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Eleições municipais: Brasil rejeita extremos e deve sair mais moderado

Crédito: Divulgação

Forças políticas de centro-direita controlam maioria folgada na Câmara e no Senado Federal. Contam com apoio dos presidentes das duas Casas e do Congresso Nacional. Agora consolidam poder nos planos municipais (Crédito: Divulgação)

Por Vasconcelo Quadros, Marcelo Moreira e Eduardo Marini

RESUMO

• As forças moderadas neutralizam ônus da polarização política vigente no País nos últimos anos
• Também se afastam das teses polêmicas de seus padrinhos, apostam nas propostas para resolver problemas cotidianos imediatos dos brasileiros e colhem uma vitória eleitoral robusta
• É a volta à exploração da velha máxima: o cidadão não mora no País ou no estado, e sim nas cidades e até nos bairros

 

Faltava pouco para os moderados fecharem o cerco ao poder. Eleições municipais não são coisa pequena, mas o termo pouco está longe de ser erro de análise. O guarda-chuva que protege o eixo que vai do centro aos aliados automáticos da direita abriga 372 (72,5%) dos 513 deputados da Câmara e 66 (81,5%) dos 81 senadores. Entre eles estão os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado e Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). E, com eles, o caminho para dar belas mordidas, em emendas, em R$ 53 bilhões não-carimbados do Orçamento, mais do que os R$ 40 bilhões do executor por ofício, o governo. Contam com maioria dos governadores e, por óbvio, o Centrão. A partir deste domingo, 6, o eixão do centro político vai demarcar territórios também no plano municipal, com vitórias na maioria das cidades e capitais, várias delas no primeiro turno.

Lula Marques/ Agência Brasil

“Política se faz com diálogo, respeito às divergências, ponderação e moderação.”
Rodrigo Pacheco, presidente do Senado e do Congresso, mais centro do que nunca

O eleitor pode adotar decisões surpreendentes na reta final da campanha municipal em capitais onde a disputa é mais acirrada. E há sempre um contingente indeciso com tendência não captada pelos institutos.

Mas se há algo consensual apontado pelas pesquisas e especialistas é a predominância do voto no eixo moderado-conservador, com um provável giro da disputa ideológica para o centro e a centro-direita nessas eleições.

Bem além de redefinir o retrato dos municípios brasileiros, as eleições deste ano são um ensaio das forças que se enfrentarão na disputa presidencial de 2026. Pragmático e fisiológico, o centro, na expressão prática do Centrão, organizou-se em cima do empoderamento do Congresso com o domínio do dinheiro das emendas parlamentares, despejou recursos nas prefeituras e neste ano, diferente de eleições anteriores, participa de forma mais intensa nas campanhas eleitorais.

Segundo especialistas, é um movimento de espelhamento entre municípios e Congresso com o objetivo claro de ampliar o domínio do centro sobre a política nacional, seja quem for o presidente da República que sair das urnas daqui a dois anos. Deputados e senadores querem pavimentar a via de mão dupla que liga os municípios ao centro do poder, confirmando uma tendência de transformação do parlamentar em força econômica dos municípios ao canalizar a distribuição dos recursos federais, sobretudo em pequenas localidades. “Elegemos muitos outsiders em 2018 que tiveram performances ruins. Foram os casos, por exemplo, de Wilson Witzel, no governo do Rio, e do coronel bombeiro Carlos Moisés da Silva, em Santa Catarina. Isso fez a busca de candidaturas mais seguras voltar a ter mais relevância. Nas eleições municipais, gerou a busca de um voto pragmático, não no sentido de ser de direita ou de esquerda, mas para entregar efetivamente serviços públicos de qualidade”, explica a ISTOÉ o professor doutor Eduardo Grin, pesquisador do Centro de Estudos de Administração Pública e Governo da Fundação Getulio Vargas.

(Lula Marques/ Agência Brasil)

“Não subestimem este Parlamento: é preciso cumprir acordos firmados.”
Arthur Lira, presidente da Câmara, mandando recado do Centrão cada vez mais poderoso

Centrão competitivo

O cientista político Leonardo Barreto, de Brasília, cruzou dados dos institutos para demonstrar que nas 103 cidades em que pode haver segundo turno, a predominância do centro é tão acentuada que direita e esquerda disputam, juntas, em 56,2% dos casos, mais eleições contra o Centrão do que entre si.
É um universo quase que inteiramente disputado entre as forças conservadoras:
em 34,8% dos municípios o Centrão enfrenta o próprio Centrão,
e em 24,7% disputa com candidatos de partidos de direita.
O embate contra esquerda só se dá em 7,8% das cidades com mais de 200 mil habitantes.

