A Semana

A Europa esquenta, esquenta, esquenta…

Crédito: Jaap Arriens

“O continente europeu é a região que mais sofre com o aquecimento global”, diz Hans Kluge, diretor regional da OMS (Crédito: Jaap Arriens)

Por Antonio Prado

Em duas semanas não consecutivas, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou os efeitos lesivos aos europeus decorrentes do calor excessivo. Agora, na terça-feira 20, a instituição fechou alguns dados e os divulgou. O que diz respeito ao número de óbitos é estarrecedor: o calor, incessante e extremo, vem sendo responsável, em média, por pelo menos cento e setenta mil mortes anuais — em 2024 já vitimou quase cem mil pessoas. Esse continente é o que apresenta o ritmo mais rápido de aquecimento, respondendo por aproximadamente 35% das mortes em todo o mundo em consequência da mudança climática. Nos últimos vinte anos, registrou-se na Europa um aumento de temperatura na casa dos 20%. “Essa região está aquecendo mais rápido que qualquer outra do planeta”, escreveu em nota oficial o diretor regional da OMS, Hans Kluge. “As temperaturas aumentam cerca de duas vezes mais rapidamente”. O denominado “estresse térmico” causa doenças respiratórias e cardiovasculares, diabetes e problemas relacionados à saúde mental.

Quem corre maior risco
As altíssimas temperaturas na Europa estão oscilando entre 37 e 42 graus Celsius. As principais vítimas são as pessoas idosas e as grávidas

FAMA
Medalhista de ouro filipino ganha como prêmio colonoscopia gratuita — em número ilimitado

Carlos Yulo: almoços e jantares de graça a vida inteira (Crédito:Jam Sta Rosa)

O que duas medalhas de ouro, na Olimpíada, não fazem na vida de um atleta das Filipinas? Vejamos:
O ginasta Carlos Yulo, ganhador de ouro no salto e solo nos Jogos de Paris, retornou ao seu país. Foi recebido como herói
ao desembarcar em Manila, mas recepção calorosa a vencedores não é incomum. Novidades são as recompensas e mesuras ofertadas a Yulo, que jamais ocorreram em nenhuma outra parte do mundo.
Foram dadas pelo governo e por empresários:

Casa em resort avaliada em mais de US$ 1 milhão.
Almoços e jantares de graça a vida inteira.
Passagens aéreas, também gratuitas, em viagens internas e nas internacionais.
Agora, o impensável: um dos melhores médicos das Filipinas o presenteou de forma bem heterodoxa: colonoscopias de graça, em número ilimitado, a partir dos 40 anos de idade — o medalhista está com 24 anos.
Finalmente, ganhou ele, em dinheiro vivo, uma recompensa especial de empresários. Eles se reuniram e o premiaram com U$ 350 mil.

EUA
Mais perto da Casa Branca

Kamala: reciclagem do Partido Democrata e fala que lembra Lincoln e Kennedy (Crédito:Chip Somodevilla)

Ao longo da história política dos EUA, raríssimas foram as Convenções partidárias para indicação de candidato à Casa Branca que não vazaram, informal e antecipadamente, o nome do escolhido. Não houve exceção agora. Kamala Harris era a mais cotada; Kamala Harris foi oficialmente confirmada candidata. Recicla-se, assim, o Partido Democrata, e Hillary Clinton deixou isso claro: “Este é o nosso momento, EUA. É quando nos levantamos. O futuro está aqui”. A oficialização de Kamala foi o ápice da Convenção do Partido Democrata em Chicago. Até agora, desde a desistência de Joe Biden à reeleição, Kamala deu novo alento à campanha contra o conservadorismo do oponente republicano, Donald Trump, a ponto de estar tecnicamente empatada com ele em estados norte-americanos considerados vitais e, em alguns desses locais, posicionar-se até um pouco à frente nas pesquisas de intenção de voto. Além do efeito “furacão Kamala” (de surpresa ela apareceu no primeiro dia da Convenção, o que é inabitual), faz-se essa a primeira vez que uma mulher pode chegar à Presidência dos EUA, e, mais ainda, com sangue de imigrantes. No início da Convenção, o presidente Joe Biden (quatro décadas de vida pública) roubou a cena com discurso que entrará para a história: “Vocês estão prontos para votarem pela liberdade e democracia? Então estão prontos para votarem em Kamala Harris. Eu amo você, América”. Foram essas as palavras gloriosas de despedida de Biden. Gloriosa também é a chegada de Kamala. O discurso de centro de Biden foi comovente; o dela, de esquerda para os parâmetros os EUA, incendiário. O jeito de Kamala falar lembra Abraham Lincoln e John Kennedy: a frase anterior não tem necessariamente a ver com a seguinte, mas todas transmitem patriotismo e lealdade.

Biden: “Eu amo você, América” (Crédito:Brendan Smialowski)