Por Germano Oliveira

Com 34,4 milhões de eleitores, o estado de São Paulo será a grande arena do pleito de outubro. E é nessa unidade da federação que os principais líderes dos partidos concentram forças para eleger o maior número de prefeitos possível. Não por acaso, Lula e Bolsonaro assentaram acampamento na região em busca de votos que os coloquem em vantagem para 2026. Mas, à margem do braço de ferro que travam nos bastidores, dois dirigentes partidários, Gilberto Kassab (presidente do PSD) e Valdemar Costa Neto (presidente do PL), desenvolvem uma verdadeira batalha de titãs para ver qual deles faz mais prefeitos no estado. Hoje, o líder nessa corrida é Kassab, que tem 329 prefeitos. Já o PL de Valdemar, tem 56 prefeitos e quer encostar no PSD com a ajuda dos bolsonaristas.

Queda

O PT, que em 2012 chegou a eleger 73 prefeitos, inclusive Fernando Haddad, em São Paulo, hoje tem somente quatro Prefeituras (Araraquara, Diadema, Mauá e Matão) e as perspectivas para este ano não são nada animadoras. Mesmo que Lula vença na capital, Boulos é do PSOL. Portanto, o embate de gigantes permanecerá sendo entre Kassab e Valdemar.

Confronto

Uma das guerras acontece em Registro (SP), terra de Bolsonaro, e onde o irmão do ex-presidente, Renato Bolsonaro, lançou-se candidato a prefeito pelo PL. Ocorre que Kassab bancou como candidato a prefeito da cidade o ex-deputado Samuel Moreira. Bolsonaro usou até o governador Tarcísio de Freitas, chefe de Kassab, mas o líder do PSD não cedeu.

A ganância de Zema

O estado de Minas Gerais pode estar quebrado e incluso no Regime de Recuperação Fiscal (RRF), mas o governador Romeu Zema não pensou duas vezes e concedeu para ele mesmo um aumento salarial de 300%. A benesse foi estendida também ao vice-governador e para os secretários, em despacho de maio de 2023. O Conselho de Supervisão do RRF considerou o ato irregular. A dívida do Estado com a União é de R$ 164 bi.

Rápidas

● As convenções dos mais importantes partidos de SP foram realizadas no último final de semana e mostraram que a terceira via continua dividida. Datena foi oficializado pelo PSDB e Tabata Amaral pelo PSB. Um deve devorar o outro, enquanto Boulos e Nunes lideram as pesquisas.

● A convenção do PSDB, realizada na Assembleia Legislativa, foi acalorada. Teve empurra-empurra entre os que defendiam a candidatura de Datena e os que desejavam apoiar o prefeito Nunes. Teve porta de vidro quebrada.

● Se Tabata Amaral não conseguir a adesão do PSDB para lhe ceder um vice, a deputada do PSB pode lançar para a vaga a mulher do vice-presidente Geraldo Alckmin, Lu Alckmin, ou a mulher do ministro Marcio França, Lucia França.

● O PL está dando como certa a transferência de Tarcísio do Republicanos para o seu ninho logo depois das eleições. Assim, o governador iria preparando o caminho para disputar da presidência em 2026: Lula sabe disso.

Retrato falado

Deputada federal por sete mandatos consecutivos, Luíza Erundina foi a primeira mulher a se eleger prefeita da maior cidade brasileira, em 1988. Trinta e seis anos depois, ela ainda se lembra das dificuldades que teve para vencer a eleição contra o ex-governador Paulo Maluf. “O preconceito contra a mulher ainda é muito grande, como em 1988. Eu era mulher e nordestina. Só falta ter sido negra. Gostaria, porque seria mais um fator de luta”, disse Erundina ao “Valor”.

O alerta do déficit

Tudo bem que até o final do ano Haddad estime que o déficit público deve se aproximar do zero, mas a realidade é que as contas públicas neste primeiro semestre não estão nada boas. Apesar de o governo estar arrecadando mais, o déficit de junho foi de R$ 38,8 bi. Só no primeiro semestre deste ano, o déficit soma R$ 68,7 bi, o pior resultado desde 2020, no auge da Covid-19. Os gastos com a Previdência e com o Benefício de Prestação Continuada (BPC) têm pesado muito na balança das despesas. Os gastos previdenciários subiram 8,7% acima da inflação e já atingiram R$ 501,9 bi. Só com o BPC gastou-se em junho R$ 9,2 bi, uma alta de 16%. Acendeu
o sinal amarelo.

Pente fino

Como só as despesas com o BPC tiveram um crescimento real de R$ 17,3 bilhões em junho, o governo Lula pretende fazer um pente fino nessas políticas sociais. Haddad quer promover um corte de R$ 25,9 bilhões em gastos obrigatórios para 2025 e os dispêndios com INSS e BPC estão na mira.

O vídeo íntimo

O que tem de extraordinário no vídeo íntimo que atinge Pedro Paulo e que circula no Rio de Janeiro com tamanha repercussão, ao ponto de ameaçar a candidatura do deputado ao cargo de vice de Eduardo Paes, candidato à reeleição? Quem já viu o vídeo, não vê nada que desabone o deputado. Assim, é bem provável que Paes o confirme como vice.

Armação

Afinal, a gravação do vídeo envolvendo o deputado foi feita quando ele estava separado da mulher, a atriz Tati Infante, que não deseja que o marido deixe de ser candidato por causa disso. “Acho uma besteira ele desistir de ser vice por conta de um episódio que aconteceu em 2020, período em que estávamos separados. Ele caiu numa armação”.

Uma inovação social

A Rede Muda Mundo, em parceria com a Prefeitura de Ponta Porã, está expandindo sua metodologia de impacto, através da Casa Zero, com a inauguração da terceira franquia social no MS. “O projeto visa transformar o território fronteiriço do estado por meio do Centro de Cultura, Empreendedorismo, Inovação e Memória do Tereré (CEIMPP), em parceria com a Casa Zero”, disse o CEO Fábio Silva.

Toma lá dá cá: Janaina Donas, presidente da Associação Brasileira do Alumínio (ABAL)

Como serão aplicados os R$ 30 bilhões em investimentos do setor para 2025?
Esse ciclo de investimento a ser executado até 2025, abrange uma série de iniciativas que se alinham aos esforços de promoção de uma “neoindustrialização”.

Quais setores produtivos hoje são maiores consumidores de alumínio?
No Brasil, são consumidos anualmente cerca de 1,5 milhão de toneladas de produtos de alumínio. Os maiores segmentos são os setores de embalagens, transportes, energia e construção civil.

O setor de alumínio está otimista com a economia?
Estamos cautelosamente otimistas. O recuo marginal do consumo doméstico de produtos de alumínio nos últimos anos reflete um período de acomodação aos impactos da pandemia.