Comissões explosivas

Crédito: Myke Sena, Divulgação, Vini Loures

Os deputados do PL Nikolas Ferreira, Carol de Toni e Alberto Fraga podem implodir as principais comissões da Câmara na defesa de Bolsonaro (Crédito: Myke Sena, Divulgação, Vini Loures)

Por Germano Oliveira

Em uma das maiores derrotas do governo na Câmara, os três mais barulhentos deputados da extrema direita, todos do PL, Nikolas Ferreira (MG), Caroline de Toni (SC) e Alberto Fraga (DF), foram eleitos quarta-feira, 6, para presidirem as mais importantes comissões internas da Casa, com a promessa de encaminharem medidas que favorecerão Bolsonaro. Pela ordem, Nikolas presidirá a Comissão de Educação; Carol comandará a Comissão de Constituição e Justiça; e Fraga chefiará a Comissão de Segurança. Serão três enormes problemas para Lula e para a centro-esquerda. Carol, certamente, será a mais estridente. Está sendo investigada por atos antidemocráticos pelo STF e já disse que pode usar a CCJ para pedir anistia aos acusados pela tentativa de golpe, incluindo o ex-presidente.

Ideologia

Nikolas, que está sendo processado no STF por ter chamado Lula de “ladrão”, é outro que promete provocar uma guerra ideológica, inviabilizando o debate de assuntos realmente pertinentes à educação. Ele quer resgatar o inexequível projeto sobre o homeschooling. Já o coronel-PM Alberto Fraga diz que vai propor a volta das políticas armamentistas.

Acordão

Esses superpoderes para o segmento mais reacionário do PL só poderiam ter a articulação de Arthur Lira, que, para variar, torna-se ainda mais poderoso e deixa Lula mais refém dele. Ao comentar a escolha dos deputados, Lira lembrou que isso foi resultado de acordo entre os líderes, no ano passado, e que não cabe a ele censurar nenhum nome.

A estreia de Janja na ONU

(Evaristo Sa)

A primeira-dama Janja foi nomeada por Lula como integrante da comitiva do Ministério das Mulheres, comandado por Cida Gonçalves, que participou da 68ª Sessão da Comissão sobre a Situação da Mulher nas Nações Unidas, realizada esta semana, em Nova York. Janja compareceu ao evento na condição de socióloga. É sua primeira viagem internacional sem estar acompanhada do presidente. Ela volta neste sábado, 16.

Rápidas

Parlamentares governistas estão enfurecidos com o secretário-executivo de Relações Institucionais, Olavo Noleto, acusado de engavetar pedidos de liberação de emendas e de nomeações. Padilha avalia substituí-lo por Mozart Salles, seu ex-assessor no Ministério da Saúde.

Marcelo Castro, relator do novo Código Eleitoral no Senado, fará importantes mudanças no texto aprovado na Câmara: derrubará a proibição de pesquisas às vésperas da eleição e vetará campanha em templos religiosos.

A PF associa os US$ 172 mil apreendidos na casa do ex-secretário de Planejamento da Abin, Paulo Maurício Fortunato, a um “atípico” direcionamento de verba sigilosa da instituição para o então presidente Alexandre Ramagem.

O governo orientou os ministérios que não promovam qualquer ato em memória dos 60 anos do golpe militar de 31 de março de 1964. A recomendação foi dada por Lula: “As pessoas não devem ficar remoendo a ditadura”.

Retrato falado

Senador Rodrigo Pacheco: “Não fomos presos graças à sua eleição e posse” (Crédito:Mateus Bonomi)

Em reunião de senadores com Lula no Palácio da Alvorada, na semana passada, Rodrigo Pacheco falou da importância da eleição do petista para a democracia, lembrando que se não fosse a eleição e posse de Lula, o presidente da República não teria assumido e tanto ele quanto o ministro Alexandre de Moraes (STF) poderiam ter sido presos, conforme revelaram detalhes da minuta apreendida com os aliados de Bolsonaro. As prisões teriam até data: dia 18 de dezembro de 2022.

O dilema da Petrobras

Não é segredo que o governo petista prefere manter políticas públicas para que as empresas estatais sejam as indutoras do desenvolvimento. E é isso o que estaria acontecendo com a Petrobras. Na quinta-feira, 7, a petrolífera anunciou lucro líquido, em 2023, de R$ 124,6 bilhões, bem abaixo dos R$ 188,3 bi de 2022. Ocorre que a estatal divulgou que iria distribuir só R$ 72,4 bi em dividendos ordinários, menos do que os valores esperados pelo mercado. Pior. Decidiu que não distribuirá dividendos extraordinários estimados em R$ 43,9 bi. A decisão teria sido de Lula para permitir que o dinheiro fosse usado em investimentos. A decisão frustrou investidores.

Renacionalização

Fala-se que a Petrobras estaria se preparando para migrar para energias renováveis ou para “renacionalização de ativos”, o que significa dizer que poderia voltar a estatizar empresas privatizadas, como a Vibra e a Refinaria de Mataripe (vendida à Acelen). Jean Paul Prates nega. Ele está “balançando”.

Desafios do STF

Desde que assumiu a presidência do STF, Luís Roberto Barroso tem se ocupado de dois temas polêmicos: a descriminalização do aborto e a fixação da quantidade que distingue traficante e usuário de maconha. Ele enfatiza que o Supremo não está decidindo legalizar a droga, muito menos invadindo competências do Congresso: o Senado quer criminalizar.

(Divulgação)

Descriminalização

Sobre o aborto, Barroso explicou, durante aula magna na PUC do Rio na sexta-feira, 8, que pediu vistas adiando a votação sobre a descriminalização da prática por entender que ela precisa de mais debate.“O aborto não é uma coisa boa, deve ser evitado, mas temos de enfrentar o problema de outra forma, porque prender a mulher não serve para nada.”

O resgate do plástico no mar

(Divulgação)

A Embalixo, líder brasileira em sacos para lixo, está lançando linha de novos produtos comprometidos com a sustentabilidade. A iniciativa, elaborada em parceria com o Instituto Argonauta, que trabalha pela preservação da vida marinha, objetiva recolher 150 toneladas de resíduos plásticos do mar, transformando-os em sacos para lixo, como explica Rafael Costa, diretor comercial.

Toma lá dá cá: Tadeu Barros, do Centro de Liderança Pública

Tadeu Barros, diretor-presidente do Centro de Liderança Pública (CLP) (Crédito:Divulgação )

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