Casamento arranjado

Crédito: Marina Uezima

Marta sobe ao altar com Boulos, tendo Lula como padrinho (Crédito: Marina Uezima)

Por Germano Oliveira
Colaborou: Marcos Strecker

Marta Suplicy nunca foi unanimidade. Nem nos partidos, nem no Congresso e nem na atribulada vida pessoa. Ela não é o que se pode chamar de uma pessoa simpática. É, no entanto, uma administradora reconhecida como eficiente pelas realizações na periferia de São Paulo. Nem o presidente Lula esqueceu esses feitos e a chamou de volta ao PT para compor a chapa que disputará a Prefeitura paulistana com Guilherme Boulos. Quando deixou o PT há nove anos, Marta saiu atirando, dizendo que o PT havia mergulhado na corrupção e até votou no impeachment da Dilma, como senadora pelo MDB. Mas não pensou duas vezes quando Lula a convidou para retornar ao ninho petista. O seu retorno, contudo, continua não sendo uma unanimidade. Muitos petistas não gostariam de ter a chapa Boulos-Marta.

Rivelino

No discurso da refiliação de Marta, Lula reconheceu que o partido cometeu erros e fez uma analogia ao futebol quando comparou a saída de Rivelino do Corinthians, mas que nunca foi esquecido pela torcida. “Você é o nosso Rivelino da política. Você continua no PT. Por isso, é importante trazê-la de volta. Você deu muito para este partido”, disse.

Bolsonaristas

Embora tanto Marta, quanto Boulos e Lula tenham dito que a chapa é para derrotar o bolsonarismo que se une em São Paulo em torno da candidatura do atual prefeito, Ricardo Nunes segue negociando a indicação do seu vice. Bolsonaro quer o nome do coronel da PM Ricardo Mello Araújo, embora muita gente do PL fale na delegada Raquel Gallinati. A ver.

A corrida por um vice

(Thenews2 / NurPhoto / NurPhoto via AFP)

Enquanto Alexandre Ramagem, seu principal adversário, praticamente inviabiliza sua candidatura pelo escândalo da “Abin paralela”, o prefeito Eduardo Paes (PSD) segue procurando um vice para compor a chapa da reeleição. Já chegou a pensar no deputado Pedro Paulo e o PT também fala em indicar um vice. Lula esteve com o prefeito no início do ano na Praia da Marambaia e conversaram muito a respeito.

Rápidas

Uma das dificuldades para Ricardo Lewandowski assumir o Ministério da Justiça foi resolvida dias antes dele dizer sim a Lula. Seu filho Enrique, advogado tributarista, assumirá as causas da JBS no lugar do pai. Quem o conhece diz que os processos estarão em boas mãos.

Os deputados torraram R$ 84,1 milhões com gastos em publicidade em seus mandatos com verbas públicas em 2023, atingindo 19% dos custos com cada parlamentar. O campeão foi Eunício Oliveira, que consumiu R$ 494 mil.

A briga dos irmãos Gomes chegou ao desfecho final. O senador Cid deixou o PDT no domingo, 4, e se filiou ao PSB, com direito à presença de Geraldo Alckimin. Levou 38 prefeitos e deixou Ciro a ver navios no esvaziado PDT.

O crescimento do PIB neste ano não será tão bom como foi em 2023, quando a economia deve ter crescido 3%. O agronegócio crescerá menos. Analistas do mercado prevêem alta de 1,5%, enquanto o governo fala em 2,2%.

Retrato falado

“Arapongagem é crime e fere nossa Constituição” (Crédito:Caio Guatelli)

João Doria foi um dos políticos espionados ilegalmente pela “Abin paralela” exercida pela família do ex-presidente da República. Ele foi monitorado pelo sistema de inteligência First Mille operado por Alexandre Ramagem. O ex-governador era considerado inimigo pelo capitão por causa da sua posição em prol da vacina anti-Covid, conflitante com a postura negacionista do ex-mandatário. “Minha repulsa a este comportamento sórdido e condenável”, disse o ex-governador.

Montadoras aceleram

Como metalúrgico, Lula não tem do que se queixar. As montadoras de veículos nunca investiram tanto no Brasil como investirão de 2024 a 2032: serão R$ 41,4 bilhões. Somente a Volkswagen aplicará R$ 16 bilhões. Produzirá novos modelos, como o novo Gol, e muitos automóveis movidos à eletricidade. A GM também alocará aqui R$ 7 bilhões, conforme seus diretores anunciaram a Lula recentemente. Outros fabricantes, como a Renault (R$ 4,5 bilhões) e a Nissan (R$ 2,8 bilhões) também prometem fazer grandes reembolsos aqui na a produção de novos carros. Todas elas estão alinhadas com os objetivos da Nova Indústria Brasil, política industrial tocada pelo vice Alckmin.

Chineses

Grandes aportes virão também das montadoras chinesas. A BYD aplicará R$ 3 bilhões na construção de nova fábrica para carros elétricos na Bahia, no lugar antes ocupado pela Ford, que deixou o País. Já a Great Wall, também chinesa, investirá outros R$ 10 bilhões. É o Brasil gerando mais empregos e renda.

Prêmio à corrupção

O ministro Dias Toffoli, do STF, passa de todos os limites da moralidade e do combate à impunidade ao tomar duas medidas que escandalizaram o meio jurídico. Primeiro, suspendeu uma multa de R$ 10,3 bilhões aplicada ao grupo JBS, e, agora, faz o mesmo com a Novonor, que sucedeu a Odebrechet, suspendendo sua multa de R$ 3,8 bilhões. Um deboche.

(Vanessa Carvalho)

Revisão já

Essas decisões monocráticas de Toffoli precisam ser revistas já, com a Suprema Corte analisando essas medidas escabrosas em plenário. Elas não podem ser mantidas, sob o risco de inviabilizarem a confiabilidade do Judiciário brasileiro. Afinal, em duas canetadas, o ministro perdoou R$ 14,1 bilhões em multas de duas empresas confessamente corruptas.

À sombra de Lira

(Mateus Bonomi)

Ao mesmo tempo em que Arthur Lira declara guerra a Lula, o presidente afaga seu vice, o deputado Marcos Pereira (Republicanos), que tenta viabilizar seu nome como candidato a presidente da Câmara no ano que vem. O candidato de Lira é Elmar Nascimento, mas Lula sinaliza ter preferência por Pereira. São candidatos ainda Antonio Brito (PSD) e Isnaldo Bulhões (MDB).

Toma lá dá cá: Tati Oliva, da Cross Networking

Tati Oliva, sócia-diretora da Cross Networking e sócia do conselho da Holding Clube (Crédito:Divulgação)

Por que o Camarote N1, tradicional no Carnaval do Rio, vai extrapolar a Marquês de Sapucaí?
Percebemos que o Camarote oferecia uma gama de oportunidades para networking. Ao longo dos anos, a marca N1 foi criando vida própria, se tornando uma marca desejada, indo além da Sapucaí.

Que tipo de produtos serão comercializados?
Produtos que já fazem parte da experiência N1, como roupas, bolsas, calçados, acessórios, além de bar, comida, música…

Quais parcerias você desenvolveu com o Camarote N1?
A Cross nasceu dentro do Camarote N1, que, na época, era o camarote da Brahma. Percebi que tínhamos uma oportunidade para viabilizar recursos por meio das parcerias, como as cobiçadas camisetas-convite.