A obstinada Janja

Crédito: Xose Bouzas

Janja da Silva não tem cargo, mas dá as cartas no governo (Crédito: Xose Bouzas)

Por Germano Oliveira
colaboraram Vasconcelo Quadros e Mirela Luiz

Janja Lula da Silva é uma das primeiras-damas com mais poder no governo desde a redemocratização. Ela não tem ministério e nem cargo no governo, mas manda muito, desde o setor de publicidade, à medidas econômicas na Fazenda. Não tem medo de se expor. Antes dela, tivemos como destaque na função Ruth Cardoso, que era brilhante no setor da Educação. Marisa Letícia, nos governos Lula I e II, era low profile. Depois, veio Marcela Temer, que evitava aparecer e, em seguida, surgiu Michelle Bolsonaro, que tentava ganhar espaço com seu poder junto aos evangélicos. Mas Janja mostra-se preparada para representar Lula, inclusive internacionalmente, como aconteceu na visita à França, onde foi recebida pelo casal Emmanuel e Brigitte Macron, na abertura dos jogos olímpicos de Paris.

Pitacos

No governo, Janja participa de todos os eventos ao lado de Lula, inclusive pedindo para o presidente evitar falar de improviso. Afinal, o mandatário costuma se enrolar sempre que fala sem ler o que está escrito. Isso aconteceu na semana passada quando disse que mulher sem profissão fica dependente e tem tudo para ser agredida pelo marido.

Política

Mas a primeira-dama tenta ajudar o presidente também no campo político-eleitoral. O PT conta com ela para estimular as candidaturas de mulheres às prefeituras das cinco principais capitais. Em Porto Alegre, ela vai subir no palanque de Maria do Rosário. Janja impulsionará candidaturas femininas também em Goiânia, Campo Grande, Natal e Aracajú.

Paes vira a mesa no Rio

(Divulgação)

Após analisar o quadro para 2026, o prefeito Eduardo Paes mudou de ideia quanto ao vice na chapa para a reeleição. Ele será Eduardo Cavaliere, ao invés de Pedro Paulo. É que Paes pretende ser candidato a governador em 2026 e terá que entregar a prefeitura ao vice. Acha mais fácil deixar Cavaliere no cargo do que Pedro Paulo, que poderá ser o coordenador da sua campanha ao Palácio da Guanabara.

Rápidas

A Saúde foi um dos setores mais atingidos pelo congelamento de R$ 15 bi em gastos do Orçamento para este ano: a pasta sofreu bloqueio de R$ 4,4 bi. O PAC, menina dos olhos de Lula, foi outro programa afetado: o bloqueio foi de R$ 4,5 bi nas obras previstas para este ano.

Mas nem tudo está ruim. A taxa de desemprego ficou em 6,9% no segundo trimestre deste ano. Assim, o Brasil retorna ao patamar do desemprego de junho de 2014. No primeiro trimestre deste ano, a taxa era de 7,9%.

O deputado Kim Kataguiri desistiu de ser candidato a prefeito de SP, dizendo que foi sabotado por dirigentes de seu partido (União Brasil). Ele cita nominalmente o vereador Milton Leite. Agora, ele vai apoiar o prefeito Nunes.

Thomas Covas, filho do ex-prefeito Bruno Covas, rompeu com o PSDB, ao qual é filiado, e está apoiando a reeleição de Nunes. Os tucanos lançaram o apresentador José Luiz Datena e pensam expulsá-lo do partido.

Retrato falado

“Campos Neto politiza quando aceita ser homenageado por adversários do governo” (Crédito:Suamy Beydoun)

O presidente da Fiesp, Josué Gomes da Silva, disse que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, politiza a questão dos juros quando aceita homenagens dos governadores Tarcísio de Freitas e Romeu Zema, adversários do governo. O empresário diz que Lula também politiza a política monetária ao atacar publicamente o presidente do BC. Filho de José Alencar, ex-vice-presidente nos governos Lula I e II, Josué acha que está faltando “um José Alencar ao lado de Lula”.

Juros extorsivos

O Brasil alcançou a terceira posição no ranking global de juros reais, com a Selic mantida em 10,5% pelo Comitê de Política Monetária. O País, que fica atrás apenas da Turquia e da Rússia, integra uma lista que abrange 40 economias. Após um primeiro semestre de alívio, o cenário econômico para o consumidor também deve se complicar. Com a paralisação no ciclo de queda de juros, economistas preveem uma desaceleração nas concessões de crédito. Ao justificar porque decidiu manter os juros estabilizados, o Copom adotou um tom mais duro. Disse que é preciso ter uma vigilância maior, destacando que os mercados doméstico e internacional recomendam uma cautela maior.

Menor consumo

A estabilização da taxa de juros poderá resultar em um ritmo de crescimento mais lento na oferta de crédito, reduzindo a demanda. Apesar do mercado de trabalho surpreender positivamente com a geração de empregos e aumento da renda, a pressão inflacionária e o crédito mais restrito podem limitar o consumo.

A fila anda

Cláudio Castro é o sétimo governador do Rio de Janeiro que pode entrar na fila dos mandatários do governo estadual a pararem atrás das grades. É que ele acaba de ser indiciado pela Polícia Federal por corrupção e peculato e o relatório dos policiais sugere que ele seja afastado do cargo. A decisão está nas mãos do Superior Tribunal de Justiça.

(Mateus Bonomi)

Outros presos

Nos últimos quatro anos, seis governadores fluminenses já foram presos por corrupção. O mais recente foi Wilson Witzel, mas tem outros famosos, como Sérgio Cabral, Luiz Fernando Pezão, Anthony Garotinho, sua mulher Rosinha, e Moreira Franco. Sérgio Cabral foi solto recentemente, a Justiça anulou três condenações e ele quer disputar eleições em 2026.

Festa bolsonarista

(Felipe Marques)

Jair Bolsonaro foi a estrela principal da convenção do prefeito Ricardo Nunes, candidato à reeleição e que tem como vice na chapa o coronel Melo Araújo. Além do ex-presidente, o palanque contou com a presença do governador Tarcísio de Freitas, revelando que a campanha do prefeito será usada pelos bolsonaristas para atacar os petistas, que apoiam Guilherme Boulos.

Toma lá dá cá: Rodrigo Valadares, deputado do União Brasil de Sergipe

Rodrigo Valadares, deputado do União Brasil de Sergipe (Crédito:Divulgação )

Como está vendo a regulamentação da Reforma Tributária. Alguns lobbies conseguiram emplacar produtos com isenção tarifária.
O governo colocou sua demanda de arrecadação como objetivo, fazendo o Brasil ter o maior IVA do mundo.

O que acha de se manter a compra de armas com impostos mais baixos?
Pessoalmente, sou favorável. O cidadão consegue ter acesso mais barato a um bem que pode garantir a defesa pessoal e de seu patrimônio.

O sr. diz que enquanto o governo trabalha para aumentar impostos, a oposição luta para diminuir encargos tributários.
Estudamos diversos meios para promover uma redução real de impostos no bolso do cidadão. O brasileiro não pode sustentar um Estado inchado e paquidérmico.