A dama de ferro no TSE

Crédito: Mateus Bonomi

Cármen Lúcia é conhecida no STF por sua seriedade e altivez: é a única mulher entre os 11 ministros (Crédito: Mateus Bonomi )

Por Germano Oliveira  Colaborou: Marcos Strecker

Prestes a assumir a presidência do TSE, em junho, a ministra Cármen Lúcia terá a missão de substituir Alexandre de Moraes, que ficou no cargo durante uma das eleições mais conturbadas da história. Em quatro anos, Bolsonaro tentou desacreditar as urnas eletrônicas, além de ter tramado um golpe de Estado para anular o resultado do pleito que elegeu Lula. Não que Cármen Lúcia seja menos “durona”. Ela é firme e incisiva, embora os que a conhecem não deixem de realçar sua generosidade. Mineira, ela é irredutível quando mexem em algum tema que lhe é caro, como a defesa da Constituição e da liberdade de expressão. “O cala-boca já morreu”, frase proferida por ela em resposta às restrições impostas à imprensa, deixou a ministra célebre em 2016, quando era presidente do STF.

IA

Como comandará as eleições municipais de outubro, está apreensiva com a possibilidade de a Inteligência Artificial (IA) ser utilizada para atingir adversários, ao ponto de o TSE ter adiantado que o candidato que usar a IA de forma desonesta terá a candidatura cassada. Por ter presidido o tribunal em 2012, conhece bem como o sistema funciona.

Plataformas

Por isso, ela redigiu, de próprio punho, as normas previstas nas resoluções que servirão de parâmetro para ordenar o pleito deste ano, que elegerá prefeitos e vereadores. Ela tem feito também duras cobranças às plataformas de redes sociais a respeito da responsabilidade delas pelos conteúdos publicados pelos usuários: terão que apagar mentiras.

Sem impunidade

(Joédson Alves/Agência Brasil)

Após ser indiciado na PF por fraudar sua carteirinha de vacinação contra a Covid, Bolsonaro pode sofrer novo indiciamento. Na semana passada, um grupo de senadores, liderados por Randolfe Rodrigues, foi ao PGR, Paulo Gonet, pedir o desarquivamento da investigação feita pela CPI da Covid, que foi engavetada pelo ex-PGR Augusto Aras. Gonet prometeu rever o caso no qual o ex-presidente é acusado de ilegalidades.

Rápidas

• Em baixa nas pesquisas, tanto pelo aumento da violência como pela pressão da bancada da bala, Lula quer evitar atritos no Congresso e não vetará o projeto aprovado na Câmara, e suavizado no Senado, que acaba com a “saidinha” temporária de presos em datas festivas.

Enquanto o centro de São Paulo ainda estava no escuro por causa do novo apagão da Enel, o ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, flanava no Fórum Global de Energia Coraweek, em Houston, no Texas (EUA).

Após Lula ter dito que ela deveria “falar grosso” para resolver os problemas da Saúde, a ministra Nísia Trindade confessou ter rebatido o chefe. “Não preciso falar grosso para ser firme. Quero respeito ao meu modo de ser.”

Investidores da Petrobras continuam insatisfeitos. Em documento enviado à CVM, a empresa confirmou que só vai pagar os dividendos ordinários, enquanto que os R$ 43,8 bi dos extraordinários ficarão retidos na estatal.

Retrato falado: Geraldo Alckmin

Geraldo Alckmin: “O juro alto é uma das piores coisas que temos para a economia” (Crédito: Ettore Chiereguini )

Geraldo Alckmin não esconde ser um dos maiores defensores da política econômica de Haddad. Ele faz coro com os líderes petistas na pressão para que o BC reduza ao máximo a taxa básica de juros, a Selic (hoje está em 10,65%, mas esteve em 13,75% no início do Lula 3). Para o vice-presidente, os índices altos prejudicam a economia. “O juro ainda é alto, apesar de estar caindo 0,5 ponto percentual em cada reunião do Copom. Deveria cair de forma ainda mais rápida”, disse ele.

Cortar gastos

O Ministério da Fazenda anunciou o bloqueio de R$ 2,9 bi do Orçamento de 2024 para evitar o estouro no limite de despesas previsto no novo arcabouço fiscal. Esse valor representa 1,42% do total de gastos discricionários (não obrigatórios) do Executivo neste ano. É pouco. A previsão anterior era “congelar” de R$ 5 bi a R$ 15 bi. Já a projeção para o resultado primário (balanço entre receitas e despesas) ficou com um saldo negativo de R$ 9,3 bi, equivalente a 0,1% do PIB. Apesar da marca negativa, Fernando Haddad ainda está cumprindo a meta fiscal, que prevê um déficit dentro da margem de tolerância de até 0,25 ponto percentual. Cortar gastos é indispensável.

Ano eleitoral

O mercado não acredita no déficit zero em ano eleitoral. Haddad, que trabalha para aumentar receitas, está entre a cruz e a espada. Conseguiu reduzir despesas evitando fraudes na Previdência, aumentando ganhos, como na extinção do Perse, e taxando super-ricos, mas falta convencer Lula a abrir mão da gastança.

A festança do PT

Lula e Janja foram as estrelas da festa de 44 anos do PT, na noite de quarta-feira, 20, em Brasília. Regado a bons vinhos, uísque, espumantes, filé mignon, camarão empanado e até coxinha (prato típico dos tucanos), cada conviva pagou até R$ 20 mil pelo convite. Até Alckmin foi. Só Haddad ficou trabalhando até tarde e furou com os companheiros.

(Divulgação)

Críticas a Bolsonaro

Em um painel gigante no palco, onde estava o casal presidencial, eram exibidas imagens de Jair Bolsonaro para justificar as críticas ao ex-presidente. Lembrou-se do caso das joias, das 700 mil mortes na Covid, da Abin paralela e da tentativa de golpe de Estado. “A política foi transformada pela extrema-direita numa campanha de ódio”, disse Lula.

A descarbonização do alumínio

(Divulgação)

Miles Prosser, secretário-geral do Instituto Internacional do Alumínio, será um dos palestrantes do 9º Congresso Internacional do Alumínio, que acontecerá nos próximos dias 9 e 10, em SP. Considerado uma das principais lideranças mundiais na transformação da indústria do produto, Miles mostrará que o metal será aliado estratégico para a descarbonização e transição energética.

Toma lá dá cá: João Doria Neto, presidente do Lide

João Doria Neto, presidente do Lide (Crédito:Divulgação )

O próximo evento internacional do Lide acontecerá em NY, em maio. Quem já confirmou presença?
Estão confirmados os presidentes do Congresso, Rodrigo Pacheco, da Câmara, Arthur Lira, e o ministro do STF, Alexandre de Moraes. Além de 12 governadores e centenas de empresários.

Os temas em debate foram definidos?
O evento discutirá o potencial do Brasil diante das oportunidades de investimentos, a conjuntura econômica e os reflexos das eleições nos EUA. Este ano, o Lide realizou seminários na China, Suíça, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, além de outros no Brasil.

Quais serão os próximos?
No Brasil, temos uma agenda com mais de 50 eventos e ainda teremos missões para o Reino Unido, Portugal e França.