Pacote inconstitucional

Crédito: STF/Divulgação

Após articular pacote contra o Judiciário, direita recebe resposta dura de Luís Roberto Barroso contra suas medidas fascistóides (Crédito: STF/Divulgação)

Por Germano Oliveira

A direita aproveitou que se saiu melhor das urnas do que a esquerda e fez uma ofensiva na Câmara para aprovar, quatro dias depois do pleito, um pacote com medidas inconstitucionais para limitar a atuação dos ministros do Supremo Tribunal Federal. Sob comando da deputada Carolina de Toni (PL-SC), presidente da CCJ, a maioria bolsonarista aprovou medidas de uma PEC que, se confirmadas em plenário, podem limitar as decisões individuais dos ministros do Supremo, tipificar crimes de responsabilidade de ministros, elencando as condutas que podem levá-los a processos de impeachment, que precisariam tramitar na Câmara e no Senado. Mas esse pacote “anti-STF” terá vida curta. O presidente da Câmara, Arthur Lira, já disse que não deve encaminhá-lo para apreciação no Plenário.

Instituições

Luís Roberto Barroso (STF) apressou-se em dizer que as medidas da CCJ bolsonarista servem a interesses políticos. Para ele, “não se mexe em instituições que estão funcionando, e cumprindo bem a sua missão”. Segundo o magistrado, “as constituições existem para que os valores permanentes não sejam afetados por injunções dos ciclos eleitorais”.

Moraes

Na verdade, a direita vem agindo contra o STF desde que o ministro Alexandre de Moraes fechou o cerco contra os investigados pelos ataques às sedes dos Três Poderes no 8 de janeiro. O impeachment do ministro passou a ser bandeira da direita e até mesmo alvo em manifestações de rua, com o aval de Bolsonaro. A maioria da população, porém, é contra.

Balança mas não cai

(Divulgação)

O prefeito de BH, Fuad Noman (PSD), quase não passou para o segundo turno, depois de ver o primeiro turno inteiro ser dominado por Mauro Tramonte. Mas, na reta final, conseguiu dar a volta por cima e disputará
o segundo turno contra o bolsonarista Bruno Engler. Desta vez, tem condições de se reeleger. Afinal, o Datafolha mostra que Fuad está com 48% e Engler com 41%. O PT vai apoiar o candidato do PSD.

Rápidas

● Boulos desafia toda a lógica das pesquisas e somente um milagre fará com que se eleja. Segundo o Datafolha, Nunes tem 55% e Boulos, 33%. Além disso, o psolista é o mais rejeitado, com 58% afirmando que não votam nele de jeito nenhum, enquanto a rejeição de Nunes é de 37%.

● A situação do PT de Goiânia é tão delicada que o partido pode até apoiar Sandro Mabel (União Brasil), ligado ao governador Ronaldo Caiado, para não permitir a eleição do Professor Fred (PL), bolsonarista confesso.

● A situação é mais complexa em Curitiba. Lá, o PT não teve candidato e apostou na aliança com Luciano Ducci (PSB), que foi derrotado no primeiro turno. Deve ficar neutro entre Eduardo Pimentel (PSD) e Cristina Graeml (PMB).

● Em Cuiabá, o embate entre bolsonaristas versus petistas acontecerá novamente. Lá, Abílio Brunini (PL) está com 39,61% e conta como apoio do governador Mauro Mendes (União). O petista Lúdio Cabral está com 28,31%.

Retrato falado: Antonio Carlos Magalhães Neto

“Lula perdeu capital político e abriu caminho para ser desafiado em 2026” (Crédito:Divulgação)

Antonio Carlos Magalhães Neto, vice-presidente do União Brasil, disse à “Folha” que o presidente Lula vem restringindo seu governo à esquerda, que se omitiu nas eleições municipais, fortalecendo a direita. Para ele, o PT foi o grande derrotado destas eleições. Acredita que se os partidos do Centrão se unirem, como é o caso do seu União Brasil, além do PSD, MDB, PP e Republicanos, é possível que vençam o líder petista. “Lula não tem mais o capital político que já teve”.

Governo diverge

A ministra Marina Silva (Meio Ambiente) sofre uma derrota atrás da outra quando se trata das questões ambientais dentro do governo. Depois de ter sua posição contrariada pelo presidente Lula no caso da exploração de petróleo no Amapá, agora vem sendo voto vencido na questão do asfaltamento do trecho central da BR-319, na Amazônia. Marina é contra essa obra, alegando que o trecho afetará reservas indígenas e desmatará a região sem que haja um projeto de desenvolvimento econômico para a área. Ocorre que até o Ibama é a favor da obra, autorizada por Dilma Rousseff em 2015. Bolsonaro anunciou a intenção do asfaltamento e o Ibama concedeu licença prévia em 2022.

Obra inviável

Lula disse que faria um estudo sobre o reasfaltamento, mas, em 2023, Marina afirmou que a obra era inviável. O Observatório do Clima entrou com ação contra a licença prévia em abril e a Justiça suspendeu a obra. O Ibama entrou com agravo e a Justiça derrubou a liminar em outubro deste ano, mantendo a obra.

Lula X Bolsonaro

(LC Moreira/Thenews2/Agência O Globo)

De todos os segundo turnos Brasil afora, o mais equilibrado deverá acontecer em Fortaleza. Lá, o bolsonarista André Fernandes está tecnicamente empatado com o petista Evandro Leitão e a disputa será voto a voto. E como não poderia deixar de ser, haverá uma guerra surda entre Bolsonaro e Lula para ver qual dos dois é mais forte na Nordeste.

(LC Moreira/Thenews2/Agência O Globo)

Ciro contra o PT

E engana-se quem pensa que o ex-governador Ciro Gomes (PDT) vai ajudar o PT a derrotar o bolsonarismo no Ceará. Afinal, o atual prefeito de Fortaleza, José Sarto, é pedetista, e não deve ajudar a esquerda a derrotar o bolsonarista. Pelo contrário, Ciro já tem até apoiado André Fernandes. “Pior seria elogiar o PT”, disse Ciro, ex-aliado de Lula.

Turismo nas Arábias

(Divulgação)

O grupo Lide realizou evento na semana passada, em Dubai, para discutir o Turismo global e, em especial, as perspectivas do setor no Brasil. O seminário foi realizado em parceria com o Departamento de Turismo de Dubai e contou com a presença de Issam Kazim, CEO do Departamento de Turismo de Dubai, de Rodrigo Paiva, presidente do Lide Emirados, e do ex-ministro Vinicius Lummertz.

Toma lá dá cá: Reginaldo Arcuri, presidente do grupo FarmaBrasil

Como a indústria farmacêutica contribui com o avanço do SUS?
Estimulamos o Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo do SUS, com a participação de 32 dos nossos associados. Eles garantem ao SUS medicamentos para doenças como o câncer e a diabetes.

Quais os desafios para que as inovações da indústria cheguem mais rapidamente ao SUS?
Garantir a ampliação do acesso a medicamentos por toda a população, com a transferência tecnológica e inovação, geradas pelas PDPs.

Por que o SUS é obrigado a comprar medicamentos mais caros?
Muitos já poderiam estar disponibilizados na forma de genéricos não fossem as 63 ações judiciais em andamento que buscam estender o limite de 20 anos de exclusividade de patentes.

Reginaldo Arcuri, presidente do grupo FarmaBrasil (Crédito:Divulgação)