A Semana

A maior troca de presos políticos desde a Guerra Fria

Crédito: governo dos EUA/AFP

Avião com presos libertados pela Rússia: o jornalista do The Wall Street Journal Evan Gershkovitch (à esq., em primeiro plano) recebeu um papel para redigir pedido de clemência a Vladimir Putin. Ele o desafiou escrevendo se tinha coragem de dar-lhe uma entrevista (Crédito: governo dos EUA/AFP)

Por Antonio Carlos Prado

Planejada sob sigilo, à medida que grandes mobilizações permitem a discrição, foi concluída na terça-feira 6 a maior troca de presos políticos já feita no mundo desde a Guerra Fria (confronto ideológico, político, econômico e por vezes militar datado pelos historiadores entre 1962 e 1979). A operação de troca de detidos envolveu sete países (Russia, EUA, Eslovênia, Alemanha, Noruega, Polônia e Belarus) e vinte e seis pessoas foram libertadas. Por um lado, seis dessas nações colocaram em liberdade dez russos. A Rússia, por sua vez, soltou dezesseis cidadãos dos países citados. As atenções se voltaram, sobretudo, ao jornalista norte-americano Evan Gershkovitch, do The Wall Street Journal, condenado a dezesseis anos de prisão sob a acusação de espionagem sem o Kremlin apresentar uma única prova. O mediador de toda a operação, que, vale lembrar, cultua o megalômano plano de mediar todos os conflitos da Terra, foi o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan. “Algumas dessas pessoas foram detidas injustamente durante anos. Suportaram sofrimentos inimagináveis. Agora a agonia acabou”, declarou o presidente dos EUA, Joe Biden.

SOCIEDADE
A grande onda romântica na literatura e nos leitores dos EUA

Livraria Ripped Bodice: pioneirismo (Crédito:Divulgação )

Nada de ficção científica, nada de política e economia, nada de programas espaciais, nada de violência. O gênero de literatura mais consumido atualmente nos EUA é romance de amor – meloso ou trágico, não importa, desde que seja muito romântico. Em números: cada grupo de dez autores mais vendidos esse ano no país tem pelo menos seis que assinam histórias de amor. Há algumas eróticas, pornográficas até, mas perdem de longe para as obras nas quais os personagens chegam a ser tal Romeu e Julieta. É explicável que esteja havendo, em decorrência desse fenômeno, uma readequação do mercado editorial. E também novas livrarias especializadas começam a abrir as portas, inspiradas na mais antiga delas: a The Ripped Bodice, pioneira na venda de livros somente de amor, surgida na Califórnia e hoje com filial em Nova York. Com somente quatro meses de funcionamento, igual sucesso faz o negócio de Mae Tinstrom, proprietária da recém-inaugurada livraria Smitten, em Los Angeles. Livreiros fazem a festa do romantismo norte-americano.

EUA
O mistério do urso no Central Park

Kennedy Jr. e o urso morto: exibicionismo (Crédito:Divulgação )

O candidato à Presidência dos EUA Robert F. Kennedy Jr. (5,7% de intenções de voto) tem o máximo de linhagem política e o mínimo de coisas úteis na cabeça — a causa desses dois aspectos díspares é o seu temperamento, no mínimo, excêntrico. Ele é filho do ex-senador Robert Kennedy (assassinado) e sobrinho do ex-presidente John Kennedy (assassinado). Sabendo que a revista The New Yorker (uma das mais conceituadas em todo o mundo, que já teve Hannah Arendt em seu quadro de colaboradoras) está preparando uma reportagem sobre as suas idiossincrasias, Kennedy Jr. decidiu contar, por conta própria, um escabroso episódio no qual se envolveu em 2014. E admitiu pela primeira vez: foi ele quem colocou em pleno Central Park o corpo de um filhote de urso, morto numa estrada – mistério que até hoje assombrava os norte-americanos. No primeiro momento, ele pensou em levar o corpo para casa e deixá-lo na geladeira. Depois, achou melhor abandoná-lo no Central Park, apavorando Manhattan. Antes disso, Kennedy Jr. posou para foto com o urso no porta-malas de seu carro, e ele com uma das mãos na boca do animal. “Acho que foi assim que peguei o verme que comeu parte do meu cérebro”, disse o candidato.

O vice de Kamala, Walz: “Estou dentro”

(Andrew Harnik)

Mais EUA: A candidata do Partido Democrata à Presidência do país, Kamala Harris, anunciou o seu vice. É Tim Walz, o progressista governador de Minnesota. “Tenho orgulho em anunciar Tim Walz”, declarou ela. A resposta de Walz, um defensor da classe média, veio voando: “estou dentro”. O ex-presidente Barack Obama aplaudiu a decisão de Kamala.