Cultura

Vida e obra do bruxo da música

O livro Quebra Tudo — A Arte Livre de Hermeto Pascoal narra a trajetória de um personagen único na cultura brasileira

Crédito: GabrielQuintao.com

Hermeto Pascoal: obra revela pontos altos da sua carreira no exterior (Crédito: GabrielQuintao.com)

Por Felipe Machado

Resultado de mais de 50 entrevistas e anos de pesquisa, o livro Quebra Tudo – A Arte Livre de Hermeto Pascoal, do jornalista paulistano Vitor Nuzzi, conta as histórias protagonizadas pelo artista nascido no ano de 1936 em Lagoa da Canoa, nas Alagoas. Depois do início da carreira como sanfoneiro, Hermeto desenvolveu o que batizou de “música universal”, forma de expressão com liberdade criativa absoluta. Pelo conjunto da obra ganhou um Grammy e recebeu o título de Doutor Honoris Causa na renomada Julliard School, em Nova York, das mãos do trompetista Wynton Marsalis. Ainda virou nome de rosa cultivada pelo compositor João Bosco e foi homenageado com uma nova espécie de árvore descoberta por cientistas. Começou a carreira em Recife, onde conheceu Sivuca. Formou vários grupos, entre eles o Quarteto Novo, que marcou época na cena local ao lado de Airto Moreira, Heraldo do Monte e Theo de Barros. Quebra Tudo conta ainda detalhes da viagem de Hermeto aos EUA no final dos anos 1960, quando conheceu Miles Davis e outros grandes nomes do jazz — e teve músicas não creditadas em um LP de Miles, com quem teria até lutado boxe. Em um dos pontos altos de sua carreira, em 1979, estrelou uma noite inesquecível ao lado de Elis Regina no Festival de Jazz de Montreaux, na Suíça. Já compôs mais de dez mil músicas — em alguns períodos, uma por dia. É o que o próprio músico relatou na obra Calendário do Som: de junho de 1996 a junho de 1997, escreveu músicas todos os dias. Hermeto é um personagem único na cultura brasileira.

Outro lado: O artista visual

(Divulgação)

A mostra Ars Sonora – Hermeto Pascoal apresenta ao público uma faceta menos conhecida do multi-instrumentista alagoano: sua produção como artista visual. A exposição reúne objetos feitos de diferentes materiais, deslocados do seu uso cotidiano e reconfigurados. Em suas mãos, chaleiras, caixas e brinquedos viram inusitados instrumentos musicais. Há ainda um acervo de partituras escritas em superfícies como cartazes (foto), panos e guardanapos.

Para Ler

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Em Revolucionárias, a socióloga Isabelle Anchieta compara as habilidades e os desafios enfrentados pela guerreira francesa Joana D’Arc e a baiana Maria Quitéria, duas figuras femininas que subverteram os valores da época e mudaram o mundo.

Para Ver

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A terceira temporada de Bridgerton, uma das séries mais populares da Netflix, causa grande curiosidade: os fãs do casal Polin, Penelope Featherington (Nicola Coughlan) e Colin Bridgerton (Luke Newton), aguardam o final em 16/6.

Para ouvir

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Aos 70 anos, o pianista Richard Clayderman traz ao Brasil a bem-sucedida turnê 45 anos de sucessos. Acompanhado por uma orquestra de cordas, ele faz shows em São Paulo (6/6), Curitiba (7/6), Rio de Janeiro (8/6) e Belo Horizonte (9/6).

Espetáculo
O mundo gelado do Cirque du Soleil

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Depois de viajar por 21 países e ser visto por mais de dois milhões de pessoas, o espetáculo Crystal chega ao Brasil para celebrar as quatro décadas de atividades da trupe canadense do Cirque du Soleil. Criado por Shana Carroll e Sebastien Soldevila, o show utiliza projetores de alta definição e reúne 92 artistas vindos de 25 países. É o primeiro trabalho em que o grupo realiza acrobacias no gelo e na neve. Em cartaz no Rio de Janeiro, de 13 a 23/6, na Rioarena; Em São Paulo a temporada vai de 5/7 a 6/10, no Parque Villa-Lobos.

Dança
Início da temporada no Municipal

Com direção artística de Alejandro Ahmed, o tradicional Balé da Cidade de São Paulo abre a temporada no Theatro Municipal com a remontagem de Horizonte+, coreografia de Beatriz Sano e Eduardo Fukushima. Criada a partir da relação entre as práticas corporais asiáticas e a filosofia oriental, a obra é inspirada no universo artístico da artista visual Tomie Ohtake. Na mesma noite haverá uma performance inédita da peça Piedad Salvaje, de autoria da artista cubana Judith Sánchez Ruíz. As apresentações acontecem de 7 a 15 de junho.

Teatro
Fernando Pessoa, o modernista

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Escrita em 1913, a peça O Marinheiro, do poeta e escritor Fernando Pessoa, é considerada o marco inicial do movimento modernista em Portugal. Escrita quando o autor tinha apenas 23 anos, a obra é um prenúncio dos tormentos que serviriam de inspiração para a sua vida. Com direção de Elias Andreato e estrelado por Cristina Mutarelli, Michele Matalon e Muriel Matalon, o espetáculo estreia no Espaço Ateliê Cênico, em São Paulo. A trama traz três personagens, que velam uma morta durante toda a madrugada. Em cartaz até 18/7.

Exposição
Dentro das histórias em quadrinhos

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A partir de 20/6, os fãs de super-heróis poderão visitar cenários das histórias em quadrinhos na exposição inédita Heróis DC. Numa área de 1.500 m2 na zona sul de São Paulo, serão exibidos itens originais e ambientes imersivos de seus personagens favoritos. Os fãs de Superman poderão passear pela cidade de Metrópolis, assim como os admiradores de Batman terão a oportunidade de entrar na Batcaverna. Há ainda objetos de colecionadores, como o primeiro exemplar da revista Action Comics, autografada por Jerry Siegel, criador do homem de aço.