Lula em campanha
Por Germano Oliveira
O presidente fez uma maratona nos últimos dias para visitar várias cidades das regiões metropolitanas, como SP, onde inaugurou obras e distribuiu recursos públicos. É que, desde o último dia 6, a lei eleitoral não permite mais esse tipo de evento. Por isso, o petista acelerou a liberação de emendas às prefeituras: de janeiro até agora liberou R$ 22 bilhões a 5.300 municípios. Prova de que não destinou dinheiro só aos aliados. O montante é recorde. Mesmo assim, governadores de oposição reclamaram, como foi o caso de Tarcísio. Lula rebateu: “Duvido que ele conseguisse R$ 12 bilhões no BNDES no governo anterior”. Em visita a Diadema, com o prefeito José de Fellipe (PT) no palanque, Lula voltou a cutucar o gestor paulista: “Eu o convido para meus eventos, mas ele não vem”.
Vitalidade
Amigos do petista que estiveram com ele nas inúmeras viagens feitas na semana passada disseram à ISTOÉ que o presidente confessou estar na melhor fase da vida, fazendo exercícios e com uma vitalidade que até os assessores mais jovens têm dificuldade para acompanhá-lo. Acha que está fazendo mais agora do que fez nos governos do Lula I e II.
Janja
E foi nesse contexto que o presidente fez a metáfora sobre o seu suposto cansaço e que virou meme. “Quem acha que o Lulinha está cansado, pergunte para a Janja. Ela é testemunha ocular”, disse o presidente, dirigindo-se à primeira-dama, que estava ao seu lado na inauguração de um campus da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), em Osasco.
Construindo pontes
André Mendonça recebeu homenagens dos advogados Marco Aurélio de Carvalho (à esq.), presidente do Grupo Prerrogativas, e de Emídio de Souza (à dir.), candidato do PT a prefeito de Osasco, durante evento em que tornou-se efetivo do TSE, no final de junho. Os dois advogados são grandes amigos de Lula e, segundo Carvalho, o PT reconhece que o magistrado tem “habilidade para construir soluções conciliatórias”.
Rápidas
● A maior luta judicial em vigor no País, entre a J&F e a Paper Excellence, pelo controle da Eldorado Celulose, teve um lance que pode provocar uma reviravolta no caso e favorecer a Paper: o Incra deve reanalisar os aspectos jurídicos que tratam da aquisição de imóveis rurais por estrangeiros.
● A mudança na taxação do setor de saneamento com a Reforma Tributária pode provocar uma alta de até 18% nas contas de água e esgoto. As concessionárias, que hoje recolhem 9,25% de impostos, podem pagar até 27%.
● Um ano após a maior estiagem na Amazônia, secando rios do Solimões e do Amazonas, a estiagem volta a preocupar o Norte do País, que ainda não havia recuperado seus níveis de água. Governo trabalha para socorrer os ribeirinhos.
● Depois de ficar sem reajustar os combustíveis desde junho, a Petrobras cedeu à pressão das refinarias e aumentou, na segunda-feira, 8, a gasolina em 7,11% e o gás de cozinha em 9,6%. Os preços estavam defasados.
Retrato falado: Roberto Azevêdo, ex-OMC
O ex-diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), com sede em Genebra, disse ao “Estadão” que as eleições para o Parlamento Europeu e nos EUA, podem elevar o protecionismo aos seus agricultores e prejudicar países como o Brasil. De acordo com Roberto Azevêdo, que trabalha para a Associação Brasileira do Agronegócio, a União Europeia continuará impondo para o mundo os padrões europeus de produção, de resíduos e de desmatamento, aumentando os custos dos produtores estrangeiros.
Caça aos clientes
O escritório de advocacia Pogust Goodhead (PG), que lidera uma ação coletiva contra o desastre ambiental de Mariana, na Justiça de Londres, sofreu dois reveses nas últimas semanas. O primeiro foi na audiência contra a Vale e a BHP na qual foram identificadas inconsistências nos questionários de supostas vítimas da tragédia. O PG apresentou 700 mil assinaturas de clientes na ação, mas após vários questionamentos, 100 mil foram excluídas. O segundo revés ocorreu no último dia 8 no caso Dieselgate, quando a Corte britânica cortou o orçamento considerado “absurdo” de 343 milhões de euros da primeira parte do processo que pede indenização às montadoras por fraude nas emissões de poluentes em motor diesel.
Assédio e racismo
Criticado por métodos pouco transparentes, o PG está sendo alvo ainda de reclamações dos funcionários, inclusive brasileiros. Uma advogada acusa a banca londrina de descumprir as leis trabalhistas. As acusações de assédio e racismo estão registradas em um dos maiores sites de recrutamento, o Glassdoor.
A caminho da vitória
A três meses das eleições, prefeitos de duas das principais capitais (Recife e Rio de Janeiro) aparecem tão bem na pesquisa Datafolha para a reeleição que só um milagre pode tirá-los do cargo. No Recife, João Campos (PSB), lidera com 75% das intenções de voto (o segundo tem 7%). No Rio, Eduardo Paes (PSD) está com 53% e, o segundo, com 9%.
Embolados e enrolados
Em SP, o maior colégio eleitoral do País, onde ocorrerá agora uma prévia da eleição presidencial de 2026, o candidato de Bolsonaro, o prefeito Ricardo Nunes, está com 24%, contra 23% de Guilherme Boulos, apoiado por Lula. Estão em empate técnico, como vem acontecendo desde o início do ano. O apresentador de TV, Datena, desabou de 17% par 11%.
Fora da política
Durante entrega do título de cidadão paranaense a João Doria, em Curitiba, o prefeito Rafael Greca falou que “o Brasil perdeu a chance de eleger um grande presidente”, referindo-se ao ex-governador de SP. Em um auditório lotado, com a presença de três ex-governadores do PR, Doria agradeceu o gesto do prefeito, dizendo que está fora da política e assim deseja se manter. Será?
Toma lá dá cá: Flávia Morando, candidata a prefeita de São Bernardo do Campo
A que a sra. atribui o fato de já estar em segundo lugar nas pesquisas para a prefeitura de São Bernardo?
Esse período de pré-campanha tem sido fundamental para aprofundar o diálogo com a população. As pessoas me dizem que São Bernardo é hoje uma cidade melhor do que há oito anos.
Acha que o apoio do prefeito Orlando Morando ajuda na consolidação da sua candidatura?
Tenho percorrido São Bernardo e observado que as pessoas desejam a continuidade desse projeto exitoso e bem avaliado do prefeito Orlando Morando.
O fato de ser mulher bem sucedida nos negócios influencia esse bom desempenho?
A sociedade está cansada dos políticos com promessas vazias e tem valorizado, cada vez mais, os bons gestores.