Comportamento

O poder dos desejos

ONG realiza sonhos de crianças e adolescentes com doenças graves, proporcionando alegria, força e resiliência para elas enfrentarem os desafios das enfermidades

Crédito: Divulgação

A jovem Larissa, 16, gravou uma de suas canções e subiu ao palco em uma apresentação musical (Crédito: Divulgação )

Por Alan Rodrigues

No Brasil, existem 815.676 mil organizações não governamentais (ONGs) distribuídas por todo território nacional, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os números mostram que oito em cada dez são associações sem fins lucrativos. Ou seja, são juridicamente constituídas como um grupo de pessoas que têm uma causa em comum. Ao certo, não existe uma única cidade brasileira que não tenha pelo menos uma instituição dessas. Somente a capital paulista soma mais de 50 mil entidades.

Uma dessas organizações chama a atenção das pessoas pelo impacto positivo que o trabalho voluntário tem realizado. Trata-se da Make-A-Wish, a única organização social do país que é dedicada exclusivamente a converter os sonhos de crianças e adolescentes, com graves problemas de saúde, em realidade. “A realização de um sonho pode ser uma experiência transformadora, capaz de proporcionar alegria, força e resiliência para enfrentar os desafios da doença”, diz a diretora-geral da MAWB no Brasil, Thais Bernardini.

Com uma missão tão poderosa quanto simples, a entidade visa levar alegria e esperança à vida das crianças e suas famílias. Desde ter um laptop, passando por uma festa de aniversário ou conhecer seus ídolos, até viajar para destino dos sonhos, a organização trabalha para tornar reais os desejos. “Essas crianças escutam tantos nãos e esses sins são sins da vida. Eles mantêm essa ligação mesmo com tudo que é positivo, com tudo que é bom”, avalia Daniela Badari.

Neste mês, Larissa Bianca Badari, 16 anos, filha de Daniela, teve o sonho realizado. Ela sofre há quatro anos com um sarcoma, que começou junto ao músculo do braço. A pequena, que transpira cultura, toca vários instrumentos musicais, canta e compõe as próprias letras de suas canções, viu sua vida dar uma “freada brusca” quando descobriu a doença e as recidivas que aconteceram nesses três anos.

“Meu sonho é ser cantora, atriz ou alguma coisa no campo das artes. No hospital em que me tratava, falaram da ONG. Fomos atrás”, conta Larissa, que acaba de gravar sua música e o trabalho será distribuído por uma plataforma de streaming. “Ela já até deu um show”, conta Thais Bernardini.

A força motriz por trás desse movimento está na crença fundamental de que cada criança merece um momento de felicidade e realização, independentemente dos desafios que enfrenta.

No ano passado, a ONG conseguiu contemplar 268 sonhos, um crescimento de 16,5% a mais que em 2022.

Estudos demonstram que realizar um desejo pode ter um impacto positivo significativo no bem-estar emocional e físico das crianças, ajudando-as a encontrar forças para enfrentar seus desafios de saúde com determinação renovada. “Deixar os sonhos vivos, acesos, que trazem esses sins, que eles tanto precisam para continuar lutando”, diz Daniela.