“Pelos dados de hoje há uma clara sensação de que o País sairá das eleições com um perfil mais acentuado de centro-direita”.

Eduardo Paes (PSD), 53% de intenções no Rio de Janeiro (RJ): centro (Crédito:Divulgação)

Ele cita levantamento do site Poder 360 para apontar que, no quesito ideológico — levando em conta que em algumas cidades há mais de um candidato — o Centrão tem candidatos competitivos em 89 das maiores cidades, a direita 19 e a esquerda, somada, 18.

Nesse universo, a grande novidade pode ser o PL, que tem chances de vencer em 18 grandes cidades, seguido por União Brasil (17), PSD (15) MDB (14), PP (13), Republicanos (11), Podemos e PSDB (cinco), Avante (dois) e PRTB, Novo e Solidariedade (um cada).

Ricardo Nunes (MDB), 24% de intenções em São Paulo (SP): centro (Crédito:Divulgação)

A competitividade da esquerda minguou: o PT tem 11 candidatos, seguido do PSB (quatro), PDT e PSOL (um cada).

Mesmo que a esperada polarização entre Lula e Bolsonaro não tenha se confirmado, o PL avança e é um emblema de como o dinheiro está influenciando as campanhas moderadas e conservadoras.

Além de contar com a verba de cada um dos 95 deputados e dos 14 senadores (mandou para os municípios este ano até proibição das transferências, um mínimo de R$ 37 milhões por cada parlamentar), o PL tem a maior fatia do fundo eleitoral turbinado pelo Congresso. São R$ 886 milhões, seguido pelo PT, com R$ 721 milhões (divididos com PV e PC do B, com os quais forma Federação) e União Brasil, com R$ 537 milhões.

Choro sem sentido

Ainda assim, o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, queixa-se da falta de recursos. Diz não poder contar com nada do governo e que o ex-presidente até agora não quis pedir ajuda financeira aos eleitores.

Em 2020, sem o ex-presidente, que estava de saída do PSL, o partido elegeu 345 prefeitos. Este ano quer triplicar. A estratégia é rivalizar com o União Brasil pelo comando do Centrão. Todos os conservadores, para se fortalecer com a eleição de prefeitos, fazem intensa propaganda vinculando a atividade parlamentar por emendas aos candidatos.

Quanto mais prefeitos o Centrão eleger, melhor será o espelhamento do Congresso com os municípios, força que pode ser útil após as eleições, quando o ministro Flávio Dino, do STF, cobrará o entendimento entre os poderes sobre um ajuste forte no modelo de emendas, encoberto por suspeitas de corrupção e responsável pela subversão da prerrogativa de gerir o Orçamento federal, que pertence à União.

Deputados e senadores administram 55% dos cerca de R$ 95 bilhões previstos como investimento no ano que vem. Em 2024, geriram a maior parte dos recursos federais, R$ 53 bilhões.

A provável consolidação do centro-direita no domínio da política nacional é a peça central de uma série de mudanças que começam a ser operadas depois de conhecidos os resultados das eleições. Um conservadorismo fortalecido pode até abrir mão de uma fatia do que era liberado via emendas, mas vai querer mais assento no poder, o que forçará Lula a avaliar uma eventual reforma ministerial para se desviar das instabilidades. Terá de entregar uma lasca maior do governo.

“A carência de figuras que combinem carisma com pragmatismo culmina, nos contextos locais, numa falta de conexão genuína com as demandas emergentes das comunidades. Há um desgaste natural do PT, que está na política há anos e tem dificuldade de se renovar e apresentar propostas inovadoras e políticos que realmente brilhem. Ele tem falhado, de novo e de novo, tanto na construção de uma agenda política que ressoe com a vontade do povo quanto na promoção de figuras carismáticas capazes de apaixonar o eleitor. A narrativa de mudança, que costuma engajar e mover as eleições locais, não é convincente”, constata Isabela Rocha, mestre e doutoranda em Ciência Política pela Universidade de Brasília (UnB).

João Campos (PSB), 75% das intenções de voto em Recife (PE): centro-esquerda (Crédito:Divulgação)

Lula já não tem o apoio da frente ampla que o elegeu e, se quiser a reeleição, terá de recompor apoios numa tendência de conciliação até mesmo com partidos de direita. Dirigentes do PT só fazem ressalva à parceria com o PL, o que faz pouco sentido diante da pífia polarização entre Lula e Bolsonaro.

Se tudo correr conforme o calendário da Justiça, o ex-presidente sairá do palanque para enfrentar uma provável prisão até o final do ano que vem, o que tiraria dele cacife para interferir em candidaturas em 2026 e o obrigaria a se render ao resultado da eleição em São Paulo.

