Comportamento

Paralimpíada: Brasil busca recorde de medalhas

Vitrine para 1,2 bilhão de pessoas com deficiência no mundo, a Paralimpíada de Paris 2024 tem o Brasil preparado para bater marcas

Crédito:  Julien De Rosa Pool

Delegação brasileira em Paris tem 280 atletas, sendo 255 com deficiência (Crédito: Julien De Rosa Pool)

Por Denise Mirás

Além da importância da inclusão social e da necessidade de equipamentos urbanos adequados, a Paralimpíada se apresenta mais uma vez, em Paris, como a maior vitrine de conscientização sobre os 15% da população mundial com algum tipo de deficiência — ou o equivalente a 1,2 bilhão de pessoas. Mas a festa iniciada na quinta-feira, 28, com encerramento no outro domingo, 7, não deixa de ser competitiva para 4.400 atletas de 184 delegações. Pelo contrário. A tábua de medalhas representa um desafio e o Brasil espera somar entre 80 a 90 medalhas, ultrapassando as 72 conquistadas em Tóquio 2020, sendo 22 ouros (o total do Rio 2016 foi o mesmo, mas com 14 ouros). A primeira medalha dourada foi conquistada na quinta-feira, 29, por Gabrielzinho Araújo nos 100m costas, classe S2, com má formação de braços e pernas.

Em Paris 2024, o Brasil estará em 20 modalidades. São 280 atletas, oriundos de 24 dos 26 Estados (maioria de São Paulo): são 255 com deficiência, 19 atletas-guia (18 para atletismo e 1 para triatlo); 3 calheiros na bocha, 2 goleiros no futebol de cegos e 1 timoneiro no remo. O País se mantém entre os top ten historicamente, por resultados importantes no atletismo, natação, bocha, canoagem, halterofilismo, futebol de 5 e vôlei sentado.

“Bem vindos ao país do amor… e da revolução. Começa a revolução paralímpica.”
Tony Estanguet, presidente do Comitê Organizador de Paris 2024, que unificou os Jogos Olímpicos e Paralímpicos

Desta vez, a seleção feminina de vôlei sentado chega como campeã do Mundial 2022; natação, atletismo e canoagem vêm de grandes campanhas em seus últimos Mundiais. Desde Roma 1960, a primeira edição dos Jogos Paralímpicos — que se originaram de competições entre soldados feridos em guerras —, o Brasil soma 373 medalhas, sendo 109 ouros, 132 pratas e 132 bronzes, com o Rio 2016 somando o segundo maior público da história (o recorde foi de Londres 2012).

Para chegar a esses números, o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) conta com o melhor Centro de Treinamento Paralímpico do mundo, pelas instalações de 15 modalidades que são reunidas em um só local, na zona sul de São Paulo (outros grandes estão na China, Coreia do Sul e Ucrânia). Além do CT, inaugurado em 2016, destacam-se ainda 72 centros de referência espalhados pelo Brasil, festivais paralímpicos e campings para jovens que são selecionados para períodos de treinamento anuais (foram realizados em 119 cidades, em 2023), mais um projeto para instalação de escolinhas paralímpicas.