A Semana

Paris se prepara para o show das atletas brasileiras

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Rebeca Andrade: às suas exibições se voltam todos os olhares do mundo (Crédito: Divulgação )

Por Antonio Carlos Prado

O pedagogo e historiador francês Pierre de Frédy, falecido em 1937, ficou registrado na história pelo seu título nobiliárquico: Barão de Coubertin. Fama mesmo, no entanto, essa começou quando ele, em 1896, tornou-se o principal responsável pela realização dos primeiros Jogos Olímpicos da Era Moderna. O Barão errou feio, no entanto, quando declarou que “uma Olimpíada com mulheres seria desinteressante”. Le temps passe, estamos a quatro meses dos Jogos de Paris, e é impossível não comemorar: na última semana decidiu-se que das cento e sessenta e duas vagas confirmadas a brasileiros, cem são destinadas às atletas, tal a projeção (leia-se quantidade de medalhas de ouro) que elas têm conquistado nos mais importantes torneios internacionais. A participação feminina em Olimpíadas começou em Los Angeles, com Maria Lenk. Foi ela a pioneira. Hoje, é impensável, meu caro Barão de Coubertin, fazer Olimpíadas sem as competidoras brasileiras, nas mais diferentes modalidades esportivas — e as grandes favoritas às medalhas de ouro são Rebeca Andrade, Bia Ferreira e Rayssa Leal. Já no Japão, em 2020, a delegação brasileira registrou a maior participação feminina na conquista de medalhas: das nove ganhas pelo Time Brasil, 42,8% foram para mulheres. Sucesso total.

Barão de Coubertin: contrário à participação de mulheres em Jogos Olímpicos (Crédito:Divulgação )

LIVROS
Atriz que ganha o Oscar passa a ser infeliz nas relações amorosas

O mais prestigiado e cobiçado prêmio na área do cinema, o famosíssimo Oscar, carrega consigo um estigma do qual em Hollywood evita-se falar: atriz que é laureada passa a ser infeliz nas relações amorosas e acaba se separando do companheiro ou companheira. Claro que é superstição, e prova disso é o grande número de rompimentos e divórcios entre quem nunca foi premiado, mas o assunto desperta sempre o interesse da população norte-americana. Vem daí certeza de sucesso para o recém-lançado livro 50 Oscar Nights, de autoria do escritor e cineasta Dave Karger. Um dos depoimentos que está na obra é o da atriz Sally Field, vencedora do Oscar em 1980 por sua atuação em Norma Rae. Segundo Field, “quando chegou a festa de gala ele não foi legal comigo e deixou claro que não me acompanharia”. O seu parceiro era o ator Burt Reynolds. “Não o vi ficar feliz”, disse a atriz. Pouco depois se separaram. Não resta dúvida de que a competitividade, o ciúme e o machismo foram o combustível que fizeram Reynolds se distanciar de Field. Reynolds também teria se recusado a acompanhá-la ao Festival de Cannes.

1980, a atriz Sally Field em Norma Rae: o machismo de Reynolds não suportou vê-la premiada (Crédito:Divulgação )

CASO MARIELLE
STF valida delação do executor Ronnie Lessa

Deputado Federal Chiquinho Brazão (Crédito:Divulgação )

Há seis anos, mais pontualmente na noite de 14 de março de 2018, a vereadora Marielle Franco foi covardemente executada dentro de seu carro no Rio de Janeiro — na ocasião morreu também o motorista Anderson Gomes. A denúncia de milícias era o mainstream do trabalho político de Marielle. A Polícia Civil, ao longo desse tempo, descobriu quem atirou e demais pessoas envolvidas perifericamente no crime (há um ano a PF ingressou na investigação). Jamais se chegou, no entanto, ao nome ou aos nomes dos mandantes. A excelente notícia dada na semana passada pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, é que a prisão de quem ordenou a execução é agora fato concreto. Lewandowski anunciou que o STF validou a delação premiada do ex-policial militar Ronnie Lessa, autor dos disparos contra Marielle e Anderson. Ele está preso. No Tribunal, o relator das investigações é o ministro Alexandre de Moraes – um dos brasileiros mais corajosamente atuantes em defesa do Estado Democrático de Direito. O ministro da Justiça assegurou que logo o País terá o caso deslindado. “Sabemos que esta delação premiada, que é um meio de obtenção de provas, trás elementos importantíssimos”, declarou ele. “Brevemente teremos a solução do assassinato da vereadora Marielle Franco”. A Câmara dos Deputados foi informada que o deputado Chiquinho Brazão teria sido citado na delação. Ele nega envolvimento com o crime.

Lewandowski: “Brevemente teremos a solução”
Lessa, autor dos disparos: em sua delação, ele teria citado o deputado Chiquinho Brazão (no alto), que nega qualquer envolvimento com o crime (Crédito:Divulgação )