Americana Lauryn Hill comemora no Allianz Parque os 50 anos do Chic Show

Por Felipe Machado

No início dos anos 1970, o DJ Luiz Alberto da Silva, mais conhecido como Luizão, era presença garantida em aniversários e festas de casamentos. Ele foi famoso por sua enorme coleção de discos e por estar por dentro das tendências e estilos que agitavam as pistas de dança em todo o mundo. A fama levou a um convite para discotecar na casa São Paulo Chic, numa noite que celebrou um encontro de escolas de samba. O sucesso do evento fez com que pensasse em algo maior: criar um baile de black music que pudesse reunir ainda mais gente. Foi assim que, em 1974, nasceu o Chic Show. A primeira edição do evento aconteceu no Ginásio do Palmeiras, em São Paulo, para uma plateia de cerca de 15 mil pessoas, e contou com show de Jorge Benjor. Pois nesse sábado, 13/7, o Chic Show comemora 50 anos em grande estilo — com um show no estádio Allianz Parque, mesmo local onde antes funcionava o Ginásio do Palmeiras, com capacidade para 45 mil pessoas. O festival tem como atração principal a cantora norte-americana Lauryn Hill. Seu ex-parceiro no trio Fugees, Wyclef Jean, também se apresenta — o público espera que eles cantem juntos os maiores sucessos do grupo. Completam o line-up o cantor YG Marley, filho de Lauryn Hill e autor do hit ‘Praise Jah in the Moonlight’, o veterano dos anos 1970 Jimmy Bo Horne e uma série de artistas brasileiros. Quem quiser entrar no clima do evento pode assistir ao documentário Chic Show. Dirigido por Emilio Domingos, o filme está disponível no streaming Globoplay.

Brasileiros no palco

Artistas nacionais também estarão nos 50 anos do Chic Show. Preto Faria, Luciano e Grandmaster Ney, que tocavam na época, serão os DJs. Haverá ainda shows de Mano Brown, Rael, Sandra de Sá e Criolo (foto). “Faremos um show da tour Sobreviver. Cantar nesse festival é um presente do destino, um motivo de celebração único. Essa festa conta a história da música preta no Brasil. O balanço, o suíngue, o que mexe com a massa. Lembraremos as histórias, ali nos reuníamos para ver os amigos, dançar e sorrir”, disse Criolo à ISTOÉ.

Para Ler

O romance O Vento que Arrasa (Todavia) é a obra de estreia da argentina Selva Almada, que agora chega ao País. Sua trama envolve a adolescente Leni e seu pai, um pastor obcecado por sinais de Deus. Selva publicou ainda os ótimos livros Garotas Mortas e Não é um Rio.

Para Ver

Estrelado por Scarlett Johansson e Channing Tatum, a comédia romântica Como Vender a Lua conta a história de uma publicitária contratada pelo governo dos EUA para melhorar a imagem da Nasa nos anos 1970. Bom divertimento.

Para ouvir

Os escoceses do Travis lançam o álbum L.A. Time. O destaque é a faixa “Raze the Bar”, que narra o fechamento do lendário bar Black & White, em Nova York, e tem participação de Chris Martin, do Coldplay, e Brandon Flowers, do The Killers.

Cinema
Meio século de carreira do mestre

Um dos maiores ícones de Hollywood ganha uma mostra no Centro Cultural Banco do Brasil, em São Paulo, homenageando seus cinquenta anos de carreira. Em cartaz até 18/8, Pacino reúne 24 longas do ator Al Pacino, um debate sobre sua trajetória e um curso sobre a história da atuação no cinema. “A intenção é revermos a história das artes nas últimas cinco décadas por meio do gênio deste extraordinário artista”, diz o curador Paulo Santos Lima. Entre os longas estão O Poderoso Chefão, Perfume de Mulher, Um Dia de Cão e Scarface (foto).

Show
Comemoração com convidados

O Espaço Unimed, em São Paulo, será palco de um show histórico na carreira dos cariocas do Planet Hemp: o grupo vai gravar um especial comemorativo dos seus trinta anos em 11 de julho. Além dos músicos liderados pelos vocalistas Marcelo D2 e BNegão, haverá participações especiais de Seu Jorge, Emicida, Pitty, Criolo, Rodrigo Lima (do Dead Fish), e do norte-americano Mike Muir (vocalista do Suicidal Tendencies). A produção será de Daniel Ganjaman e o cenário terá uma experiência imersiva inspirada no tema Jardins Suspensos da Babilônia.

Exposição
Homenagem a Naná Vasconcelos

Reconhecido como um dos maiores percussionistas do mundo, o músico pernambucano Naná Vasconcelos (1944-2016) é o tema da nova Ocupação do Itaú Cultural, em São Paulo. A exposição reúne cerca de 90 peças, que incluem objetos pessoais, vestimentas, fotos, vídeos e instrumentos, entre eles o seu berimbau original, construído em 1967. Há ainda prêmios que Naná recebeu ao longo de sua carreira, como o Grammy Latino, conquistado em 2011 pelo álbum Sinfonia e Batuques. A mostra fica em cartaz até 27/10.

Livros
Os grupos que habitam o mundo

Esotéricos, hipsters, libertários, influencers, feministas — e por aí vai. As pessoas já não se agrupam mais por gerações ou pela atividade profissional, mas pelo comportamento e estilo de vida, criando “zoológicos particulares”. A teoria é de Julius Wiedemann, que acaba de lançar 21 Tribos Para Entender o Século 21 (Realejo). “A multiplicidade de vozes está presente em todos os ambientes, e foi a partir dessa observação que resolvi escrever o livro para identificar e mostrar, de maneira não acadêmica, o cenário social diverso que há no Brasil e no mundo”, diz o autor.