Bolsonaro teria de engolir a seco um eventual fortalecimento do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) na hipótese de Ricardo Nunes ganhar ou – o que é de bom senso levar em conta — com Pablo Marçal indo para um segundo turno.

Especialistas avaliam que qualquer que seja o resultado, a campanha paulistana girou em torno de Marçal e deu a ele um capital político valioso para se colocar em 2026, independentemente do que disserem as urnas este ano.

Precavido, Tarcísio afirmou que só quer disputar a reeleição, o que ninguém acredita. Se Nunes ganhar, o governador se firma como com líder que transfere prestígio e votos. E seria pressionado tanto pela extrema-direita quanto pelo centro a assumir logo o confronto com Lula ou outro nome do espectro progressista.

Efeito futuro

Caso a balança da política penda para a centro-direita, como apontam as pesquisas, o primeiro efeito das urnas se dará na eleição das mesas do Senado e da Câmara no ano que vem, na sucessão dos atuais presidentes: na ordem, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e Arthur Lia (PP-AL). Fortalecida no Congresso, a centro-direita controlará inclusive o equilíbrio entre os poderes, ameaçado por extremistas que acalentam como sonho de consumo o impeachment de um ministro do Supremo Tribunal Federal, preferencialmente Alexandre de Moraes, inimigo número um dos bolsonaristas pelas decisões como relator dos inquéritos que gravitam em torno da tentativa de golpe no ano passado.

Da eleição deste ano dependerá também o tratamento que o sistema federativo dará aos temas que entraram na campanha na rubrica preocupação do eleitor, como:
segurança pública e infiltração de criminosos na política,
infraestrutura de transporte público,
passagem de ônibus,
creches,
 e participação dos governos federal e estadual na melhoria da educação e de outros serviços públicos.

Num país que vem sendo duramente castigado pelas mudanças climáticas, com exceção do Rio Grande do Sul, o tema meio ambiente foi o grande ausente nos debates, o que permitirá que, nos rincões da Amazônia, a imensa maioria dos futuros prefeitos e vereadores ligados ao agronegócio predador sejam eleitos com bandeiras antiambientais.

Síntese do problema, o município de Novo Progresso (PA), conhecido por criar o “Dia do Fogo”, em 2019, tem como favoritos dois candidatos que defendem abertamente garimpos e exploração de madeira: Gelson Dill (MDB) e Juscelino Alves (Podemos). No chamado arco do desmatamento (os estados do Pará, Mato Grosso, Rondônia e Acre) a centro-direita elegerá ou reelegerá, em maioria, candidatos fazendeiros, boa parte alvo de multas por crimes ambientais.

Por influência desses políticos, mais de vinte municípios, alegando falta de autonomia para decidir ou de recursos humanos, sequer aceitaram participar do programa federal que incentiva medidas de redução do desmatamento. Com raríssimas exceções, são lideranças ligadas a Bolsonaro desafiadoras constantes do poder central, impondo políticas na contramão das medidas exigidas para conter extremos climáticos. Com o provável fortalecimento do conservadorismo estarão ainda mais à vontade.

A aparente opção do eleitor pelo centro coincide com uma retração nas aparições dos padrinhos nas principais campanhas em capitais importantes (leia abaixo).

• Em São Paulo, o principal adversário de Guilherme Boulos (PSOL), o prefeito Ricardo Nunes (MDB), que busca a reeleição, escorrega em um cenário semelhante no tocante a desempenho nas intenções de voto, e vive uma indefinição em relação ao apoio tímido do ex-presidente Jair Bolsonaro. Este não apareceu em nenhum evento de Nunes e nunca apareceu nas propagandas de rádio e tevê do MDB.

O prefeito ainda parece hesitante ao evidenciar o apoio bolsonarista e aposta mais no perfil moderado e centrista de um outrora nome forte da direita extrema: o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Tarcísio, principal cabo eleitoral de Nunes, ainda se diz discípulo leal a Bolsonaro, mas caminha cada vez mais para o centro, fugindo de extremismos e acenando com diálogo com todas as vertentes. Nunes parece ter aderido a essa tendência.

A guinada nas estratégias eleitorais parece disseminada nas principais capitais, com a busca pelo eleitor de centro tomando a dianteira nas campanhas.

•Em Recife (PE), João Campos (PSB) aparece tão na frente nas pesquisas que prescindiu da figura de Lula, confiante de que deve ser eleito no primeiro turno.

No Rio de Janeiro, o prefeito Eduardo Paes (PSD) vive a mesma situação, com enormes possibilidades de ser eleito no primeiro turno. Aliado histórico de Lula, não fez questão da presença do presidente em sua cidade e tem preferido acenar mais aos partidos de centro do que ao PT para compor seu futuro governo.

