Comportamento

Descoberta extraordinária na Itália é um marco no estudo da Idade do Ferro

Estatueta inacabada de divindade feminina de mais de três mil anos, da Idade do Ferro, é descoberta em sitio arqueológico, na Itália

Crédito: Divulgação

Os arqueólogos e a descoberta: relíquia de três mil anos (Crédito: Divulgação )

Por Carlos Eduardo Fraga

Arqueólogos europeus, que trabalham no sítio arqueológico de Gran Carro, na Itália, a 80 quilômetros da capital Roma, fizeram uma descoberta extraordinária: uma estatueta de divindade feminina do período da Idade do Ferro (3.000 a.C – 1.000 a.C). A peça, que está incompleta, representa um marco significativo no estudo da cultura e da religião daquele período. Embora inacabada, a escultura de três mil anos, composta de argila que era utilizada em rituais religiosos antigos e representava provavelmente a deusa da fertilidade ou protetora da comunidade, ainda preserva as impressões digitais de seu criador. A relíquia mede aproximadamente 15 centímetros de altura e, segundo os especialistas, possui a impressão de um padrão de tecido abaixo do peito, indicando que o artefato foi originalmente vestido.

Achado arqueológico contribui para compreender os costumes e religiões de cultura ancestral que habitou o coração da Itália (Crédito:Divulgação )

O local onde a relíquia foi achada é um sitio arqueológico submerso, que foi uma vila do século 10 ou 9 A.C, habitada por pessoas da cultura Villanova, civilização antecessora aos romanos e que ajudou a moldar sua cultura e religião. Porém, devido à atividade vulcânica e sísmica, ficou submersa. Há mais de meio século, desde a década de 1960, Gran Carro, localizada no coração da Itália, tem sido palco de descobertas históricas. Foram recuperados milhares de artefatos como objetos domésticos, peças de cerâmica, fragmentos de madeira, joias e estatuetas semelhantes às encontradas em túmulos.

Esses artefatos elucidam como a Sociedade da Idade do Ferro era organizada, época marcada pelo início da utilização do ferro como metal, porém ainda com pouca compreensão sobre quais eram costumes e rituais religiosos. A estatueta revela que era comum a prática de rituais domésticos e a criação de esculturas como oferendas para suas divindades. “Esta é uma descoberta excepcional e única. Ela revela aspectos da vida cotidiana na Idade do Ferro, dos quais pouco se sabe pelo local onde foi encontrada”, afirma Alessandro Rossi arqueólogo italiano líder da equipe responsável. Os pesquisadores planejam continuar as escavações em Gran Carro, na esperança de encontrar mais artefatos que possam ampliar o entendimento do passado distante dessa área.