O crime no Brasil

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Ricardo Guedes: "A ética e as instituições se deterioram, sem respostas para o cidadão" (Crédito: Divulgação)

Por Ricardo Guedes

São dois os principais tipos de crime no Brasil: o da pobreza e do tráfico organizado. O Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2024 mostra que, no Brasil, temos 22,8 assassinatos por 100 mil habitantes ano, em média mais alta do que a mundial. Dados das Nações Unidas para 2021 mostram 5,8 assassinatos por 100 mil habitantes no mundo; Venezuela 35,7; México 29,1; Colômbia 25,3; Paraguai 7,1; Bolívia 6,2; Argentina 5,3; Estados Unidos 5,0; Canadá 1,8; Europa 2,8; China 0,5; Japão 0,3. Nos estados brasileiros, os três com maiores índices são Amapá com 69,9; Bahia 46,5; Pernambuco 40,2. Os estados com menores índices são São Paulo com 7,8; Santa Catarina 8,9; Distrito Federal 11,1. Todos os estados brasileiros acima da média mundial.

No Brasil, a queda da autoridade tradicional, que matinha a ordem relativa da sociedade, não foi substituída por um Estado de Direito. Em sua maior amplitude, virando, na segurança pública, uma espécie de “terra de ninguém”.

Os indicadores socioeconômicos do Brasil não são muito favoráveis.

Com relação ao PIB, de 2010 a 2023, o mundo cresceu de US$ 66,5 trilhões para US$ 105,4 trilhões; os Estados Unidos de US$ 15,1 trilhões para US$ 27,4 trilhões; a União Europeia de US$ 14,6 para US$ 18,4 trilhões; a China de US$ 6,1 trilhões para US$ 17,8 trilhões; o Brasil decresceu de US$ 2,21 trilhões para US$ 2,17 trilhões.

No cômputo geral, somos o 4º país do mundo em extensão territorial;
a 7ª população mundial;
a 9ª economia;
a 27ª colocação no Relatório sobre a Qualidade das Elites de 2020;
no PISA, que mede o ensino médio, estamos na 52ª colocação em leitura, 61ª em ciências, 65ª em matemática;
na renda per capita, na 63ª colocação com US$ 8.700,00, abaixo da média mundial de US$ 11,300.00;
no IDH – Índice de Desenvolvimento Humano – na 87ª posição;
no Índice de GINI – distribuição de renda—, na 180ª posição; com 15% de taxa de reinvestimento na economia, para média mundial de 21%.

Assim não dá!

Temos presenciado crimes. até há pouco, inacreditáveis no Brasil. Os estupros estão em 41,4 para 100 mil habitantes/ano, 91,5% de acréscimo de 2011 a 2023. No Rio uma mulher leva o seu tio falecido em uma cadeira de rodas a uma agência bancária para retirar valores de sua conta. Em Santos, SP, um idoso de 77 anos, ao atravessar uma rua, morre na frente de seu neto de 11 anos, após ser agredido em desentendimento com um motorista. Belo Horizonte, tida como cidade tradicional, entra na lista das 50 cidades mais perigosas do mundo. A ética e as instituições se deterioram, sem respostas para o cidadão. Adicionalmente, a Pesquisa Datafolha mostra que 1 em cada 10 brasileiros teve seu celular roubado nos últimos 12 meses. Falta um projeto para o País.