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Artes plásticas: a redescoberta de Chico da Silva

Livro conta a história do artista de origem indígena que ganha destaque cada vez maior no exterior

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Chico da Silva: pintor descoberto pelo suíço Jean Chabloz (Crédito: Divulgação )

Por Felipe Machado

Após exposições de sucesso na galeria David Kordansky e na Independent Art Fair, ambas em Nova York, o mundo das artes visuais assiste a uma redescoberta do pintor brasileiro Chico da Silva. Nascido no Acre, aos seis anos esse artista de origem indígena mudou-se para o Ceará, onde mais tarde começou a trabalhar como pintor de paredes. Aos poucos passou a incluir desenhos de pássaros, dragões e figuras marinhas em seus murais, o que chamou a atenção do suíço Jean Pierre Chabloz. O pintor, que morava em Fortaleza, organizou uma exposição de artistas cearenses no Rio de Janeiro — ocasião em que Chico da Silva foi o grande destaque. Chabloz levou então seus quadros para mostras na Europa e o apresentou aos crtíticos da revista Chaier d’Art, que publicou o artigo que daria impulso internacional a sua carreira: “Um Índigena Brasileiro Reinventa a Pintura” dizia a manchete. O destaque o fez ser convidado para a Bienal de Veneza de 1966, onde foi premiado. Essas e outras histórias estão no livro Chico da Silva, lançamento da editora Afluente. A publicação traz texto crítico de Roberto Galvão. “Não se pode negar que sua obra tem uma riqueza estética pouco comum e uma multiplicidade enorme de sutilezas que merecem ser observadas”, escreve Galvão. “Chico da Silva merece ficar para as futuras gerações.”

Obras no acervo do Pompidou

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Com o destaque internacional, Chico da Silva (foto) passa a ser representado pela galeria Galatea, do marchand Conrado Mesquita. “Seu trabalho tem atraído a atenção de museus no exterior. Dois quadros já fazem parte do acervo do Centre Pompidou, em Paris”, afirma Mesquita. A próxima exibição de Chico da Silva fora do País será na feira Frieze Masters, em Londres, em outubro. Em paralelo, a Galatea prepara o projeto de catalogação de todas as suas obras.

Para Ler

Amanda Gorman ficou famosa como a jovem que declamou um poema na posse do presidente Joe Biden, em 2022. Chega às livrarias seu novo livro, Seremos Chamados pelo que Levamos (Intrínseca). A coletânea de textos tem prefácio de Oprah Winfrey.

Para Ver

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A espera dos fãs acabou: estreou na HBO a segunda temporada de Casa do Dragão, série derivada de Game of Thrones. Disputas na família liderada por Rhaenyra Targaryen podem levar a uma guerra entre os clãs Negros e Verdes.

Para ouvir

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O músico, produtor e ativista nova-iorquino Moby lança o novo álbum Always Centered At Night. O trabalho conta com 13 cantores diferentes nas suas 13 faixas, incluindo Benjamin Zephaniah e Lady Blackbird.

Show
Grandes nomes da cena brasileira

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O Festival Turá São Paulo, conhecido por sua programação 100% nacional, acontece nos dias 29 e 30/6 no Parque do Ibirapuera. Nessa edição, mais de 20 shows exaltam a diversidade de gêneros e gerações do cenário musical brasileiro. Entre os destaques está o show da Nação Zumbi, que celebrará os 30 anos do icônico álbum Da Lama ao Caos. No sábado, quem fecha o evento é a dupla Chitãozinho & Xororó; no domingo é a vez do cantor e compositor Djavan (foto), que apresenta sucessos de todas as fases da sua carreira.

Dança
Momix revisita Lewis Carroll

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Conhecida por apresentar obras inovadoras e de beleza surpreendente, o Momix é uma companhia de dança fundada em 1980 e dirigida pelo norte-americano Moses Pendleton. Ela traz ao Brasil seu novo espetáculo, uma versão de Alice no País das Maravilhas, clássico de Lewis Carroll. “Não pretendo contar toda a história de Alice, mas usá-la como ponto de partida para a invenção”, diz o coreógrafo. Os cenários são inspirados nos desenhos originais do ilustrador John Tenniel, publicados em 1865, e em 12 gravuras pintadas pelo espanhol Salvador Dalí.

Arquitetura
O homem que coloriu São Paulo

(Tuca Vieira/Folha Imagem)

Sem ter formação como arquiteto ou engenheiro, ele ergueu edifícios que se tornaram ícones de São Paulo. De 20/6 a 15/9, a Ocupação do Itaú Cultural é dedicada a Artacho Jurado (1907-1983), que coloriu a cidade com seus prédios de pastilhas azuis, rosas e amarelas nas décadas de 1940 a 1960. Em um tempo em que imperava a sisudez do cinza, Artacho criou construções festivas, principalmente no Centro e no bairro de Higienópolis. A mostra reúne 130 peças, entre fotografias, vídeos, desenhos, publicidade de época e maquetes.

Música
A histórica ópera em português

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O Theatro Municipal, em São Paulo, recebe a montagem de O Contractador de Diamantes, obra do brasileiro Francisco Mignone que será cantada em português pela primeira vez na história. Com récitas entre 28/6 e 2/7, o espetáculo terá direção cênica de William Pereira e direção musical de Alessandro Sangiorgi. Ambientada no século 18, em Minas Gerais, narra a vida de Felisberto Caldeira, aristocrata que explorava ouro e diamantes. O cenário é inspirado na Casa da Ópera de Ouro Preto, construída de 1746 a 1770, o mais antigo teatro do continente.