Por quanto tempo o premiê Netanyahu contornará a crise no país?
Luta: a população e a Justiça dividiram o gabinete do premiê (Crédito: Menahem Kahana)
Por Antonio Carlos Prado
Complica-se a situação do primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu. Na semana passada, uma onda de protestos tomou conta de diversas cidades do país, entre elas Jerusalém e Tel-Avi. Os manifestantes responsabilizam o premiê pelo ataque do Hamas — o que, convenhamos, não tem o menor sentido. No dia a dia, a maioria da população culpa Netanyahu pela falta de acordo para libertação dos reféns em mãos do grupo terrorista. Dentre as cerca de cem mil pessoas que se concentram diante do Parlamento em Jerusalém, pela primeira vez havia nos últimos dias familiares de reféns. Assim estão as ruas. Já a Corte Suprema decidiu que o governo suspenda os subsídios que fornece aos judeus ultraortodoxos para que eles se dediquem exclusivamente ao estudo da Torá. A Procuradoria-Geral, por sua vez, pede o fim da isenção de prestação do serviço militar para eles. O gabinete de Netanyahu divide-se: parte é favorável ao serviço militar para todos. Os partidos religiosos, sustentação do governo, defendem que os ultraortodoxos fiquem longe do exército. Netanyahu contornará a crise. A pergunta é: por quanto tempo? Ele, num ato tresloucado, bombardeou o consulado iraniano. Pior: fez isso em território da síria. Arrumou mais problemas.
SOCIEDADE
A Hermès e as famosas bolsas Birkin estão no epicentro de um processo
Sofisticada polêmica judicial, no estado norte-americano da Califórnia, segue despertando a atenção das pessoas muito ricas em diversos países. No epicentro do caso está uma bolsa, não uma simples bolsa, mas uma Birkin — cujo preço pode chegar a milhares de dólares. Ela é feita pela marca de alto luxo francesa Hermès, que está sendo processada nos EUA, acusada de só permitir que clientes com “histórico suficiente de compras” possam adquiri-la. Segundo os acusadores, estaria ocorrendo a violação da lei antitruste devido à vinculação da venda de uma peça à venda de outra. Em clara linguagem, seria a antiga, famosa e proibida “venda casada”: a cliente que comprar altíssimo número de produtos da Hermès (dentre eles, sapatos, lenços e jóias), essa sim poderá ser apresentada a uma bolsa Birkin e, quem sabe, até comprá-la. De acordo com a reclamação judicial, os vendedores das oito lojas Hermès que tornam a Califórnia mais atraente não recebem comissão sobre a venda da bolsa. Mais: eles seriam instruídos a usá-la como “forma de coagir os consumidores a comprarem produtos acessórios”.
TAIWAN
Tecnologia, modernidade e o mais forte terremoto dos últimos 25 anos
Taiwan foi atingida pelo mais forte terremoto ocorrido na região nos últimos 25 anos, na manhã da quarta-feira 3. No dia seguinte, informações davam conta de que pelo menos nove pessoas haviam morrido e cerca de novecentas estavam feridas. O número de desaparecidos ainda se fazia impossível de ser estimado. “No momento, a prioridade é resgatar aqueles que estão entre os escombros ou esmagados por pedras, mas ainda com vida”, declarou de imediato o presidente eleito Laui Ching-Te. Segundo as autoridades, outra preocupação voltava-se “às crianças que estavam indo para as escolas”. Os moradores de locais não atingidos assistiram em pânico, por transmissão televisiva, ao que estava acontecendo, sobretudo no montanhoso condado de Hualien, epicentro onde se registrou a forte magnitude de 7,4. Vale observar, no entanto, que Taiwan é um centro de tecnologia e modernidade. Isso permitiu que inúmeras edificações, já erguidas com proteção contra tremores de terra, vergassem, mas não desmoronassem. E, assim, a morte de uma infinidade de indivíduos foi evitada. Alertas de aproximação de tsunami chegaram a ser enviados ao sul do Japão e às Filipinas, e o terremoto foi sentido também na China – Taiwan é uma pequena nação insular, localizada a 180 quilômetros da costa leste chinesa. As duas usinas nucleares taiwanesas não foram afetadas. O mais arrasador terremoto nessa ilha ocorreu em 1999, com magnitude de 7,6. Matou 2,4 mil pessoas e danificou cerca de 50 mil edifícios.
