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A oração ao tempo de Caetano Veloso e Maria Bethânia

Crédito: Lana Pinho

Três noites em São Paulo marcam os últimos shows de Caetano Veloso e Maria Bethânia em 2024 (Crédito: Lana Pinho)

Por Ludmila Azevedo

Dez cidades, 18 shows e mais de meio milhão de pessoas aplaudindo. Por trás do saldo positivo da turnê dos irmãos Caetano Veloso e Maria Bethânia, o que há de mais grandioso é a força da música que os dois construíram ao longo de suas vidas. Canções que embalaram diversas gerações, o que é nítido ao notar que o público presente nas apresentações pelo Brasil vão de pessoas da mesma idade de Caetano e Bethânia, passando pelos jovens até chegar a crianças. A “oração ao tempo” funcionou e ele foi generoso não apenas com esses baluartes da Música Popular Brasileira como com quem teve a oportunidade de adquirir o ingresso. Em três noites no Allianz Parque, em São Paulo — dias 14, 15 e 18 de dezembro —, a dupla estará acompanhada por uma banda formada por músicos e cantores de primeira. O espetáculo é de tirar o fôlego, com destaque para as projeções que passeiam pelos tempos dos Doces Bárbaros, da Tropicália, homenageiam amigos e celebram a Bahia e o Brasil. Os filhos de Dona Canô “rezam juntos” sua novena, no entanto, há momentos solo tanto de Caetano, quanto de Bethânia. Dentre as canções, os destaques: “Reconvexo”, “Alegria, Alegria”, “A Tua Presença Morena”, “Cajuína”, “Odara” e “Um Índio”. Quem perder ou quiser rever, pode tentar no ano que vem em Salvador, Rio de Janeiro e Porto Alegre.

Gal em evidência

(@roncca)

Quando as imagens de Gal Gosta, que morreu em novembro de 2022, tomam o telão, é inevitável a emoção do público. Caetano e Bethânia celebram na turnê a parceria com a artista singular e, principalmente, uma amizade de décadas. Juntos cantam composições dele gravadas e eternizadas por Gal, como “Vaca Profana” e “Baby”. Para além delas, a memória da artista baiana está em vários momentos.

Para Ler

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Membrana, de Jorge Carrión, passeia por ensaio, crítica de arte e ficção científica. No ano de 2100, o Museu do Século XXI revela uma jornada pela história da humanidade e sua relação com a tecnologia.

Para Ver

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A comédia Falando a Real (Apple TV) chega ao final da segunda temporada neste mês. Temas como redenção e perdão dão a tônica do protagonista, o terapeuta Jimmy (Jason Segel) e dos demais personagens.

Para ouvir

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Outros Fios é o segundo disco do cantor, compositor e multi-instrumentista paulistano Chico Bernardes. São dez faixas autorais que mostram porque ele é considerado uma das grandes revelações da MPB atual.

Exposição
Crítica aos bilionários

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Durante dois anos, a artista visual Pinky Wainer trabalhou na série de obras, de grandes dimensões, que questiona o poder e o privilégio de homens bilionários. A exposição pode ser vista no Projeto Vênus, em São Paulo. As figuras traduzem histórias de violência, acúmulo e brutalidade, como reiteram palavras a exemplo de “Empire” e “Cannibal”, que a artista escreve sobre a tela em rosa-choque ou amarelo. “São eles os responsáveis pelo que está acontecendo conosco”, disse Wainer. Até 21 de dezembro.

Dança
Clássico com gostinho de Brasil

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Em cartaz no Teatro Sérgio Cardoso, em São Paulo, O Quebra-Nozes no Mundo dos Sonhos, da São Paulo Companhia de Dança, faz uma releitura do libreto de E.T.A. Hoffmann. Numa noite de Natal, um boneco quebra-nozes ganha vida e conduz dois irmãos em uma jornada inesquecível. Além de dança urbana, a coreógrafa Márcia Haydée deu uma pitada de brasilidade ao balé, incluindo a capoeira. A história é embalada por uma das composições mais famosas do russo Tchaikovsky (1840-1893). Até o dia 15 de dezembro.

TV
Beatlemania na América

(Beatles 64)

Martin Scorsese produz o documentário Beatles’ 64 (Disney plus), com direção de David Tedeschi. São imagens raras e cenas curiosas dos bastidores da primeira viagem de John, Paul, George e Ringo aos Estados Unidos. Eles são recebidos por fãs enlouquecidos em Nova York, antes da apresentação histórica no programa Ed Sullivan Show, que colocou 73 milhões de telespectadores vidrados, ao vivo, na telinha. O melhor fica por conta das conexões musicais entre o quarteto com nomes como The Ronettes e The Miracles.

Teatro
Uma lenda da atuação

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Aos 91 anos, Othon Bastos sobe ao palco para contar histórias inéditas de seus 70 anos de carreira no monólogo Não me entrego, não! – nome que faz referência ao espetacular personagem Corisco, que ele interpretou em Deus e o Diabo na Terra do Sol –, no palco do Sesc Franca, interior de São Paulo. A direção de Flávio Marinho mistura a vida e a arte do ator, com uma estrutura dividida em blocos temáticos: trabalho, amor, teatro, cinema e política, cujas reflexões envolvem citações e referências. Dias 13 e 14 de dezembro.