Cultura

Ana Cañas dá adeus a Belchior

Cantora encerra a turnê que passou por mais de 150 palcos com uma apresentação única no Rio de Janeiro

Crédito: Marcus Steinmeyer

Ana Cañas: homenagem ao cantor cearense começou com uma live durante a pandemia (Crédito: Marcus Steinmeyer)

Por Felipe Machado

A cantora Ana Canãs gosta de frisar que não se prende a rótulos ­— seus projetos são definidos pela qualidade do repertório. Sem medo de arriscar, mergulhou fundo na obra do cantor e compositor cearense Belchior, morto em 2017, e saiu de lá com dois EPs e um álbum ao vivo bastante elogiado. A cantora paulistana encerra o ciclo de homenagens ao artista em 26/3, no Vivo Rio (RJ), após uma longa turnê pelo País. “Não poderia imaginar a dimensão que o projeto tomaria a partir de uma live que fiz em plena pandemia. Ter sido assistida por mais de 600 mil pessoas foi insano. Essa turnê me emocionou muito, é o momento mais bonito de toda a minha carreira. Encerrá-la com a apresentação especial é, acima de tudo, o que o Belchior merece.”

A pedido do público, o que era para ser uma apresentação única se transformou no show que já passou por mais de 150 palcos e recebeu o prêmio de Show do Ano pela APCA ­— Associação Paulista dos Críticos de Arte.

Um vídeo com 17 músicas foi gravado em Sobral, a terra de Belchior, e deverá ser disponibilizado na íntegra no YouTube.

Sem descanso, Ana retoma a carreira autoral ainda em 2024. “Já estou em estúdio gravando um disco novo que sai no segundo semestre, retomando o meu próprio repertório. Estou muito feliz, cercada de pessoas bastante competentes e que contribuem muito para esse novo capítulo. Estou vivendo uma fase muito bonita da minha vida. Só agradeço a todos que me prestigiaram e seguem fazendo parte dessa caminhada.” (Marcelo Moreira)

Um rapaz latino-americano

(Divulgação)

Reconhecido como um dos grandes compositores da MPB, Belchior (foto) fez sucesso nos anos 1970 com hits como “Alucinação”, “Apenas um Rapaz Latino-Americano” e “Como Nossos Pais”. Na sua voz ou na interpretação de cantoras como Elis Regina e Vanusa, as canções se tornaram hinos de sua geração — sua postura poética e desafiadora em relação ao status quo o levou a ser aclamado porta-voz da contracultura. Após um período de isolamento, morreu, em 2017, aos 70 anos.

Para Ler

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Um dos mais bem-sucedidos empreendedores do País, Caíto Maia transformou sua marca de óculos em um império. Ele compartilha a experiência no inspirador relato Se Parar o Sangue Esfria — Como Paixão, Ousadia e Diversidade Construíram a Chilli Beans.

Para Ver

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Estrelada por Theo James (White Lotus 2), Magnatas do Crime é uma ótima série criada pelo diretor britânico Guy Ritchie. Com um roteiro repleto de reviravoltas, conta a história de uma família de milionários que opta pelo submundo das drogas.

Para ouvir

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Uma das óperas mais populares do mestre italiano Giacomo Puccini está em cartaz no Theatro Municipal, em São Paulo. Madame Butterfly, com a Orquestra Sinfônica Municipal, tem regência de Roberto Minczuk e direção de Livia Sabag.

SHOW
O rock sensível do Placebo

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Com mais de 13 milhões de álbuns vendidos, a banda Placebo chega ao Brasil como parte da turnê Never Let me go, que passou pela Europa e EUA com shows esgotados. A única apresentação no País será no Espaço Unimed, em São Paulo, em 17/3. O grupo é liderado pelo vocalista e guitarrista norte-americano Brian Molko (de chapéu) e o baixista escocês Stefan Olsdal. Suas letras falam de um mundo que saiu da pandemia direto para o cenário de intolerância. “Como qualquer um que se importe com a realidade, estou abalado psicologicamente”, diz Molko.

TEATRO
No palco, como nossos pais

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Bruno Mazzeo e Lúcio Mauro Filho estão juntos em Gostava Mais dos Pais, comédia autoral em que satirizam suas próprias carreiras. O mote é o fato de serem filhos de dois grandes comediantes, Chico Anysio e Lúcio Mauro, e sofrerem frequentemente com essa associação feitas por fãs e jornalistas. Reclamam ainda, com bom-humor, do desconforto que sentem quando são obrigados a se adaptar às redes sociais. No fundo, a peça é uma bela homenagem aos pais. A direção é de Debora Lamm. Em cartaz no Teatro Porto, em São Paulo, até 14/4.

CINEMA
Sátira contra o estereótipo racial

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Vencedor do Oscar de melhor roteiro adaptado, Ficção Americana é um dos filmes mais brilhantes da ótima safra premiada recentemente pela Academia. Estrelado por Jeffrey Wright e Sterling K. Brown, narra a história de Monk, escritor e professor negro demitido da universidade. Sem perspectiva profissional, escreve um livro repleto de clichês raciais apenas para criticar o sistema, mas a obra é levada a sério e se torna um best-seller. Trabalho de estreia de Cord Jefferson, promissor cineasta que assina a direção, produção e roteiro.

EXPOSIÇÃO
SP-Arte celebra duas décadas

(Felipe Beltrame)

A SP-Arte, um dos eventos de maior prestígio do mercado das artes visuais, celebra duas décadas de existência com uma edição especial no Pavilhão da Bienal, em São Paulo, de 3 a 7/4. A feira reúne marchands, artistas, curadores e pesquisadores do setor. Entre as galerias brasileiras estão Fortes D’Aloia & Gabriel, Luisa Strina, Mendes Wood DM, Nara Roesler, Gomide&Co e Galatea. Participam ainda os grupos internacionais Continua (Itália), Herlitzka & Co (Argentina), Sur, Galería de Las Misiones (Uruguai) e RGR (México).