Comportamento

Água do mar bebível: conheça o projeto de Ilhabela e os desafios das usinas

Primeira usina de dessalinização paulista, em Ilhabela, vai transformar água do mar em potável para combater escassez do recurso

Crédito: Divulgação

Dessalinização: solução para escassez de água doce, mas desafios financeiros e ambientais (Crédito: Divulgação )

Por Bruna Garcia

A cidade de Ilhabela, no litoral norte de São Paulo, será a primeira do estado a ter uma usina de dessalinização, transformando a água do mar em potável para abastecer a região, principalmente na alta temporada. O objetivo da usina é aumentar em 22% a oferta de água bebível, beneficiando cerca de 8 mil pessoas e garantindo o abastecimento durante o pico turístico. A expectativa é que a obra seja concluída em 2026.

A usina terá capacidade de processar 40 litros de água por segundo utilizando a técnica de osmose reversa, um processo que aplica alta pressão à água do mar para remover o sal por meio de membranas semipermeáveis.
A tecnologia garante a qualidade e potabilidade da água, atendendo às normas de consumo humano.
A construção se dará nas margens do Ribeirão Água Branca, e a empresa vencedora da licitação terá que construir um centro de educação ambiental com auditório e painéis fotovoltaicos.

A dessalinização se apresenta como uma solução para diversificar as fontes de água potável no combate à escassez hídrica, reduzindo a dependência de lençóis freáticos e rios, principalmente em períodos de seca. Isso contribui para a segurança dos rios da região e a preservação dos recursos naturais.

Mas há desafios. A construção da usina, orçada em R$ 99,5 milhões, levanta questionamentos sobre a viabilidade econômica da dessalinização, já que os custos de produção são mais altos em comparação aos da água doce tradicional. Também é fundamental avaliar o impacto ambiental da captação e processamento da água do mar.

Dessalinizar a água do mar é uma alternativa para regiões com escassez de água doce, mas exige investimentos significativos, aprimoramento tecnológico para reduzir custos e medidas de mitigação dos impactos ambientais. A combinação da usina com ações de conservação da água e uso racional dos recursos hídricos é essencial para garantir um futuro sustentável para Ilhabela.

A Prefeitura de Ilhabela se queixa da qualidade do serviço da Sabesp e ameaça romper o contrato com a empresa. A construção da usina de dessalinização é prevista no novo contrato entre a prefeitura e a Sabesp, renovado por mais 30 anos em 2020. O prefeito da cidade afirma que a usina será construída mesmo que o contrato com a Sabesp seja interrompido.

O Brasil já conta com usinas de dessalinização em:
Sergipe
Espírito Santo,
Ceará,
Paraíba,
Piauí,
Rio Grande do Norte,
Maranhão,
Pernambuco,
Alagoas.
e Bahia.

Algumas ainda estão em construção. No mundo, há usinas de dessalinização na Inglaterra, Austrália, e principalmente em países do Oriente Médio, como Emirados Árabes, Catar e Arábia Saudita.

A fábrica Mammoth da Climeworks em Hellisheiði, Islândia, começou a operar em 8 de maio (Crédito:Divulgação )

Aspirador de carbono gigante na Islândia

Na luta contra o aquecimento global, a Islândia inaugurou a maior usina de captura de gás carbônico (CO2) do mundo, a Mammoth, uma iniciativa da empresa suíça Climeworks. A energia utilizada no processo é geotérmica, uma tecnologia inovadora para extrair dióxido de carbono do ar e armazená-lo em rochas basálticas e tem o ambicioso objetivo de capturar 1 bilhão de toneladas de CO2 por ano até 2050, contribuindo significativamente para o combate às mudanças climáticas.

Os desafios são o alto custo de US$ 1.000 por tonelada e a eficiência questionável em larga escala, que levantam dúvidas sobre a viabilidade econômica e o impacto global da tecnologia.

Apesar disso, a Mammoth representa um passo importante na busca por soluções para reduzir as emissões de CO2 e mitigar os efeitos do aquecimento global. A tecnologia de captura de CO2 tem potencial para ser aprimorada e se tornar mais acessível, contribuindo para um futuro mais sustentável para o planeta.