Lou Reed: a biografia do cara que cantou o lado B de Nova York
Obra sobre a trajetória do músico Lou Reed revela como o garoto andrógino se tornou um dos grandes poetas do rock
Por Felipe Machado
A grande qualidade de Lou Reed: The King of New York, a nova e excelente biografia de Will Hermes, é que ela oferece duas histórias muito interessantes: a de um adolescente entediado, típico dos subúrbios dos EUA pós-guerra, e a de seu alter ego — o talentoso guitarrista e poeta que formou o grupo Velvet Underground e conviveu com a nata da arte de Nova York nos anos 1970. Lou Reed era um garoto frágil, deprimido e disléxico, com atração por homens e mulheres. Aos poucos descobriu que o rock and roll poderia mudar sua vida e torná-lo o maioral em Manhattan, no momento em que a cidade se tornava a capital do mundo. Ainda era um músico desconhecido quando conheceu o mentor que mudaria sua vida: Andy Warhol usou o Velvet Underground como canvas para seus experimentos artísticos. Mas Lou Reed não permitiu que o guru da pop art dominasse sozinho a banda. Mostrou seu talento em composições como “Sweet Jane” e “I’m Waiting for the Man”, que se tornaram hinos do rock independente, e assumiu a liderança do grupo. Quando consolidou sua imagem como um astro do rock, partiu para a carreira solo — e seguiu escrevendo grandes canções, com “Walk on the Wild Side” e “Perfect Day”. Premiado como o livro do ano pelas revistas Rolling Stone e Variety, a biografia de Lou Reed é uma obra obrigatória para os amantes do rock and roll.
A origem da música alternativa
Considerados os pais do rock alternativo, o Velvet Underground criou um novo som que mudou o mundo da música. Dirigido pelo renomado cineasta Todd Haynes, o documentário sobre o grupo (AppleTV+) mostra como Lou Reed, John Cale, Sterling Morrison e Angus MacLisen (foto) criaram uma obra atemporal, com raízes na arte erudita e na cultura urbana. O filme é repleto de preciosidades, como shows inéditos e um abrangente acervo de raridades.
Para Ler
Um episódio pouco conhecido da história brasileira é contado com maestria em 1924: Tenentes Rebeldes, de Dácio Nitrini. Narra a mais violenta guerra urbana no País, quando oficiais paulistas das Forças Armadas tentaram implantar uma ditadura militar.
Para Ver
Dirigido por João Daniel Tikhomiroff e com Romulo Estrela no papel principal, a aventura Perfekta: Uma Aventura de Gênios conta a história de uma turma que precisa vencer desafios para salvar a memória de Einstein, o robô da escola.
Para ouvir
Popular nos anos 2000 graças ao hit “Esperando na Janela”, trilha da novela Laços de Família, a banda Cogumelo Plutão lança um novo EP: Eu Quero Tanto traz cinco novas canções, gravadas ao longo dos últimos quinze anos.
Teatro
O clássico de Boccaccio revisitado
Os Parlapatões fazem nova temporada de Decameron no espaço do grupo na praça Roosevelt, em São Paulo. Inspirada no clássico de Giovanni Boccaccio, o trabalho costura histórias medievais e contemporâneas com naturalidade, provocando risos e reflexões. A peça conta com dramaturgia de Hugo Possolo e dramaturgismo de Camila Turim. Nasce do projeto Ocupação Decameron: durante dez dias foram feitas apresentações nas ruas do Centro. Dessas intervenções, foram escolhidos os textos e cenas que compõem o espetáculo.
Modernismo
Ocupação Oswald de Andrade
Além de ser um dos principais articuladores da Semana de Arte Moderna de 1922, Oswald de Andrade deixou um vasto legado. Sua obra marcou a literatura, a música, o teatro e as artes visuais no Brasil. Na data que marca os 70 anos de sua morte, uma mostra em São Paulo reúne mais de 160 itens, entre recortes de jornais, primeiras edições de seus livros, objetos pessoais, manuscritos e datiloscritos originais de livros, peças e poemas. A Ocupação Oswald de Andrade, promovida pelo Itaú Cultural, acontece até 23 de fevereiro de 2025.
Dança
O amor da bailarina e do guerreiro
Sob a direção artística de Adriana Assaf, a Cia Paulista de Dança apresenta um dos grandes clássicos do balé mundial: La Bayadère estará em cartaz de 23 a 31/10 no Teatro Sérgio Cardoso, em São Paulo. O balé tem três atos e cinco cenas, com música de Ludwig Minkus, coreografias de Marius Petipa e libreto de Petipa e Sergei Khudenov. Estreou mundialmente em 1877, em São Petersburgo. A obra conta a trágica história de amor entre Nikiya, uma bailarina do templo, e Solor, um guerreiro, e é ambientada na Índia antiga.
Show
O festival de peso do Slipknot
Grandes nomes do rock pesado mundial desembarcam em São Paulo: o Knotfest Brasil, festival promovido pelo grupo norte-americano Slipknot, acontece em 19 e 20 de outubro no Allianz Parque. Serão mais de 20 bandas no palco, além dos dois shows em que os anfitriões vão comemorar os 25 anos de carreira. Entre os artistas convidados estão Amon Amarth, DragonForce, Ratos de Porão, Krisiun, Project46, Babymetal, Black Pantera, Ego Kill Talent e Korzus. Curiosidade: o baterista do Slipknot é o brasileiro Eloy Casagrande.