove a revolução e muda de novo a relação com os humanos.

Para ouvir

(Divulgação)

Aos 86 anos, Martinho da Vila lança o 58º álbum de sua carreira. O primeiro single é uma releitura de seus sucessos “Disritmia” e “Ex-amor”, com participação de Preta Gil. Detalhe: a letra foi alterada para destacar o protagonismo feminino.

Arte
Projeto itinerante leva a 35a Bienal de São Paulo para todo o Brasil

Obra de Rosana Paulino, em cartaz no Museu de Arte Moderna da Bahia: próxima parada é Brasília, em junho (Crédito:Levi Fanan)

Considerada uma das mais importantes mostras coletivas do mundo, a 35ª Bienal de São Paulo – Coreografias do Impossível atraiu milhares de visitantes ao Pavilhão do Ibirapuera em 2023, mas é evidente que o deslocamento para a capital paulista nem sempre é possível para a maior parte do público brasileiro. De olho nesse processo de democratização da cultura, um projeto itinerante apoiado pelo Grupo CCR levará uma versão reduzida da Bienal para nove cidades brasileiras e ao menos duas no exterior. A iniciativa começa em Salvador, no Museu de Arte Moderna da Bahia, onde foi inaugurada uma seleção com obras de 18 artistas, entre eles Rosana Paulino, Citra Sasmita, Emanoel Araújo, MAHKU, Madeleine Hunt-Ehrlich e Torkwase Dyson. Com curadoria de Diane Lima, Grada Kilomba, Hélio Menezes e Manuel Borja-Villel, a exibição na capital baiana vai até 28 de julho. Depois segue para Brasília, Belo Horizonte, Vitória, Fortaleza e Campinas, entre outras capitais. Também estão previstas mostras em Luanda, na Angola, e La Paz, na Bolívia. “Como a Bienal acontece de dois em dois anos, queremos aproveitar o período em que ela não está exposta em São Paulo para levá-la a outras localidades”, explica Renata Ruggiero, Diretora-Executiva do Instituto CCR, entidade que celebra dez anos em 2024. “Muitos eventos culturais estão concentrados no eixo Rio-SP, por isso nosso objetivo com a proposta é democratizar o acesso a todos.” A abertura em Salvador contou com a performance Repertório n.3, de Davi Pontes e Wallace Ferreira, que utiliza a dança como forma de combater a violência. A 35ª Bienal explora as complexidades e urgências do mundo contemporâneo, abordando transformações sociais, políticas e culturais. Além da exposição, a Fundação Bienal de São Paulo realizará ações educativas em parceria com as instituições envolvidas, como a formação de mediadores e o programa Bienal na escola – Águas Confluentes, que promove visitas de alunos de escolas públicas.

Teatro
Entre a realidade e a ficção

(Divulgação)

Mãe e filho dividindo o palco seria um prato cheio para psicanalistas e seguidores de Sigmund Freud. Mas o público em geral também pode curtir e se emocionar com a intensa e corajosa peça A Última Entrevista de Marília Gabriela, que reúne a apresentadora e seu filho, Theodoro Cochrane. Em cartaz no Teatro Unimed, em São Paulo, o espetáculo aborda temas que envolvem a relação entre os dois, como conflito de gerações, feminismo e homofobia. Em um jogo onde um entrevista o outro, realidade e ficção se confundem.

Documentário
Let it Be é finalmente restaurado

(Divulgação)

Originalmente lançado em abril de 1970, um mês após a separação dos Beatles, o documentário Let it Be sempre foi visto como um retrato sombrio do final da carreira do grupo. Dirigido por Michael Lindsay-Hogg, ficou esquecido e fora de catálogo por um bom tempo. Após a bem-sucedida restauração do material bruto para a série Get Back, de Peter Jackson, cresceu a demanda dos fãs para que fosse lançada também uma nova versão de Let it Be. Os Beatlemaníacos foram atendidos: ela acaba de chegar ao streaming AppletTV+.