Nova York cria pedágio urbano para veículos
Metrópole com o pior tráfego dos EUA institui pedágio urbano para evitar caos viário que se instalou na cidade
Por Luiz Cesar Pimentel
Diariamente, a área mais movimentada de Nova York, a parte baixa da ilha de Manhattan, recebe 700 mil carros, táxis e caminhões, naquele que é considerado o pior tráfego dos EUA e um dos piores do mundo. Pensando nisso, a partir de 5 de janeiro de 2025 a Autoridade de Transporte Metropolitano (MTA) da cidade decretou implementação de um pedágio urbano de U$ 9 (cerca de R$ 54) para veículos que circularem pela região abaixo da Rua 60. O objetivo é também arrecadar fundos para o transporte público e estimulá-lo.
A proposta inicial era cobrar US$ 15 (R$ 90) por carro começando em junho passado, mas a governadora do estado, Kathy Hochul (Partido Democrata), suspendeu a programação até que fossem estabelecidos critérios claros. Assim, os valores variam conforme o tipo de veículo. Caminhões e ônibus pagarão aproximadamente US$ 20 (R$ 125), táxis terão uma taxa de US$ 0,75 (R$ 5) e veículos de aplicativos, US$ 1,50 (R$ 10). À noite, ônibus e caminhões terão descontos de até 75%.
Foi feita estimativa de que os habitantes da cidade perdem em média 117 horas por ano parados no trânsito, o que significa prejuízo de produtividade estimada em US$ 2 mil (R$ 12,5 mil) por pessoa. E se os carros viajam a 11,4 km/h em média na região, os ônibus sofrem as consequências e a velocidade das viagens cai ano a ano, com um acumulado de 30% na última década e meia.
Além da perda financeira, o trânsito caótico traz prejuízos sociais, como:
● sujeira pela emissão de carbono,
● poluição sonora,
● maior número de acidentes,
● além de carros ocupando espaços de pedestres.
Com a medida, a iniciativa nova-iorquina poderá servir de modelo para outras cidades norte-americanas que sofrem do mesmo problema.
O sistema de trânsito de Nova York é centenário e, segundo o MTA, a previsão é de arrecadação de US$ 15 bilhões (R$ 90 bilhões) para modernização do planejamento viário. “O trânsito precisa ser preservado, expandido e melhorado ou Nova York não será Nova York”, disse Janno Lieber, diretor executivo da Autoridade de Transporte Metropolitano na metrópole.
Motoristas que já pagam pedágios nos túneis Lincoln, Holland, Queens-Midtown ou Brooklyn-Battery para terem acesso à região baixa de Manhattan receberão descontos durante os horários de pico. Os críticos do programa dizem que ele prejudicará as empresas que estão nessas zonas com pedágio.