A autobiografia de Rita Lee num musical com Mel Lisboa
Espetáculo que narra a vida da cantora é inspirado em livro de 2016 e traz a atriz Mel Lisboa no papel principal
Por Felipe Machado
Quando Mel Lisboa pisou pela primeira vez em cena como Rita Lee, em 2014, ela não poderia imaginar que seriam meses de casa cheia — e nem que a própria Rita apareceria sem avisar para abençoar sua performance. O trabalho rendeu prêmios e colocou a atriz entre os grandes nomes do teatro nacional. Dez anos depois da estreia de Rita Lee Mora ao Lado, Mel volta a interpretar a roqueira mais querida do País em um musical inédito, agora inspirado na autobiografia da cantora. Com direção de Marcio Macena e Débora Dubois, Rita Lee — Uma Autobiografia Musical fica em cartaz no Teatro Porto, em São Paulo, até 30/6. A nova montagem conta com direção musical de Marco França e Marcio Guimarães, e Bruno Fraga no papel de Roberto de Carvalho, marido e parceiro musical de Rita. O enredo tem como base o livro publicado pela cantora em 2016, onde narra os altos e baixos da sua carreira com uma honestidade surpreendente. Numa narrativa envolvente, o texto de Rita fala da infância e dos primeiros passos na vida artística; de Mutantes e de Tutti-Frutti; de sua prisão em 1976, na ditadura; do encontro com Roberto de Carvalho; do ativismo pelos direitos dos animais. “A vida dela precisa ser contada e recontada. Sua existência transformou toda uma geração”, afirma Mel. A atriz reforça a importância da cantora para o avanço das pautas feministas. “Rita não é somente a roqueira maior. Ela compôs, cantou e popularizou o sexo do ponto de vista feminino em uma época em que isso era inimaginável.”
Roberto de Carvalho aprovou
Marido e parceiro musical de Rita Lee, Roberto de Carvalho (na foto com Mel Lisboa e Bruno Fraga) acompanha de perto os ensaios para a nova montagem do musical sobre a cantora. Nas redes sociais, publicou como se sente: “É como contemplar por frestas invisíveis a história do meu amor, encenada por uma garotada tão talentosa, afinadíssima no sentido musical e espiritual”. E aproveitou para elogiar o elenco: “Mel e o Bruno são um show à parte, estarei na primeira fila”, afirmou.
Para Ler
Primeira mulher negra a publicar um romance na América do Sul (Úrsula, em 1859), Maria Firmina dos Reis também foi pioneira na poesia. Cantos à Beira-Mar (Ed. Fósforo) é fruto da pesquisa de Luciana Martins Diogo e foi publicado originalmente em 1871.
Para Ver
Fallout é a nova aposta da Amazon Prime no gênero ficção científica. A série com Ella Purnell (foto) se passa no futuro, quando a humanidade vive em abrigos subterrâneos e é ameaçada por gangues que moram na superfície.
Para ouvir
Liderada pelo vocalista e baixista Rob Gutierrez, a banda Hollowmind lança o álbum Under the Influence, com versões de artistas que marcaram sua carreira. Destaque às canções “Vital Signs”, do Rush, e “Monument”, do Fates Warning.
TEATRO
Surpresas no palco, risos na plateia
Marisa Orth e Tania Bondezan protagonizam Radojka — Uma Comédia Friamente Calculada, texto dos uruguaios Fernando Schmidt e Christian Ibarzabal já encenado em 12 países. Com direção de Odilon Wagner, é uma comédia ágil e cheia de surpresas. A peça acompanha duas cuidadoras de idosos que trabalham para Radojka, senhora sérvia que vive longe de sua família. “É um dos textos mais divertidos que li nos últimos anos, é impossível não gargalhar com o seu humor ácido”, afirma Wagner. Em cartaz no Teatro FAAP, em São Paulo, até 23/5.
CINEMA
Brasileiro brilha em Guerra Civil
O Brasil chegou ao topo em Hollywood: Wagner Moura é o protagonista de Guerra Civil, filme do britânico Alex Garland que estreou em primeiro lugar nas bilheterias dos EUA. O ator faz o papel de um jornalista que trabalha na cobertura de um conflito situado no futuro próximo, quando forças dos estados do Texas e da Califórnia se aliam a um grupo de rebeldes para depor o presidente norte-americano. Maior produção do estúdio A24 até hoje, com orçamento de US$ 50 milhões, o enredo alerta para a polarização política extrema vivida no país.
SHOW
Um mestre do jazz na guitarra
Considerado um dos maiores guitarristas de jazz da atualidade, Mike Stern sobe ao palco do Bourbon Street, em São Paulo, com Dennis Chambers (bateria), Leni Stern (guitarra), Bob Franceschini (sax), e o brasileiro Rubem Farias (baixo). Vivendo em Estocolmo, na Suécia, o baixista é conhecido por promover a música brasileira na Europa. O show acontece em 21/4 e o repertório será baseado nos estilos bebop, rock e fusion. Stern foi integrante do grupo Blood, Sweat & Tears, nos anos 1970, e tocou com Miles Davis, Jaco Pastorius e Stan Getz.
EXPOSIÇÃO
Três décadas de muito estilo
Uma mostra no Museu Judaico de São Paulo celebra três décadas de carreira de um dos estilistas mais talentosos do País. Com curadoria de Maurício Ianês, Alexandre Herchcovitch: 30 Anos Além da Moda reúne roupas, calçados, acessórios e vídeos em uma retrospectiva que homenageia a trajetória do paulistano que alcançou reconhecimento internacional. “Estou feliz em poder mostrar parte do meu acervo e de minhas ideias ao grande público. Sempre sonhei com este momento”, diz Alexandre, que é filho de imigrantes judeus.