Cultura

Conheça os músicos nacionais que tocam com grandes astros internacionais

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Mateus Asato: além dos shows, ele se tornou uma celebridade online com mais de um milhão e meio de seguidores no Instagram (Crédito: Divulgação )

Por Felipe Machado

Em novembro de 1962, Tom Jobim, Sérgio Mendes, Carlos Lyra, Roberto Menescal e outros compositores talentosos saíram do Brasil para apresentar a Bossa Nova ao mundo. Além de histórico, o show no Carnegie Hall, em Nova York, marcou oficialmente a data em que o mundo começou a prestar atenção na música brasileira. De lá para cá, diversos nomes, de Ivan Lins a Caetano Veloso, de Gilberto Gil a Marisa Monte, ganharam destaque no exterior e caíram na estrada em palcos espalhados por todo o planeta. Hoje em dia, novas atrações como Anitta e o DJ Alok seguem essa tradição, combinando ritmos locais com batidas internacionais e chegando às paradas das principais plataformas de streaming.

Mas não foram apenas grandes artistas solo que obtiveram sucesso internacional: uma nova geração de instrumentistas brasileiros, muitas vezes pouco conhecidos do público em geral, vem atraindo a atenção de astros do rock e do pop, que “importam” seus serviços para agregar talento às suas já exitosas carreiras.

Eloy Casagrande: estilo pesado do baterista ficou famoso no Sepultura e atraiu a atenção do Slipknot, um dos maiores nomes do heavy metal na atualidade (Crédito:Robson Mafra)

Um dos nomes mais significativos é o do guitarrista Mateus Asato, de 30 anos.
Nascido em Campo Grande, tem uma trajetória meteórica: aos 19 mudou-se para os EUA para estudar música e, ao completar o curso no renomado Musician’s Institute, em Los Angeles, foi contratado para acompanhar a turnê da cantora Tori Kelly.
Passou quase dois anos viajando, uma bela vitrine na qual expôs seu estilo único a toda a indústria do showbiz.
Depois passou a acompanhar a cantora britânica Jessie J, mas hoje é o braço direito do superastro Bruno Mars, que faz shows no Brasil em outubro.
Celebridade na internet, Mateus possui mais de 1,5 milhão de seguidores nas redes sociais.

Outro que caiu nas graças de um roqueiro de peso foi o paulistano Kiko Loureiro.
Depois de uma carreira de sucesso na banda nacional Angra, o guitarrista foi convidado para ingressar no Megadeth, ícone do heavy metal criado por Dave Mustaine.
Ficou no grupo de 2015 a 2023, e de lá para cá se dedica a carreira solo — pelo menos até o próximo grande grupo requisitar sua expertise.

Rafael Moreira: famoso pela versatilidade que o levou a tocar com nomes tão diversos como Stevie Wonder e New Kids on
the Block (Crédito:Divulgação )

Eloy Casagrande chamou a atenção dos norte-americanos do Slipknot, talvez o maior nome do heavy metal na atualidade, por sua atuação como baterista do Sepultura.
Dono de uma técnica única que combina explosão, ritmo e uma incrível noção de tempo, mesmo quando toca em altíssima velocidade, Eloy é considerado por muitos o maior baterista de rock do mundo.

“Eles se dedicam com garra, intensidade e criatividade que talvez não sejam requeridas em outras partes do mundo.”
Daniel Dystyler, da agência Formusic

Nascido na pequena cidade de Cambará, no interior do Paraná, o guitarrista Rafael Moreira logo se mudou para estudar nos EUA atrás de seu sonho.
E deu certo: ao passar em um teste para tocar com a cantora Christina Aguilera, fez sua estreia no palco do Saturday Night Live, uma das atrações mais populares da TV americana.
No dia seguinte, tocou no Madison Square Garden, em Nova York.
A lista dos nomes com quem Rafael trabalhou impressiona: Stevie Wonder, Paul Stanley, do Kiss, New Kids on the Block e Pink, entre outros. Também fez parte da banda fixa dos programas American Idol, The Voice e Rock Star.


Kiko Loureiro: depois da longa e bem-sucedida passagem pelo Megadeth, quer se dedicar a sua carreira solo (Crédito:Roberto Finizio)

O que esses músicos têm de diferente? “No Brasil tudo é sempre um pouco mais difícil. Eles se dedicam com garra, intensidade e criatividade que talvez não sejam requeridas em outras partes do mundo”, diz Daniel Dystyler, da agência de marketing musical Formusic.

É opinião semelhante a de Dilson Laguna, produtor do Artsy Club, um dos principais estúdios do País: “A falta de oportunidade no mercado interno obriga os profissionais a se superarem para se destacar em um cenário tão competitivo”, afirma.

Há ainda:
Grecco Buratto, que toca com Lionel Ritchie e Shakira;
Carlinhos Rocha, músico de Stevie Wonder e Kamasi Washington;
Pedro Martins, que acompanha Mac Demarco e Scott Kinsey.

A lista é longa — e certamente aumentará nos próximos anos.