Distância

Nas duas cidades, Bolsonaro sequer pode posar de coadjuvante.
• O eleitor de Recife está ignorando a direita mais aguerrida,
enquanto os cariocas relegam o bolsonarista Alexandre Ramagem (PL) a um distante segundo lugar, mal chegando aos 20% de intenção de votos.
Em Porto Alegre (RS), a reeleição do prefeito Sebastião Melo (MDB) parece encaminhada, em mais uma campanha que ignora a suposta influência de Jair Bolsonaro. O PT gaúcho se ressente também de uma maior presença de Lula na campanha da deputada federal Maria do Rosário, que está estagnada.
A preferência pelo centro nas intenções de voto surge também em Belo Horizonte, onde o moderado Marcio Tremonte (Republicanos) aparece na frente, mas sem possibilidades de levar no primeiro turno. Seu adversário sairá do embate entre o atual prefeito, Fuad Nonan (PSD), que tem apoio discreto de Lula e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), e Bruno Engler (PL), que também não faz questão de expor eventual apoio de Bolsonaro. A ideia é atacar o eleitor descontente com a administração de Noman.

Termômetro

“As eleições municipais, especialmente nas capitais, oferecem um termômetro do humor do eleitorado”, analisa o cientista político Elias Tavares. “É possível que, se essa aversão aos extremos continuar, tenhamos um fortalecimento dos candidatos de centro agora e também em 2026, por mais que a trajetória seja longa.”

Para ele, enquanto as eleições municipais indicam uma preferência atual por moderação, prever um domínio dos candidatos de centro em 2026 ainda é incerto. “A situação só ficará mais clara à medida que acompanharmos o desenrolar das administrações municipais eleitas em 2024 e o desempenho dos líderes nacionais no cenário político”.

Especialistas acreditam que a fuga dos extremos representa a consolidação da força dos partidos que formam o Centrão. Reforçam a tendência de predomínio desses partidos, influentes desde o governo do presidente Michel Temer. Alguns detectam impaciência com “aventureiros”, como demonstram as altas rejeições de Pablo Marçal (PRTB) e José Luiz Datena (PSDB) em São Paulo e de Alexandre Ramagem no Rio.

“Nossas pesquisas indicam que o eleitorado busca candidatos menos ideológicos nas eleições municipais, ligados a partidos de centro ou centro-direita, mas que na prática não possuem muita ideologia. Talvez o PSD seja boa ilustração: faz parte da base de sustentação de Lula e de Tarcísio. A posição dos candidatos parece estar mais relacionada à conveniência política do que a visão de mundo. Nestas eleições, o pragmatismo volta a prevalecer sobre rótulos ideológicos, com eleitores concentrados em questões práticas como segurança, educação e infraestrutura”, resume o pesquisador Renato Meirelles, do Instituto Locomotiva. As eleições de 2026 darão caminhos para entender esses movimentos.

(Divulgação)

O PRAGMATISMO VENCE A POLARIZAÇÃO
Lula e Bolsonaro fizeram pouca campanha — mas aliados souberam tirar bônus disso

As corridas para as prefeituras de São Paulo e do Rio são exemplos de que a polarização entre lulopetismo e bolsonarismo de maneira geral não funcionou ou, para usar um termo da moda, flopou nessas eleições. Lula e Bolsonaro adiaram e até evitaram participar das campanhas de apadrinhados para não correrem risco de derrotas contaminarem a disputa presidencial de 2026.

Lula e Bolsonaro evitaram risco de sofrer derrotas que poderiam contaminar campanha de 2026 (Crédito:Nelson Almeida)

Em São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), embolado em um empate triplo, estaria melhor sem a omissão e as piscadelas de Bolsonaro para Pablo Marçal (PRTB). Guilherme Boulos (PSOL) teria mais conforto se Lula fosse mais frequente. No Rio, o bolsonarista Alexandre Ramagem, com a chegada tardia do padrinho, pulou de 6% para 20%, segundo a Quaest, mas pode ter sido tarde para evitar vitória no primeiro turno de Eduardo Paes (PSD). A situação se repetiu na maior parte das capitais.

Na avaliação do pesquisador Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva, embora o governo tenha conseguido bons indicadores econômicos, as conquistas não se traduziram em voto. “Isso se explica porque parte desse dinheiro chega ao consumo, sendo tragado por BETs, e pela dificuldade de Lula em falar da economia real, preferindo temas internacionais e críticas ao antigo governo”, analisa. “Na outra ponta, políticos de centro e centro-direita se distanciaram de Bolsonaro mantendo parte de sua base. Capitalizam aspectos populares do bolsonarismo sem a carga negativa associada ao ex-presidente. Desfrutam do bônus sem o ônus das controvérsias radicais.”