‘Machine Head’, o clássico do Deep Purple, volta remixado

Por Felipe Machado

Um dos discos mais populares da história do rock comemora cinco décadas: o clássico Machine Head, da banda inglesa Deep Purple, ganha edição especial remixada por Dweezil Zappa. A coincidência é proposital: Frank Zappa, pai do produtor, é citado na letra de “Smoke in the Water”, o maior hit do grupo. O pacote especial traz ainda duas gravações ao vivo — uma no Teatro Paris, em Londres, outra no Montreux Casino, na Suíça. O local seria usado também como estúdio, mas foi palco de um incêndio pouco antes das sessões começarem. De forma improvisada, a banda teve de gravar o disco nos corredores de um hotel (foto abaixo). Em entrevista à ISTOÉ, o vocalista Ian Gillan lembra do passado e fala sobre o próximo show no Brasil.

Cinco décadas de Machine Head. Por que remixar um álbum clássico como esse?
Acho que o objetivo é apresentá-lo às novas gerações. Fizeram um ótimo trabalho.

Durante a gravação, imaginavam que aquelas canções entrariam para a história do rock?
Não, queríamos apenas nos divertir. Tivemos que apressar o processo porque o incêndio no cassino nos fez perder muito tempo. O hotel não era um lugar adequado para a gravação e a polícia tentou invadi-lo algumas vezes para parar o barulho. Nossa equipe segurava as portas, impedindo a entrada dos guardas. Foi muito rock ‘n’ roll.

Como compara as formações do Deep Purple?
Não é fácil. Somos parte de uma mesma família, atravessamos momentos felizes e tragédias, sucessos e aventuras, desavenças. É normal. Todos os músicos foram incríveis.

E o Deep Purple hoje?
A vida é uma sucessão de estágios. Na juventude era tudo loucura, então crescemos e passamos a escrever sobre temas mais interessantes.

Quando voltam a se apresentar no Brasil?
Em setembro. Conhecemos bem e amamos o País. É caótico, mas tem muito ritmo.

Para Ler

Em Uma Oportunidade, nova obra do argentino Pablo Katchadjian, o narrador acredita que está enfeitiçado e que isso o impede de tomar decisões importantes. O livro foi finalista dos prêmios Tigre Juan, na Espanha, e Medifé Filba, na Argentina.

Para Ver

Ambientada em 1969, a série Palm Royale (Apple TV+) é uma produção inspirada pela história real da alpinista social Maxine Simmons (Kristen Wiig), que faz de tudo para entrar na alta sociedade de Palm Beach, na Flórida.

Para ouvir

Após sete anos sem material novo, a cantora Shakira lança o álbum Las Mujeres Ya No Lloran. As canções foram escritas após a conturbada separação entre a cantora colombiana e o jogador espanhol Gerard Piqué.

Streaming
O crime que abalou a América

Um episódio emblemático da história dos EUA ganhou uma série ficcional. Em formato de thriller, O Último Ato narra o assassinato de Abraham Lincoln, o primeiro presidente norte-americano a morrer no cargo. O crime ocorreu apenas cinco dias após o fim da Guerra Civil, com vitória de Lincoln e seus aliados. O presidente estava no teatro quando foi morto pelo ator John Wilkes Booth. Estrelada por Tobias Menzies, a produção foi inspirada no livro A Caçada ao Assassino de Lincoln: 12 Dias que Abalaram os EUA, do historiador James L. Swanson.

Música
Shows de blue e jazz no parque

Em sua 8ª edição, o Festival BB Seguros de Blues e Jazz volta a reunir grandes nomes da música em um evento gratuito no Parque Villa-Lobos, em São Paulo, em 13/4. Entre os destaques estão o trompetista cubano Arturo Sandoval (foto), vencedor de dez Grammys e um dos maiores instrumentistas do jazz latino-americano, e o cantor de blues Alabama Mike, dos EUA. Completam o elenco os brasileiros Bixiga 70, Renato Borghetti, O Bando, Orleans Street Jazz Band, e Monk’s Dream Jazz Group, projeto em homenagem ao pianista Thelonious Monk.

Teatro
Em discussão, a utilidade da arte

Fundada em 2013 pelo dramaturgo e diretor carioca Felipe Hirsch, a companhia de teatro Ultralíricos apresenta em seus trabalhos reflexões sobre temas complexos, entre eles a violência e a polarização política. Seu novo espetáculo, Agora Tudo era tão Velho — Fantasmagoria IV, está em cartaz no Sesc Consolação, em São Paulo, após ter sido destaque na Mostra Internacional de Teatro (MITsp). A peça discute a ideia de que a arte só existe quando é útil e dá lucro, uma crítica ao consumismo e à manipulação ideológica dos artistas.

Cinema
Homenagem a Farkas e Cousins

Com um total de 77 produções realizadas em 34 países, a 29ª edição do festival de documentários É Tudo Verdade ocorre entre 3 e 14 de abril. As sessões de abertura trazem a estreia mundial de Um Filme para Beatrice, de Helena Solberg (foto), no Rio de Janeiro, e o filme britânico O Competidor, de Clair Titley, em São Paulo. Retrospectivas celebram o cineasta e fotógrafo brasileiro Thomaz Farkas, no ano do centenário de seu nascimento, e o diretor e ensaísta inglês Mark Cousins, que visita o Brasil pela primeira vez.