Cultura

Uma família quase perfeita

Produção do cinema nacional narra a história de mãe que luta para se defender após ser acusada de agredir as filhas

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Uma Família Feliz: “suspense arrebatador”, segundo Grazi Massafera (Crédito: Divulgação )

Por Felipe Machado

Com exceção dos clássicos de Zé do Caixão, o mercado cinematográfico brasileiro não tem o costume de apostar em filmes de terror. Estrelado pelo popular casal global formado por Reynaldo Gianecchini e Grazi Massafera, no entanto, Uma Família Feliz tem tudo para se tornar um sucesso de bilheteria.

Dirigido por José Eduardo Belmonte, o longa é um suspense dramático cujo ponto de partida é um tema delicado: a depressão pós-parto. Eva (Grazi) acabou de dar à luz o seu terceiro filho e enfrenta uma angústia em relação a sua vida supostamente perfeita. Quando suas filhas gêmeas aparecem machucadas, a tranquilidade de sua família é abalada. Acusada pela comunidade de ser a agressora, Eva passa a ser questionada pelo próprio marido.

“É um suspense arrebatador”, afirma a atriz. “A história me arrepiou desde o primeiro momento.” Belmonte afirma que buscou subverter o estilo das produções do gênero, conhecido pelos tons sombrios de suas cenas.

“Quis fazer um suspense iluminado. O terror geralmente opta por uma estética mais escura, por isso eu quis fazer o contrário”, afirma.

O longa tem roteiro de Raphael Montes (leia mais no quadro abaixo), que ficou conhecido pela audiência das plataformas de streaming após escrever a série Bom Dia, Verônica e o filme A Menina que Matou os Pais, sobre a história de Suzane von Richtofen.

Um jovem mestre do terror

(Divulgação)

Autor de Uma Família Feliz, cujo texto foi adaptado e sai agora também em livro, o escritor Raphael Montes (foto) vem consolidando a sua carreira de roteirista. Ele conta o que o atraiu no novo trabalho: “Ao seguir regras preestabelecidas, um filme de gênero permite discutir assuntos sérios e a sociedade”. Para Montes, as chaves do suspense são pouco exploradas no cinema brasileiro. “O que me interessa é despertar emoções na plateia”, diz.

Para Ler

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O ativista judeu Davi Rieseman faz um discurso polêmico em um auditório lotado. Anos depois, suas palavras inspiram um incidente importante na política brasileira. Esse é o enredo de Passeio com o Gigante, do autor gaúcho Michel Laub.

Para Ver

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Inspirada na trilogia de Juan Gómez-Jurado, a série espanhola Rainha Vermelha (Prime Video) narra a vida de uma mulher superdotada que ajuda a polícia a resolver crimes complexos. Dirigida por Koldo Serra, de La Casa de Papel.

Para ouvir

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Liderados pelo compositor e vocalista James Walsh, os britânicos do Starsailor lançaram um dos melhores trabalhos do ano até agora: Where the Wild Things Grow reúne uma coleção de belas canções sobre o amor e suas desilusões.

Teatro
Filosofia e religião

(Ronaldo Gutierrez)

Sucesso de crítica e público pelo bom elenco e texto profundo, O Deus de Spinoza volta a São Paulo após turnê pelo interior do Estado. O espetáculo resgata o pensamento do filósofo holandês Baruch de Spinoza, condenado no século XVII por sua reflexão sobre a relação do ser humano com Deus e com a natureza. Foi renegado por séculos, mas hoje suas teorias servem de inspiração para estudos no mundo inteiro. Com texto de Régis de Oliveira, tem direção de Luiz Amorim e Bruno Perillo no papel principal. Em cartaz no Teatro UOL, até 31/5.

Pop
Beyoncé volta em estilo country

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Uma das maiores cantoras da atualidade surpreendeu os fãs ao apresentar o estilo do seu novo disco. Beyoncé acaba de lançar Cowboy Carter, álbum que homenageia a cultura country norte-americana. E começou bem: já tornou-se a primeira artista negra a atingir o topo da parada especializada no gênero favorito dos caubóis. O disco apresenta ainda duas versões do passado: “Blackbird”, dos Beatles, cuja letra fala de Martin Luther King Jr., e “Jolene”, clássico de Dolly Parton. “A alegria de criar música é que não há regras,” diz Beyoncé.

Show
Uma dupla britânica do barulho

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O Royal Blood, grupo formado pelo baixista/vocalista Mike Kerr e o baterista Ben Thatcher, volta ao País com seu rock pesado e dançante para apresentações únicas em São Paulo (13/4) e no Rio de Janeiro (16/4). Os britânicos começaram a carreira em 2013 e, no mesmo ano, foram indicados ao prêmio BBC Sound, da renomada emissora de TV do Reino Unido. Venceram ainda o Brit Awards, como melhor grupo britânico, e o NME Awards, como artista revelação. Eles apresentam no Brasil seu trabalho mais recente, Back to the Water Below.

Festival
A força das mulheres na animação

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Um evento de animação feito apenas com filmes dirigidos por mulheres. Essa é a proposta do festival online Elas que Animam, que conta com dez animações de curta-metragem realizadas em São Paulo, Pará, Rio Grande do Sul, Bahia, Pernambuco e Paraná. Entre as produções há obras premiadas, que mostram o papel importante das mulheres no audiovisual brasileiro. Entre eles estão Guida, de Rosana Urbes, e Torre (foto) de Nádia Mangolini. A programação gratuita está disponível na plataforma www.itauculturalplay.com.br .